EFEMÉRIDE – Benazir Bhutto, política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra, primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de governo num Estado muçulmano, foi assassinada em Rawalpindi no dia 27 de Dezembro de 2007. Nascera em Karachi, em 21 de Junho de 1953.
Estudou em colégios católicos e, em 1969, com dezasseis anos, partiu para os Estados Unidos onde se licenciou na Universidade de Harvard (1973). Prosseguiu depois os seus estudos em Oxford, no Reino Unido, onde estudou Filosofia, Política, Economia, Direito Internacional e Diplomacia. Benazir, que era filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1971-1977), regressou ao Paquistão em 1977, após um golpe de Estado que depôs o seu pai que seria executado dois anos mais tarde. Benazir Bhutto e a mãe foram detidas em 1979 e obrigadas ao exílio na Grande Bretanha em 1984, onde permaneceram até à legalização dos partidos políticos (1986).
Em 1988, o seu partido venceu as eleições parlamentares e ela tornou-se a primeira Chefe de Governo de um Estado Muçulmano. Dois anos depois, o Presidente Paquistanês destituiu-a do cargo, alegando abuso de poder. O seu partido perdeu então as eleições e ela passou a fazer oposição no Parlamento.
Em 1993 tornou-se primeira-ministra pela segunda vez mas, três anos depois, foi novamente destituída do cargo. Em 1998, após a tomada do poder por militares liderados pelo recente presidente Musharraf, Bhutto voltou a exilar-se no Dubai e em Londres para escapar a processos que corriam na justiça paquistanesa por alegada corrupção. Viajou muito e participou em numerosas conferências em vários países.
Amnistiada em 2007, voltou ao Paquistão. Emocionada, foi acolhida por dezenas de milhares de pessoas e, durante o desfile pela Capital, ocorreram duas explosões que mataram pelo menos 140 pessoas e feriram cerca de duzentas, mas Benazir desta vez não foi atingida.
Bhutto chegou a ser presa no domicílio, mas foi libertada pouco tempo depois. Pediu a renúncia do general Musharraf da presidência do Paquistão, apesar deste lhe ter “oferecido” o cargo de primeira-ministra. Benazir Bhutto acabou por ser assassinada num atentado suicida, quando voltava de um comício do seu partido (Partido do Povo do Paquistão, PPP). Um dirigente da Al-Qaeda reivindicou a responsabilidade pelo acto, o que foi desmentido por um outro responsável da mesma organização no Afeganistão.
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