EFEMÉRIDE – Amy Johnson, pioneira da aviação inglesa, uma das primeiras mulheres a pilotar um avião, nasceu em Kingston-upon-Hull no dia 1 de Julho de 1903. Morreu em Londres, em 5 de Janeiro de 1941, com 37 anos.
Frequentou a Universidade de Sheffield, licenciando-se em Artes e Economia, tendo seguido posteriormente um curso de Secretariado, como forma de arranjar trabalho na capital inglesa.
Como passatempo, interessou-se pela aviação, mas teve de lutar contra os fortes preconceitos existentes na época. Ser piloto era uma profissão essencialmente masculina e poucas escolas de aviação aceitavam mulheres como alunas. A sua perseverança porém venceu e, em Junho de 1929, voava pela primeira vez a solo. Nesse mesmo ano obteve o brevet de aviadora passado pelo London Aeroplane Club.
Durante as lições de aviação, o instrutor tinha-lhe dito que ela só seria levada verdadeiramente a sério se fizesse algo de bastante notável. Foi-lhe sugerido fazer um voo entre a Inglaterra e a Austrália, o que nunca tinha sido realizado por uma mulher. Amy aceitou o desafio e iniciou a preparação para a viagem. Obteve um avião em segunda mão, um De Havilland Gypsy Moth, um dos mais pequenos e populares da época. Mandou instalar depósitos adicionais para o combustível. Usaria um fato adequado e capacete, mas vestiria uns calções de caqui durante quase toda a viagem. Para defesa pessoal levava uma espingarda, bem como um kit de primeiros socorros, o que acabaria por lhe ser útil para consertar o avião, pois pôde utilizar adesivo para reparar as asas de lona que se tinham rompido.
Em Abril de 1930, Amy Johnson partiu para a viagem de 19 dias, em que percorreu os 16 000 quilómetros entre Londres e Darwin. Pelo caminho teve de efectuar diversas aterragens, algumas na selva, enfrentou tempestades de areia e efectuou diversos consertos no avião. O seu plano era voar o menos possível sobre o mar, onde as suas hipóteses de sobrevivência seriam mínimas em caso de acidente. Assim, traçou uma rota para sudeste, sobrevoando a Europa e a Ásia; depois virou a sul ao longo da península Malaia e sobrevoou as ilhas da Indonésia. A última etapa foi a mais perigosa, ao ter de sobrevoar o Mar de Timor antes de atingir a costa australiana. Apesar de ser uma desconhecida, a imprensa e a rádio foram dando notícias da sua aventura e, ao descer do avião, já se tinha transformado numa heroína internacional.
Em 1931 Amy, desta vez com um co-piloto, a bordo dum De Havilland Puss Moth, tornaram-se os primeiros aviadores a completar uma viagem aérea entre Londres e Moscovo em apenas um dia. Dali, atravessando a Sibéria, prosseguiram para Tóquio estabelecendo novo recorde na ligação entre a Inglaterra e o Japão. Juntamente com o marido também estabeleceu novo recorde na viagem entre Inglaterra e a Índia, em 1934, voando num De Havilland Comet. Em Julho de 1936 bateu o recorde que pertencia ao seu marido, ao efectuar a ligação Londres / Cidade do Cabo, na África do Sul.
O jornal britânico Daily Mail pagou-lhe dez mil libras para efectuar uma viagem publicitária e Amy realizou muitas conferências, surgindo nos meios de comunicação de todo o mundo. Inspirou canções que elogiavam os seus feitos heróicos, bem assim como um filme intitulado They Flew Alone. Todo este esforço e visibilidade acabaram por a deixar à beira de uma depressão nervosa.
Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, alistou-se no Air Transport Auxiliary da Royal Air Force, onde o seu trabalho consistia em levar aviões das fábricas escocesas para as bases da Força Aérea no sul de Inglaterra. Em 5 de Janeiro de 1941 levantou voo de Prestwick, perto de Glasgow, mas devido ao mau tempo despenhou-se no Rio Tamisa. A tentativa de salvamento falhou e o seu corpo nunca foi encontrado.
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