quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEA Corrida Internacional de São Silvestre, que é a mais famosa corrida de atletismo de estrada realizada no Brasil e uma das mais populares do Mundo, tem lugar anualmente na cidade de São Paulo, em 31 de Dezembro, dia de São Silvestre. Comemora a data da morte do Papa Silvestre, canonizado também neste mesmo dia.
A corrida tem actualmente um percurso de 15 km, muito menos de metade da maratona, mas com quase todas as suas dificuldades. Desidratações e insolações ocorrem frequentemente, tanto entre os profissionais como entre os amadores, que são a grande maioria dos participantes.
A primeira edição da corrida realizou-se em 31 de Dezembro de 1925 e foi idealizada e fundada pelo jornalista Cásper Líbero, um milionário que fez fortuna no início do século XX no sector da Imprensa. Em 1928, ano da quarta edição do evento, Líbero fundou um dos primeiros periódicos dedicados exclusivamente ao desporto, a “Gazeta Esportiva”, que a partir de então passou a ser a organizadora e patrocinadora da corrida.
Facto de assinalar é que a Corrida de São Silvestre nunca deixou de realizar-se, mesmo durante a Segunda Guerra Mundial.
Originalmente era restrita a homens e com participação exclusiva de cidadãos da cidade de São Paulo. Nos anos seguintes, corredores de outras localidades do Brasil foram aceites, mas somente em 1941 a corrida seria vencida por um corredor de fora do estado de São Paulo: José Tibúrcio dos Santos, de Minas Gerais.
Em 1945 foi autorizada a participação de estrangeiros, mas apenas provenientes de outros países da América do Sul. O sucesso das duas primeiras edições internacionais levaram os organizadores a abrirem as inscrições a atletas de todo o Mundo a partir de 1947.
A corrida permaneceria aberta apenas a homens até 1975, ano considerado pelas Nações Unidas como o Ano Internacional da Mulher.
Por curiosidade, assinale-se que em 1993 se realizou a primeira corrida para crianças denominada a “São Silvestrinha”.
Na primeira edição do evento, em 1925, inscreveram-se sessenta atletas, mas actualmente o seu número ultrapassa sempre, e em muito, os dez mil.
Em 1953 o vencedor foi o mais famoso corredor da época e um dos maiores de todos os tempos, o checo Emil Zatopek, o que muito contribuiu para o aumento da fama desta corrida a nível internacional. Praticamente todos os grandes corredores de longa distância do Mundo têm concorrido a esta prova, pelo menos uma vez.
O maior vencedor de todos os tempos em homens é, no momento, Paul Tergat, do Quénia, que venceu a prova por cinco vezes (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000) e detém o recorde com 43 minutos e 12 segundos.
Dois portugueses já venceram a prova : Manuel Faria (1956 e 1957) e Carlos Lopes (1982 e 1984). Em senhoras, duas portuguesas também: Rosa Mota que ganhou por seis vezes consecutivas (1981 a 1986) e Aurora Cunha (1988).

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE Victor Serge, de seu verdadeiro nome Victor Lvovich Kibalchich, anarquista, revolucionário e escritor francófono, filho de emigrantes políticos russos, nasceu em Bruxelas no dia 30 de Dezembro de 1890. Faleceu no México em 19 de Novembro de 1947.
Era oriundo de uma família russo-polaca de Narodniks. O pai, um oficial da Guarda Imperial, abandonara a Rússia a seguir ao atentado em que Alexandre II perdeu a vida em 1881.
Desde a idade de quinze anos demonstrou o seu anti-militarismo e opôs-se à política colonial belga. Em 1906 começou a frequentar os meios anarquistas de Bruxelas. Viveu de vários ofícios, tais como: técnico-desenhador, fotógrafo e tipógrafo.
Publicou o seu primeiro artigo em 1908. Escreveu para várias publicações, sobretudo anarquistas, por vezes com o pseudónimo de “Le Rétif” (O Agitador).
Em 1909 deixou a Bélgica e foi para Paris.
Estava preso quando a Primeira Guerra Mundial começou e logo anteviu que o conflito iria encaminhar a Rússia para uma revolução: «Os revolucionários sabiam que o Império autocrático, com os seus carrascos, os seus massacres organizados, os seus requintes formais, a sua fome, as suas cadeias siberianas e a sua iniquidade antiga, não poderia sobreviver à guerra».
Após a sua libertação em 1915, foi viver para Barcelona, voltando depois para França até que, após a queda de Nicolau II em Fevereiro de 1917 na Rússia, tentou ir para o seu país a fim de aderir à Revolução em andamento, o que só conseguiu em 1918, com a ajuda da Cruz Vermelha Dinamarquesa.
Quando Serge chegou à Rússia, aderiu aos Bolcheviques e trabalhou durante algum tempo com Máximo Gorki, numa editora. Foi um activo participante no processo revolucionário russo, trabalhando como jornalista, editor e tradutor.
Crítico do estalinismo, viu-se obrigado mais tarde a abandonar a União Soviética para fugir à repressão, exilando-se no México
Apesar de ser grande admirador de Lenine e da Revolução, Victor Serge não poupou críticas aos aspectos que julgava serem menos bons da actuação do Governo soviético. Em 1923, Serge incorporou-se na Oposição de Esquerda, liderada por Leon Trotsky. Crítico acérrimo do caminho ditatorial tomado por Estaline, teria sido ele o primeiro a descrever o Governo soviético posterior a Lenine como “totalitário”.
Em 1925 escreveu “O que todo revolucionário deve saber sobre a repressão”. Em 1928 Serge foi expulso do Partido Comunista e impossibilitado de trabalhar para o Governo. Nos anos seguintes, escreveu “O ano I da Revolução Russa” e dois romances: “Homens em Prisão” e “O nascimento do nosso poder”. Todas estas obras foram proibidas na União Soviética, sendo publicadas em França e em Espanha.
Serge foi detido e preso em 1933. Conseguiu abandonar o país graças às pressões e protestos de sectores políticos em França, Bélgica e Espanha. Exilou-se então em França, onde publicou dois livros sobre a Revolução Russa e a sua degeneração: “De Lenine a Estaline” e “Destino de uma Revolução” (1937). Escreveu ainda vários romances e um livro de poesia (“Resistência”) sobre as suas experiências na Rússia.
Quando a França foi invadida pela Alemanha em 1940, Serge conseguiu fugir para o México, onde continuou a escrever. A sua autobiografia “Memórias de um revolucionário” foi publicada nos Estados Unidos em 1945. Em 1947, pouco antes de morrer, escreveu “Trinta anos depois da Revolução Russa”, considerado o seu testamento político. Nele mantém as suas convicções revolucionárias e socialistas, ao mesmo tempo que reconhece os erros cometidos pelo Partido Bolchevique, os quais, aliados ao assédio capitalista, à derrota das expectativas revolucionárias na Europa e aos precedentes de revoluções massacradas, poderiam explicar a deriva totalitária estalinista. Nunca hesitou em apoiar a experiência revolucionária russa e o partido de Lenine, se bem que afirmasse que as lutas anti-capitalistas deveriam assumir novas formas no futuro.
A saúde de Serge foi piorando em consequência dos seus largos períodos de prisão em França e na Rússia, mas continuou a escrever até ao ataque cardíaco que o vitimou. Foi reconhecido internacionalmente como um escritor e romancista de grande talento.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

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EFEMÉRIDE - Candido Torquato Portinari, um dos maiores pintores brasileiros neo-realistas, nasceu em Brodowski no dia 29 de Dezembro de 1903. Faleceu no Rio de Janeiro em 6 de Fevereiro de 1962, vítima de intoxicação com as tintas que utilizava.
Portinari pintou mais de cinco mil obras, desde pequenos esboços até gigantescos painéis e murais. Foi o pintor brasileiro que alcançou maior projecção internacional.
Nasceu numa fazenda de café no interior de São Paulo, filho de imigrantes italianos. De família humilde, começou por cursar unicamente a instrução primária, mas manifestou desde criança a sua vocação artística. Aos seis anos de idade começou a desenhar e, aos nove, participou durante vários meses nos trabalhos de restauração da igreja de Brodowski, ajudando os pintores italianos. Em 1918 “Candinho”, como era chamado carinhosamente pela família, viajou para São Paulo, onde ingressou no Liceu de Artes e Ofícios. Depois, matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes, na qual estudou desenho e pintura. Em 1922 executou um retrato para o Salão de Belas Artes, com o qual ganhou a medalha de bronze.
Em 1928 conquistou o “Prémio de Viagem ao Estrangeiro” da Exposição Geral de Belas-Artes. No ano seguinte Portinari partiu para a Europa, viajando pela Itália, Inglaterra, Espanha e fixando-se em Paris durante cerca de um ano. Ia diariamente a museus, onde descobriu a pintura moderna. Discutia sobre arte nos cafés e não tinha quase tempo para pintar.
Regressado ao Rio de Janeiro, passou a trabalhar a um ritmo intenso, além de participar na comissão que promoveu a reforma do Salão Nacional de Belas-Artes.
Em 1932 fez uma exposição individual das suas pinturas e, três anos depois, o quadro “Café” recebeu a segunda menção honrosa da Exposição Internacional do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos. Em 1936 pintou o seu primeiro mural, para o Monumento Rodoviário na Estrada Rio - São Paulo. Nessa mesma época, foi nomeado professor de pintura do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal. Em 1939 expôs 269 trabalhos no Museu Nacional de Belas-Artes. Antes, havia executado três grandes painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque.
Com o nascimento da sua neta Denise em 1960 passou a ocupar grande parte do seu tempo com ela. Nas “horas vagas” quedava-se a observar o mar.
Uma das obras mais importantes de Portinari, “O lavrador de café”, foi roubada do Museu de Arte de São Paulo em Dezembro de 2007, numa acção rápida que durou apenas três minutos e em que foi também levado um quadro de Picasso. Estas obras foram resgatadas e restituídas ao museu já este ano, sem terem sofrido quaisquer danos.
Em 1946 a Universidade de Chicago publicou o primeiro livro sobre a sua vida e a sua arte e, no mesmo ano, recebeu a Legião de Honra, concedida pelo governo francês. Em 1950 recebeu, em Varsóvia, a Medalha de Ouro do Prémio Internacional da Paz . Em 1955 foi considerado o “Melhor Pintor do Ano” pelo “International Fine Arts Council” e, em 1956, conquistou o Prémio Guggenheim de Pintura, por ocasião da inauguração dos seus painéis na sede da ONU.

domingo, 28 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE João Domingos Bomtempo, compositor, pianista, oboísta e pedagogo português, nasceu em Lisboa no dia 28 de Dezembro de 1775. Faleceu, também na capital portuguesa, em 18 de Agosto de 1842, vítima de apoplexia. O pai, que viera para Portugal no tempo de D. José, era oboísta na Corte de Lisboa e foi o seu primeiro professor de música.
Fez estudos no Seminário Patriarcal e, aos 14 anos, foi admitido na Irmandade de Santa Cecília como cantor da Capela Real da Bemposta. Aos vinte anos tomou o lugar do seu pai, que entretanto morrera.
Em 1801 decidiu ir para Paris, onde encontrou um bom ambiente para desenvolver a sua vocação musical, tendo convivido com vários exilados adeptos das novas correntes filosóficas e políticas, que se reuniam à volta do poeta Filinto Elísio. Iniciou então a carreira de pianista, ao mesmo tempo que apresentava as suas primeiras composições. Data dessa época, a “Grande Sonata para Piano” dedicada a “Sua Alteza Real, a Princesa de Portugal”.
As suas obras eram muito apreciadas pelos parisienses. Em 1804 atingira já uma fama notável, apresentando-se, entre outros locais, na Salle Olympique como pianista e compositor.
Entretanto, em Portugal, as tropas de Napoleão sofriam pesadas derrotas infligidas pelo exército luso-inglês e a sua situação em França começou a tornar-se delicada. Partiu para Londres em 1810, onde foi muito bem recebido pela comunidade portuguesa. Algumas famílias da aristocracia inglesa contrataram-no como professor de piano.
Publicou a maior parte das suas obras na editora do também músico Clementi, seu amigo desde os tempos de Paris.
Em 1813 o embaixador de Portugal em Londres realizou um grande festival para uma dupla celebração: o aniversário daquele que viria a ser o rei D. João VI e a expulsão do exército francês do território nacional. Influenciado pela euforia do momento, João Domingos Bomtempo compôs uma cantata intitulada “Hino Lusitano”. No festival apresentou-se perante uma audiência de personalidades, que incluía a quase totalidade do Conselho de Ministros britânico.
Em 1815 regressou a Portugal e uma das ideias que trazia em mente era fundar uma sociedade de concertos ao estilo da “Philharmonic Society” londrina. O ambiente que se vivia em Portugal não era no entanto dos melhores, o que o obrigou a regressar a Londres, onde continuou a publicar inúmeras composições.
Em 1816 passou por Paris, vindo a Lisboa quando da morte de D. Maria I no Brasil. Em 1817 o General Gomes Freyre foi enforcado no Forte de S. Julião da Barra e este ambiente de repressão levou-o de novo a Paris onde, no entanto, a crispação política já não era também muito propícia às artes. De regresso a Portugal, dedicou-se à composição da que é considerada a sua obra-prima, o “Requiem” dedicado a Camões, que é talvez o requiem mais importante composto entre o de Mozart (1791) e o de Berlioz (1837).
João Domingos Bomtempo voltou a sair do país para, em Março de 1821, apenas alguns meses depois da Revolução de 1820, oferecer ao Soberano Congresso, uma nova missa de homenagem à regeneração política portuguesa. Esta missa foi cantada na Igreja de S. Domingos no dia 28 de Março, seguida de um Te Deum. Alcançou a estima de D. João VI e dirigiu as exéquias fúnebres de D. Maria I quando os seus restos mortais chegaram a Lisboa. Conseguiu obter finalmente as condições que lhe permitiram fundar em 1822 a ambicionada Sociedade Filarmónica. No entanto, a política interpôs-se uma vez mais no seu caminho, quando a reacção miguelista lhe proibiu a realização de concertos. Este foi um período difícil na sua vida, em que até a integridade física esteve seriamente ameaçada. Acabou por se refugiar no Consulado da Rússia, onde se manteve durante cinco anos, até à chegada a Lisboa das forças liberais de D. Pedro.
Com o Constitucionalismo, J. D. Bomtempo pôde enfim retomar a sua actividade artística e foi nomeado professor da rainha D. Maria II. Em 1835 compôs, por ocasião do primeiro aniversário da morte de D. Pedro IV, uma “Segunda Sinfonia” e um “Libera Me”. Em 1836 foi criado o Conservatório Geral de Arte Dramática, sendo entregue a Bomtempo a Direcção da sua Escola de Música, mantendo-se como chefe da Orquestra da Corte e acumulando também com as funções de professor de piano.
Do seu espólio musical fazem parte sonatas, concertos para piano, sinfonias, várias obras corais e uma ópera inacabada.

sábado, 27 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEBenazir Bhutto, política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra, primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de governo num Estado muçulmano, foi assassinada em Rawalpindi no dia 27 de Dezembro de 2007. Nascera em Karachi, em 21 de Junho de 1953.
Estudou em colégios católicos e, em 1969, com dezasseis anos, partiu para os Estados Unidos onde se licenciou na Universidade de Harvard (1973). Prosseguiu depois os seus estudos em Oxford, no Reino Unido, onde estudou Filosofia, Política, Economia, Direito Internacional e Diplomacia. Benazir, que era filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1971-1977), regressou ao Paquistão em 1977, após um golpe de Estado que depôs o seu pai que seria executado dois anos mais tarde. Benazir Bhutto e a mãe foram detidas em 1979 e obrigadas ao exílio na Grande Bretanha em 1984, onde permaneceram até à legalização dos partidos políticos (1986).
Em 1988, o seu partido venceu as eleições parlamentares e ela tornou-se a primeira Chefe de Governo de um Estado Muçulmano. Dois anos depois, o Presidente Paquistanês destituiu-a do cargo, alegando abuso de poder. O seu partido perdeu então as eleições e ela passou a fazer oposição no Parlamento.
Em 1993 tornou-se primeira-ministra pela segunda vez mas, três anos depois, foi novamente destituída do cargo. Em 1998, após a tomada do poder por militares liderados pelo recente presidente Musharraf, Bhutto voltou a exilar-se no Dubai e em Londres para escapar a processos que corriam na justiça paquistanesa por alegada corrupção. Viajou muito e participou em numerosas conferências em vários países.
Amnistiada em 2007, voltou ao Paquistão. Emocionada, foi acolhida por dezenas de milhares de pessoas e, durante o desfile pela Capital, ocorreram duas explosões que mataram pelo menos 140 pessoas e feriram cerca de duzentas, mas Benazir desta vez não foi atingida.
Bhutto chegou a ser presa no domicílio, mas foi libertada pouco tempo depois. Pediu a renúncia do general Musharraf da presidência do Paquistão, apesar deste lhe ter “oferecido” o cargo de primeira-ministra. Benazir Bhutto acabou por ser assassinada num atentado suicida, quando voltava de um comício do seu partido (Partido do Povo do Paquistão, PPP). Um dirigente da Al-Qaeda reivindicou a responsabilidade pelo acto, o que foi desmentido por um outro responsável da mesma organização no Afeganistão.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE Eduard Vilde, jornalista e escritor estoniano, faleceu em Tallinn no dia 26 de Dezembro de 1933. Nascera em Pudivere, Lääne-Virumaa, em 5 de Março de 1865. Foi o fundador do Realismo na Estónia.
Os pais eram empregados domésticos e Eduard cresceu numa mansão de Muuga (actual Laekvere). De 1878 até 1882 frequentou uma escola nos arredores de Tallinn. De 1883 a 1886 trabalhou na redacção do jornal “Virulane” e de 1887 a 1890 no “Postimees”. Em 1890 foi, como jornalista independente, para Berlim. Após voltar à Estónia, e até 1905, trabalhou em diversos jornais entre eles o “Virmaline” em Narva, o “Eesti Postimees” e o “Teataja” em Tallinn e o “Uudised” em Tartu.
Em 1896 viveu algum tempo em Moscovo, regressando depois à Crimeia e ao Cáucaso. Em 1905 teve de se exilar para evitar a repressão, devido às suas actividades contra o regime do czar. Até à Revolução Russa de 1917, viveu em vários países: Suíça, Finlândia, Alemanha, Estados Unidos da América e Dinamarca.
Em 1917/1918 voltou à Estónia, onde trabalhou para o teatro. Em 1919/20 esteve ao serviço da diplomacia da jovem República da Estónia, como emissário em Berlim. Desvinculou-se do Ministério dos Negócios Estrangeiros para poder ficar em Berlim por sua conta, desenvolvendo actividades artísticas (1920/1923). Em 1923 voltou ao país natal, onde consagrou o resto da vida a preparar a publicação das suas obras completas, que constituiriam 33 volumes. Escreveu romances, textos humorísticos e peças de teatro. Em muitos dos seus livros, Vilde manifestou um grande interesse em expressar as motivações psicológicas dos seus personagens.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEDean Martin, de seu verdadeiro nome Dino Paul Crocetti, americano de origem italiana, um dos mais influentes artistas do século XX, tanto na música, como na televisão e no cinema, morreu em Beverly Hills, na Califórnia, em 25 de Dezembro de 1995, vítima de doença oncológica pulmonar. Nascera em Steubenville, no Ohio, em 7 de Junho de 1917.
Possui três estrelas na "Calçada da Fama", uma pelo seu trabalho no cinema, a segunda pelas suas gravações musicais e a terceira pelas suas actuações na televisão.
Durante a juventude, Dino Paul teve vários pequenos empregos até começar a trabalhar num clube de Nova Iorque, cantando com bastante êxito. Adoptou então o nome artístico porque ficaria conhecido.
Nos anos 1940 conheceu Jerry Lewis, que actuava com outros cómicos. Os dois homens vieram a formar um duo, que se tornou o mais cómico dos Estados Unidos da época. Enveredando depois pelo cinema, rodaram vários filmes, acabando por se separar em pleno triunfo. Dean Martin dedicou-se então à música e à televisão.
Pertencia a um grupo de amigos ("Rat Pack"), formado por Frank Sinatra, Sammy Davis Jr e Shirley MacLaine, que realizou muitas actividades artísticas em conjunto durante a década de 1960. O grupo desfez-se mas Dean Martin continuou a ter êxito, desalojando mesmo os Beatles do “Hit Parade” em 1964.
Ao lado de John Wayne revelou-se também como actor dramático no filme “Rio Bravo”. Fez vários filmes de grande sucesso.
A morte do filho mergulhou-o no desgosto e na solidão. Frank Sinatra e Sammy Davis Jr tentaram dar-lhe de novo o gosto pela vida, organizando uma tournée em conjunto, mas ele abandonou após alguns concertos.
Morreu no Natal de 1995, ficando como uma figura lendária, um “homem dos sete instrumentos”.
Embora detestasse “O Padrinho” que, segundo ele, só serviu para veicular uma ideia errada dos Italo-americanos, mais tarde seria revelado que ele e Sinatra (também de origem siciliana) possuíam ligações muito estreitas com a Máfia. Dizia-se mesmo que os dois eram os cantores oficiais dos patrões mafiosos da “Cosa Nostra”.
Contava-se também que Dean Martin estava embriagado em permanência, o que é falso, na medida em que ele animou durante nove anos o “Dean Martin Show” em que substituía o “bourbon” por sumo de maçã e este género de show obrigava a muito trabalho e concentração. É o tributo da fama: sempre muitas verdades, misturadas com algumas mentiras…
Feliz Natal para todos!!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE Ana Maria Machado, jornalista, professora, pintora e escritora brasileira, nasceu no Rio de Janeiro, Santa Tereza, em 24 de Dezembro de 1941.
Licenciada em Letras, foi professora em diversos colégios e faculdades. Como jornalista, trabalhou durante mais de dez anos na “Rádio Jornal do Brasil” e escreveu para a revista “Realidade”. Antes, e enquanto estudava, foi também pintora, tendo feito algumas exposições individuais e colectivas.
No final de 1969, depois de ter sido presa por razões políticas, exilou-se na Europa. Lutou para sobreviver, com o seu filho Rodrigo ainda pequeno, trabalhando como jornalista na revista Elle em Paris e na BBC de Londres, além de se tornar professora na Sorbonne. Nesse período, doutorou-se em Linguística e Semiologia, orientada pelo mestre Roland Barthes. A tese resultou no livro "Recado do Nome", que trata da obra de Guimarães Rosa. Simultaneamente com toda esta actividade, Ana não parou de escrever histórias infantis que vendia para a “Editora Abril”. Voltou ao Brasil em 1972, trabalhando novamente como jornalista. Sob pseudónimo, ganhou o prémio “João de Barro” com o livro "História Meio ao Contrário” (1977).
Em 1980, foi uma das fundadoras da primeira livraria infantil no Brasil, a “Malasartes” (no Rio de Janeiro), que existe ainda hoje. Nesta década, Ana Machado publicou mais de quarenta livros e, em 1981, ganhou o prémio “Casa de Las Américas” com o livro “De Olho nas Penas”.
As suas obras granjearam o reconhecimento mundial ao receber, em 2000, o Prémio Hans Christian Andersen, o mais importante prémio de literatura infantil. No ano seguinte ganhou o Prémio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. Exercendo intensa actividade na divulgação da leitura e no fomento do livro, escreveu também romances para adultos. Entrou para a Academia Brasileira de Letras em 2003. Tem no total mais de cem livros publicados no Brasil e em cerca de vinte outros países, tendo sido vendidos mais de dezoito milhões de exemplares das suas obras.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDECarla Gilberta Bruni Tedeschi Sarkozy, modelo, autora, compositora e cantora italiana, naturalizada francesa em 2008, actual primeira-dama de França, nasceu em Turim no dia 23 de Dezembro de 1967.
Pertence a uma família amante da música, sua mãe era actriz e pianista e o pai adoptivo industrial e compositor de ópera. O pai biológico, um empresário italiano, vive em São Paulo no Brasil desde os anos 1970.
Foi criada em França a partir de 1973 e depois na Suíça. Começou muito jovem a aprender a tocar piano e guitarra. De regresso a Paris, estudou arquitectura na Sorbonne. Em 1985 abandonou os estudos para se dedicar à carreira de modelo, sendo considerada uma das mais belas dessa época, que contou igualmente com Claudia Schiffer, Naomi Campbell e Kate Moss. Nos finais dos anos 80 era uma das vinte modelos mais bem pagas do Mundo, desfilando para grandes costureiros.
Teve relacionamentos com rock-stars como Mick Jagger e Eric Clapton, e com o actor Kevin Costner, entre outros. Uns verdadeiros, outros inventados, deram-lhe o “direito”a ser conhecida por “borboleta” ou por “devoradora de homens”.
Entrou em dois filmes em 1995 e 1997. Em 1998 trocou as passarelas da moda pela música, tendo gravado vários discos, um deles (“Comme Si De Rien N'Était”), cantado em inglês e em francês, contem algumas letras polémicas que fazem já alusão ao seu actual marido, o Presidente de França Nicolas Sarkozy. O produto da venda deste disco reverteu para a “Fondation France”.
Do seu primeiro disco, publicado em 2000, vendera mais de 250 000 exemplares. Em 2002 gravara um álbum em que, além de cantar, também tocava guitarra. Foi muito bem recebido pela crítica, tendo vendido dois milhões de discos.
No fim de 2007 surgiram os primeiros rumores de que estaria a namorar o Presidente Francês Nicolas Sarkosy. No princípio de 2008 era anunciado o casamento, o que aconteceria em Fevereiro, na mais estrita intimidade.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEGabrielle Wittkop, escritora francesa, morreu em Frankfurt no dia 22 de Dezembro de 2002. Nascera em Nantes, em 27 de Maio de 1920.
Foi autora de uma literatura incomodativa, agressiva e provocante, por vezes fúnebre, ultrapassando frequentemente os cânones morais. O seu estilo rico e notável, assim como os temas que tratou, fizeram dela uma digna herdeira do Marquês de Sade, de Lautréamont e de Edgar Allan Poe.
Encontrou em Paris, durante a ocupação nazi, um desertor alemão homossexual, chamado Justus Wittkop, com mais vinte anos do que ela. Casaram-se no fim da guerra, união que Gabrielle qualificaria de «aliança intelectual», ela própria assumindo várias vezes também a sua homossexualidade.
O casal instalou-se na Alemanha, onde viveram até ao fim dos seus dias. Continuando a escrever em francês, colaborou no entanto em diversos jornais alemães, entre eles o “Frankfurter Allgemeine Zeitung”.
Apoiada e encorajada pelo marido, historiador e ensaísta, desenvolveu depois a sua escrita em língua alemã, publicando algumas obras em alemão que, curiosamente, nunca foram traduzidas para francês.
O marido suicidou-se em 1986, atingido pela doença de Parkinson. Gabrielle Wittkop confessou depois que o encorajara naquele sentido. Ela, por sua vez, vítima de doença oncológica pulmonar, escolheria a mesma via aos 82 anos, suicidando-se três dias antes do Natal de 2002.
Entre os seus livros mais notáveis, alguns publicados a título póstumo, salienta-se: “O Necrófilo” (1972), “A Morte de C.” (1975), “O Sonho da Razão” (2003), “O Traficante de Crianças” (2003) e “Cada vez há uma árvore que cai” (2006).

domingo, 21 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEPaco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gómez, guitarrista espanhol de flamenco com renome internacional, nasceu em Algeciras, no dia 21 de Dezembro de 1947.
O seu nome artístico foi adoptado em honra da sua mãe Lúcia, de origem portuguesa. Paco aprendeu a tocar guitarra com o pai e dois dos irmãos.
Em 1958, com apenas onze anos, fez a sua primeira actuação na Rádio Algeciras e, no ano seguinte, recebeu um prémio especial numa competição de flamenco em Jerez de la Frontera.
Fez parte de vários conjuntos e gravou muitos discos a partir de 1965. Em 1991 gravou o Concierto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo, com a Orquestra de Cadaques. O autor, presente nas gravações, teria dito que «nunca ninguém tinha tocado a sua peça com tanta paixão e intensidade como Paco de Lucía». Antes, gravara também vários temas de Manuel de Falla.
Em 2004 foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes, por ser um músico que ultrapassou fronteiras e estilos. Segundo declaração do júri, «ele é o mais universal dos artistas flamengos, com um estilo que fez escola entre as mais jovens gerações, e a sua arte tornou-se um dos melhores embaixadores da cultura espanhola através do Mundo. Tudo o que se pode exprimir com as seis cordas de uma guitarra pode sair das suas mãos, que se animam com uma comovente sensibilidade».
Paco de Lucía, que tem sido autor também das bandas sonoras de vários filmes, vive actualmente em Cancun no México.

sábado, 20 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDELéopold Sédar Senghor, político e escritor senegalês, faleceu em Verson, França, em 20 de Dezembro de 2001. Nascera em Joal, pequena vila ao sul de Dakar, em 9 de Outubro de 1906.
Começou a estudar em instituições católicas. Em 1928 obteve uma bolsa de estudos e foi para Paris, ingressando na Sorbonne, tornando-se o primeiro africano a completar uma licenciatura naquela universidade. Começou depois uma carreira de professor de Letras Clássicas em Tours e depois na região parisiense.
Durante a Segunda Guerra Mundial esteve preso durante dois anos em vários campos de concentração nazis, dedicando-se a escrever ensaios e poemas que só seriam publicados após a Libertação
Depois da guerra, retomou o ensino e, entre 1948 e 1958, foi deputado na Assembleia Nacional Francesa.
Como escritor, desenvolveu a Negritude, movimento literário que exaltava a identidade negra, lamentando o impacto negativo que a cultura europeia tivera nas tradições africanas. Notabilizou-se sobretudo na Poesia.
Quando foi proclamada a independência do Senegal, em 1960, Senghor foi eleito Presidente da República, tendo desempenhado o cargo até ao final de 1980, graças a reeleições sucessivas. É autor do hino nacional senegalês.
Defensor do socialismo aplicado à realidade africana, tentou desenvolver a agricultura, combater a corrupção e manter uma politica de cooperação com a França. Instaurou no seu país um sistema político multipartidário.
Foi eleito para a Academia Francesa em 1983. Quando da sua morte em 2001, o Presidente francês Jacques Chirac disse que «A poesia perdera um mestre, o Senegal um homem de estado, a África um visionário e a França um amigo».
Recebeu durante a sua vida inúmeras condecorações, foi doutorado Honoris Causa por trinta e sete universidades e foi membro de muitas Academias estrangeiras. Ganhou prémios literários sem conta e o seu nome foi dado a universidades, colégios, liceus, ruas e espaços culturais, sobretudo em países africanos e em França.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEEmily Jane Brontë, escritora e poetisa britânica, faleceu em Haworth, Yorkshire, em 19 de Dezembro de 1848, vítima de tuberculose. Nascera em Thornton no dia 30 de Julho de 1818.
Passou quase toda a sua curta vida num presbitério, onde o pai era pastor. Emily, talentosa e sonhadora, teve sempre dificuldades em se relacionar com o mundo exterior.
Fraca nos estudos, foi com uma irmã para Bruxelas, onde estudou francês e alemão, tornando-se também uma excelente pianista, com predilecção especial por Beethoven. Voltou depois para a terra natal, ocupando-se de tarefas domésticas, fazendo longos passeios e escrevendo poesia. Era conhecida como selvagem, corajosa e amiga dos animais.
Em 1846 publicou por sua conta uma recolha de poemas. Por causa dos preconceitos da época para com as mulheres, utilizou sempre um pseudónimo masculino (Ellis Bell).
É autora do célebre livro “O Morro dos Ventos Uivantes”, publicado em 1847 e que seria o seu único romance. Recebeu críticas na época mas, posteriormente, foi considerado um clássico da literatura inglesa. Esta obra foi objecto de quatro versões oficiais no cinema e de inúmeras adaptações.

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