EFEMÉRIDE – Gabrielle Wittkop, escritora francesa, morreu em Frankfurt no dia 22 de Dezembro de 2002. Nascera em Nantes, em 27 de Maio de 1920.
Foi autora de uma literatura incomodativa, agressiva e provocante, por vezes fúnebre, ultrapassando frequentemente os cânones morais. O seu estilo rico e notável, assim como os temas que tratou, fizeram dela uma digna herdeira do Marquês de Sade, de Lautréamont e de Edgar Allan Poe.
Encontrou em Paris, durante a ocupação nazi, um desertor alemão homossexual, chamado Justus Wittkop, com mais vinte anos do que ela. Casaram-se no fim da guerra, união que Gabrielle qualificaria de «aliança intelectual», ela própria assumindo várias vezes também a sua homossexualidade.
O casal instalou-se na Alemanha, onde viveram até ao fim dos seus dias. Continuando a escrever em francês, colaborou no entanto em diversos jornais alemães, entre eles o “Frankfurter Allgemeine Zeitung”.
Apoiada e encorajada pelo marido, historiador e ensaísta, desenvolveu depois a sua escrita em língua alemã, publicando algumas obras em alemão que, curiosamente, nunca foram traduzidas para francês.
O marido suicidou-se em 1986, atingido pela doença de Parkinson. Gabrielle Wittkop confessou depois que o encorajara naquele sentido. Ela, por sua vez, vítima de doença oncológica pulmonar, escolheria a mesma via aos 82 anos, suicidando-se três dias antes do Natal de 2002.
Entre os seus livros mais notáveis, alguns publicados a título póstumo, salienta-se: “O Necrófilo” (1972), “A Morte de C.” (1975), “O Sonho da Razão” (2003), “O Traficante de Crianças” (2003) e “Cada vez há uma árvore que cai” (2006).
Sem comentários:
Enviar um comentário