Nascido na província de Catânia, Sicília, a sua voz
tinha um timbre aveludado e uma sonoridade suave. Começou a destacar-se no
cenário lírico internacional no fim dos anos 1940, actuando em Itália,
México e diversos outros países.
O apogeu da fama, nos anos 1950, acabou
coincidindo com o início da sua decadência, no final daquela década, quando a sua
voz começou a perder a flexibilidade e suavidade anteriores, provavelmente
devido a uma certa indisciplina e desleixo quanto à sua própria carreira e ao
facto de que, a partir de então, começou a adicionar ao seu repertório papéis
para tenor lírico-spinto e até dramático, o
que acabou por danificar a sua voz essencialmente lírica.
As suas interpretações mais conhecidas foram feitas ao
lado de Maria Callas, com quem formou um famoso par operístico e manteve,
durante certo tempo, um relacionamento amoroso. A primeira apresentação
conjunta deles ocorreu em São Paulo, no Brasil, em “La Traviata”, de
Verdi, no ano de 1951.
Di Stefano notabilizou-se, além da beleza da sua voz e
da sua dicção exemplar, pela marcante carga dramática que imprimia aos seus
papéis, sendo por isso, considerado um parceiro ideal de outra grande cantora-actriz
da época, como Maria Callas.
Entretanto, ele actuou com as mais diversas cantoras da
sua geração, como Renata Tebaldi e Leontyne Price, tendo sido um cantor
extremamente versátil e prolífico enquanto durou o seu apogeu.
As suas maiores interpretações foram, sobretudo, no
repertório italiano do Bel Canto (por exemplo, no “Edgardo de Lucia
di Lammermoor”) e do Verismo (Canio, em “I Pagliacci”, ou
Mario Cavaradossi, em “Tosca”), bem como nas óperas de Giuseppe Verdi
(Alfredo, em “La Traviata”, e Alvaro, em “La Forza del Destino”,
entre outros).
Nos anos 1970, Giuseppe Di Stefano voltou aos
palcos, numa tournée de cerca de dois anos ao lado de Maria Callas. Contudo, o
estado vocal desgastado dos dois era então notório, e a tournée, embora com sucesso
de público, não teve grandes conquistas artísticas.
Ao longo da sua carreira, Di Stefano cantou muitas
vezes e gravou outras vezes com a célebre soprano Maria Callas. Eles gravaram
pela EMI (1953/1957).
No entanto, algumas das suas gravações ao vivo com
Maria Callas são ainda mais célebres do que as de estúdio, com o engajamento
dramático dos dois cantores ainda mais nítido (1966/1957).
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