Em 2012, foi imortalizado no Hall
da Fama do atletismo, criado no mesmo ano como parte das celebrações pelo
centenário da IAAF.
Al Oerter começou a sua
carreira de atleta por acaso, aos 15 anos, caminhando num parque, quando um
disco caiu perto dos seus pés e ele lançou-o de volta ao grupo que praticava o
lançamento, mas o disco caiu muito depois do local onde eles se encontravam.
Incentivado pelo facto, começou a treinar a modalidade ao mesmo tempo que
passou a cursar a Universidade do Kansas em 1954.
Ao lado do dinamarquês Paul
Elvstrøm (Vela), do norte-americano Carl Lewis (Salto em comprimento) e do
britânico Ben Ainslie (Vela), são os únicos tetracampeões olímpicos de uma
prova individual em quatro edições consecutivas.
Tendo um talento natural para
a modalidade (1,93 m e 127 kg), Oerter começou a destacar-se nos torneios
universitários e, em 1956, conseguiu a qualificação para representar os Estados
Unidos nos Jogos de Melbourne. Entrando na competição sem ser o favorito
da prova, Al lançou o disco a 56,36m, o seu melhor lançamento até então, e
conquistou a medalha de ouro.
A sua carreira parecia
acabada, aos vinte anos de idade, quando sofreu um grave acidente
automobilístico no ano seguinte e quase morreu. Entretanto, conseguiu com muito
esforço recuperar a tempo de participar nos Jogos de Roma em 1960, onde
teria que competir com o seu compatriota favorito ao ouro e então recordista
mundial, Rink Babka. Perdendo para Babka até ao quarto lançamento e aconselhado
pelo companheiro antes do quinto, Oerter lançou o disco a 59,18 m, batendo o
recorde olímpico e ganhando novamente a medalha de ouro.
Em 1964, após bater o recorde
mundial em 1962, era o franco favorito para uma terceira medalha nos Jogos
de Tóquio, mas uma contusão no pescoço pouco antes das Olimpíadas
fê-lo participar na prova sob fortes dores, impedindo-o de realizar o último
lançamento. Mesmo assim, a sua qualidade como lançador na época era tão
superior aos demais, que Al conseguiu vencer a prova batendo o seu próprio
recorde olímpico com um lançamento de 61,00 m e a conquistar o tricampeonato
olímpico.
Ele voltou uma última vez às Olimpíadas,
de 1968 na Cidade do México, mas já havia sido superado pelo compatriota
Jay Silvester. Aos 32 anos, Al era dado como acabado para uma competição do
nível das Olimpíadas, e jamais tinha lançado o disco às mesmas
distâncias em que Silvester tinha conseguido nos anos anteriores.
Todavia, aqueles eram os Jogos
Olímpicos, onde Al Oerter se sentia em casa, era o maior nome da história
do lançamento do disco e o tricampeão olímpico. Na prova, a experiência e a
raça de Al falaram mais alto e ele derrotou o seu compatriota com um lançamento
de 64,78 m, novamente recorde olímpico, tornando-se o primeiro atleta do mundo
a conquistar quatro medalhas de ouro consecutivas na mesma modalidade do
atletismo.
Retirou-se do atletismo em
1968, mas voltaria ainda a assombrar o mundo do lançamento do disco doze anos
mais tarde, em 1980, quando aos 43 anos tentou novamente a qualificação para os
Jogos de Moscovo ficando em quarto lugar e conseguindo o melhor
lançamento da sua vida, 69,43 m, alguns meses mais tarde (no sistema de
qualificação norte-americano, disputado num torneio Pré-Olímpico (Olympic
Trials) específico para cada modalidade, os três primeiros de cada prova
estão classificados para disputar as Olimpíadas e o quarto fica como
reserva).
Ele recebeu a sua última
honraria internacional quando foi escolhido para ser um dos condutores da tocha
olímpica dentro do estádio olímpico de Atlanta nos Jogos de 1996, aos 59
anos de idade.
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