quarta-feira, 21 de junho de 2017

21 DE JUNHO - NÉLSON GONÇALVES

EFEMÉRIDENélson Gonçalves, de seu verdadeiro nome António Gonçalves Sobral, um dos maiores cantores e compositores brasileiros, nasceu em Santana do Livramento no dia 21 de Junho de 1919. Morreu no Rio de Janeiro em 18 de Abril de 1998. É o terceiro maior vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 81 milhões de cópias vendidas, ficando apenas atrás de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões, e de Tonico & Tinoco com aproximadamente 150 milhões. O seu maior sucesso foi a canção “A Volta do Boémio".
Nasceu no interior do Rio Grande do Sul, mas mudou-se com os pais (portugueses de Lisboa) para São Paulo. Quando criança, era levado para praças e feiras pelo pai, que precisava de sustentar a família e, para isso, além de fazer outros serviços, fingia-se de cego e tocava violino, enquanto Nelson cantava, agradando assim aos transeuntes que lhes davam dinheiro.
A família era muito humilde e, por isso, Nélson teve que abandonar os estudos no início da adolescência, para ajudar o pai a sustentar o lar. Foi jornaleiro, mecânico, engraxador, polidor e tamanqueiro. Querendo ganhar mais dinheiro e seguir uma profissão, inscreveu-se em concursos de luta e venceu, tornando-se pugilista na categoria de pesos/médios, conquistando – aos dezasseis anos – o título de campeão paulista. Só foi boxeur durante mais um ano, pois o seu sonho era realmente ser artista e cantar.
Mesmo com a alcunha de “Metralha”, por causa da sua gaguez, ganhou coragem e não se deixou levar por preconceitos, decidindo ser cantor. Foi reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente, foi admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo a seguir.
Nesta época, em 1939, com 20 anos, casou-se e veio a ter um casal de filhos. Sem emprego, trabalhava como empregado no bar de um irmão. Seguiu para o Rio de Janeiro com a esposa, onde trilhou mais uma vez o caminho dos programas de calouros. Foi reprovado na maioria deles, inclusive no de Ary Barroso, que o aconselhou a desistir.
Em 1941, conseguiu gravar um disco de 78 rotações, que foi bem recebido pelo público. Passou a crooner no Casino Copacabana e assinou contrato com a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de ídolo da rádio nas décadas de 1940/50, com canções que foram grandes sucessos.
No final dos anos 1940, o casamento entrou em crise por causa dos ciúmes da mulher. Numa tournée por Minas Gerais, Nélson conheceu Maria, uma fã, que se declarou apaixonada por ele. Não resistindo à jovem, os dois passaram a ter um caso e Nélson visitava-a frequentemente no interior de Minas. A rapariga engravidou, mas não disse nada a Nélson, com receio da família saber que ela se tinha envolvido com um homem casado. Ela até poderia assumir o bebé, mas a família não aceitaria nunca vê-la como mãe solteira. Assim, a jovem terminou o relacionamento e ele ficou sem entender porquê. Nélson, então, entrou com o pedido de divórcio, que foi logo dado pela esposa. Só em 1991, Nélson conheceu a filha que teve com a amante, mas esta já tinha falecido. Após exame do ADN, comprovou-se que Lílian era realmente sua filha. Sendo assim, ele aceitou esta nova filha, que conheceu os seus meio irmãos, sendo bem aceita por eles.
Na década de 1950, além de shows em todo o Brasil, chegou a apresentar-se em países como Uruguai, Argentina e Estados Unidos, na Radio City Music Hall.
Logo após o divórcio, conheceu Lourdinha Bittencourt, substituta de Dalva de Oliveira no Trio de Ouro. Os dois apaixonam-se e, após alguns anos de namoro, casaram-se em 1952. O casal passou os primeiros anos em lua-de-mel e não pensavam em ter filhos, já que Lourdinha era muito vaidosa com o corpo e apesar de ser apenas quatro anos mais nova que o marido, considerava-se jovem demais para ter filhos. Apesar da felicidade no início do casamento, com os anos a união foi-se deteriorando e o casamento só durou até 1959.
No início da década de 1960, Nélson conheceu Maria Luiza da Silva e começaram a namorar. Em poucos anos ficaram noivos e, em 1965, casaram-se. O casal teve dois filhos.
O casamento passou por grandes tribulações, quando Nélson se começou a drogar com cocaína. A esposa lutou contra o vício de Nélson mas, apesar disso, ele foi preso em flagrante (1965) por posse de drogas, ficando numa Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais. Durante esse tempo, a esposa visitou-o no presídio e juntava economias dela e do marido, para pagar a desintoxicação e o advogado. Após sair da cadeia e diminuir o uso de drogas, Nélson voltou a lançar o disco “A Volta do Boémio nº1”, um grande sucesso renovado.
Após poucos anos, abandonou de vez o vício, sempre com o apoio da mulher. Totalmente recuperado, retomou a sua carreira, cada vez mais bem sucedida.
Continuou a gravar regularmente nos anos 1970, 80 e 90, reafirmado a posição entre os recordistas nacionais de vendas de discos.
Venceu o Prémio Nipper da RCA, dado aos que permanecem muito tempo nesta gravadora e que só tinha sido entregue a Elvis Presley. Durante a sua carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns, vendeu cerca de 75 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina.
Morreu em consequência de um enfarte agudo do miocárdio. Encontra-se sepultado no Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro. A história da sua vida foi tema de uma peça teatral e de um documentário cinematográfico.

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