sábado, 8 de dezembro de 2018

8 DE DEZEMBRO - GOLDA MEIR


EFEMÉRIDE - Golda Mabovitch Meir, uma fundadora e primeira-ministra do Estado de Israel, morreu em Jerusalém no dia 8 de Dezembro de 1978.  Nascera em Kiev, em 3 de Maio de 1898. Emigrou para a Terra de Israel em 1921, tendo militado no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai. Além de primeira embaixadora israelita na URSS em 1948, foi ministra do Interior, das Negócios Estrangeiros, do Trabalho e secretária-geral do Mapai.
Conhecida pela firmeza das suas convicções, estava à frente do Estado de Israel no seu momento mais dramático: a Guerra do Yom Kipur, na qual tropas egípcias e sírias atacaram Israel, cuja população estava distraída pelas comemorações do Dia do Perdão judaico.
Proveniente de uma humilde família judaica, em 1906 emigrou com a família para Milwaukee, nos Estados Unidos. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção norte-americana do Congresso Judaico Mundial.
Em 1917, casou com Morris Myerson, tendo emigrado em 1921 para a Palestina. Golda Meir tornou-se, então, membro do Kibutz Merchavia e, três anos mais tarde, aderiu à Histadrut (Confederação Geral do Trabalho), passando entre 1932 e 1934 a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
Nos anos que antecederam e durante a Segunda Guerra Mundial, Golda Meir ocupou lugares fulcrais na hierarquia política: foi chefe do departamento político da Agência Judaica (a maior autoridade em Israel sob administração britânica) e da Organização Sionista Mundial.
Após a Declaração de Independência do Estado de Israel em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben-Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel na União Soviética, durante quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre 1949 e 1956, Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956/66), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do Mapai, entre 1966 e 1968.
Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições democráticas: tinha uma câmara única - o Knesset - e foram fundados vários partidos políticos. O partido mais representativo de todos era o Mapai (movimento socialista). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (movimento de esquerda) fundiram-se em Julho de 1968, com o objectivo de formarem o Partido Trabalhista. No ano seguinte, este novo partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo uma aliança eleitoral - a Maarakh (Frente Operária).
Em 1969, após a morte do presidente Levi Eshkol, Golda Meir formou Governo, sendo primeira-ministra de Israel durante cinco anos (1969/1974). Na sua primeira entrevista colectiva de imprensa, como primeira-ministra, bradou, aos vizinhos árabes, que estaria disposta a qualquer coisa pela paz, excepto o suicídio nacional. Convidou, explicitamente, o então presidente do Egipto, Nasser, para a mesa de negociações, dizendo que iria mesmo ao Cairo, caso necessário, para negociar devoluções de território pacificamente. Embora Nasser tenha recusado, o seu sucessor Sadat atendeu aos pedidos.
Durante esse período, não acatou as resoluções da ONU, que invalidavam a anexação israelita de Jerusalém Oriental e ordenavam a retirada de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 na Guerra dos Seis Dias, por entender que, não havendo contrapartida para impedir ataques dos palestinianos e de nações árabes, tais medidas colocariam, em risco, a existência do Estado de Israel. Golda Meir aplicou uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados, chegando a ordenar o assassinato das suas lideranças.
Em 6 de Outubro de 1973, deu-se a quarta guerra do conflito árabe-israelita, chamada Guerra do Yom Kipur (os israelitas celebram, nesse dia, a grande data religiosa de Yom Kipur, onde se faz jejum completo durante 25 horas, daí o nome atribuído ao conflito). No início da guerra, os israelitas foram apanhados completamente de surpresa pelas invasões do Egipto e da Síria, por acreditarem que seriam respeitados no dia mais importante do seu calendário religioso.
A Síria atacou pelas Colinas do Golan, ao norte de Israel, e o Egipto encarregou-se da península do Sinai e do canal de Suez, ao sul do país, desencadeando, assim, uma guerra em duas frentes. Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa de Israel. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Penetraram com tanques e artilharia no território sírio, a precisamente 32 quilómetros da capital Damasco (que teve os seus subúrbios bombardeados) e a 100 quilómetros do Cairo, capital egípcia.
Como consequência do conflito, os países árabes decidiram parar de exportar petróleo para os Estados Unidos e para países que apoiavam a sobrevivência de Israel, o que levou à crise do petróleo.
Em Abril de 1974, Golda Meir apresentou a sua demissão, dadas as críticas à sua actuação e à do seu ministro da Defesa, Moshe Dayan (herói da Guerra dos Seis dias), na Guerra do Yom Kipur, e pelos baixos resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo general Yitzhak Rabin.
Em 5 de Março de 1976, Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu partido, em virtude da demissão de Meir Zarmi do cargo de secretário-geral, tendo publicado, nesse mesmo ano, um livro de carácter autobiográfico - “A minha vida”.
Em Dezembro de 1978, Golda Meir faleceu vítima de cancro, aos 80 anos de idade.  O seu nome foi dado a vários locais nos Estados Unidos e em Israel. A sua vida foi evocada em diversos filmes.

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