Ela é lembrada pelos seus
esforços em melhorar as condições de trabalho dos professores na década de 1890,
pelas suas contribuições para revistas pedindo a melhoria das condições de
trabalho para as mulheres e, nos anos 1900, pelo apoio ao sufrágio
feminino. Ela foi membro activo de várias organizações femininas.
Linda Malnati era filha de
Carolina e Giacomo Pedrioli. Educada no ambiente democrático da cidade, ela
adquiriu um interesse pela justiça social e emancipação feminina, fortemente
influenciada pelas feministas Laura Solera Mantegazza, Alessandrina Massini
Ravizza e Anna Maria Mozzoni.
O seu primeiro artigo foi
publicado no jornal republicano “Libertà”. Em 1875, foi contratada pelo Município
de Milão como professora primária para as séries iniciais e, em 1888, para
as séries superiores. Malnati dedicava-se ao ensino, acreditando que a educação
e a emancipação estavam por trás da regeneração da sociedade, levando ao
desenvolvimento democrático. Ela também se comprometeu a melhoras as condições
de vida e trabalho dos professores, incluindo salários iguais para homens e
mulheres, um assunto sobre o qual ela escreveu em diversos periódicos e
jornais.
Com o objectivo de incentivar
as mulheres trabalhadoras a organizarem-se, ao lado de Anna Kuliscioff e
Carlotta Clerici, em 1890 ela fundou uma seção feminina na Camera del lavoro
de Milão, formando uma espécie de sindicato. Em 1893, fundou uma secção
para os professores primários, ao mesmo tempo que revitalizava e presidia a Lega
per la tutela degli interessi femminili (Liga para a Protecção dos
Interesses Femininos), qua havia sido criada por Anna Maria Mozzoni em
1881. No final da década de 1890, ela participou em várias manifestações
operárias, especialmente as ocorridas em Maio de 1898.
Escrevendo no periódico “Vita
femminile” (“Vida Feminina”), ela comentava sobre a relação entre o
socialismo e feminismo, apelando às mulheres para unir a luta de classes com a
luta de género. Entre as organizações femininas em que actuou, em 1903 ela
estabeleceu um Comitato per il risveglio dell’attività femminile (Comité
pelo Despertar da Actividade Feminina) sob a Associação de Professores
de Milão. Isto fez com que um número de professores homens formassem a sua
própria sociedade masculina. Malnati também promoveu a educação pré-escolar e
apoiou a Universidade Popular de Milão, como membro do comité director.
Em contraste com os dogmas do
partido socialista, Malnati considerava o sufrágio feminino a chave para o
desenvolvimento e emancipação feminina. Após Roberto Mirabelli ter levantado a
questão do sufrágio universal nas discussões parlamentares de 1904, Malfati -
ao lado de Mozzoni - estabeleceu o Comitato milanese Pro Suffragio (Comité
Milanês pelo Sufrágio) em 1906, bem como um comité de coordenação nacional.
Na Convenção de Milão, organizada por católicos em Abril de 1907, ela
reforçou a importância do sufrágio feminino. No ano seguinte, no Congresso
Nacional de Mulheres Italianas, ela chegou a apresentar uma moção para
proibir o ensino religioso em escolas primárias, substituindo-o por aulas comparativas de
religião. Depois da moção ser aprovada, os católicos interromperam a sua
colaboração com associações femininas seculares e criaram sua própria
organização de mulheres.
Em 1914, ao lado de Carlotta
Clerici, Malnati propôs a fundação de uma liga pela neutralidade. Durante a Primeira
Guerra Mundial, ela ajudou no trabalho de assistência civil e cuidou de
refugiados. De 1914 a 1920, comandou o orfanato Le Stelline, do o qual
já era associada. Em 1917, Malnati assumiu mais uma vez a causa da paz,
promovendo o envolvimento internacional.
Sofrendo de doença grave,
Linda Malnati aposentou-se em Blevio, na costa leste do Lago de Como, onde
faleceu em de Outubro de 1921.
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