Líder do Partido Histórico,
mais tarde re/designado Partido Progressista, foi também ministro do Interior
e das Finanças e, entre 1879 e 1880, chefe de Governo.
Era filho de Anselmo José
Braamcamp de Almeida Castelo Branco (1792/1841), cavaleiro da Casa Real;
secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros (1820); deputado às Cortes
Constituintes de 1821; conselheiro de Estado (1822) e de Maria
Inácia Braamcamp de Almeida Castelo Branco (1788/1829). Foi o penúltimo na
ordem de nascimento de cinco filhos, sendo baptizado em oratório privado da
casa de seus pais, em 14 de Novembro.
Braamcamp, advogado e maçom,
era um firme apoiante do Partido Histórico, tendo sido eleito, pela
primeira vez, em 1851, deputado da Nação às Cortes (a designação
do Parlamento Português sob a Monarquia Constitucional).
Contra as propostas políticas
alternativas a favor do iberismo em Portugal, foi criada em 1861 a Comissão
Central 1º de Dezembro de 1640, reunindo entre outros o próprio José
Braancamp, que se uniu imediatamente a ela pelo seu ideal de raiz patriótica.
A sua primeira experiência
governativa foi a passagem pelo ministério do Interior (à data designado
ministério do Reino), entre 1862 e 1864, no segundo governo do duque de
Loulé, então líder do Partido Histórico. Entre 1869 e 1870, foi ministro
das Finanças (ou dos Negócios da Fazenda, como então era uso
dizer-se), no terceiro governo de Loulé.
Entre 1871 e 1877, com o Partido
Regenerador, de cariz conservador, no poder (primeiro governo de Fontes
Pereira de Melo), os históricos viram-se na oposição. Após a morte de Loulé, em
1875, Braamcamp assumiu a liderança do partido e da oposição ao governo de
Fontes.
No ano seguinte, faleceu igualmente
o Marquês de Sá da Bandeira, originariamente também ele um líder dos
históricos; todavia, havia entrado em discórdia com as políticas de Loulé e
fundara, com alguns apoiantes, o seu próprio partido - o Partido Reformista.
No entanto, sem o seu líder, os reformistas desnortearam-se. Um dos grandes
méritos de Braamcamp foi conseguir reconciliar novamente históricos e reformistas.
Desta forma, Braamcamp
conseguira unir as duas maiores forças da oposição contra o governo de Fontes
Pereira de Melo, e viu aumentarem grandemente as suas hipóteses de pôr termo a
um dos mais longos períodos de governação dos regeneradores.
Em 29 de Maio de 1879, na
sequência de um escândalo financeiro envolvendo o ministro da Fazenda
António de Serpa Pimentel com o Banco Nacional Ultramarino, o segundo
governo de Fontes Pereira de Melo caiu. Em 1 de Junho, o rei D. Luís designou
Braamcamp como presidente do Conselho.
O seu governo, no entanto,
seria de curta duração. Tal ficou essencialmente a dever-se ao facto de Fontes
não se ter conformado com a perda do Poder; como tivesse proposto uma
moção de desconfiança no Parlamento, o ministério progressista acabou
por cair. Braamcamp voltou de novo à oposição, tendo falecido antes de voltar a
colocar o seu partido no Poder.
O seu sucessor à frente do Partido
Progressista foi José Luciano de Castro, o qual, um ano após a morte de
Braamcamp (1885), levou de novo os progressistas ao Poder.
O seu nome consta na lista de
colaboradores da “Revista do Conservatório Real de Lisboa” (1842).
Anselmo José Braamcamp
faleceu em Lisboa pelas 5 horas da manhã de 13 de Novembro de 1885, na sua
residência, Pátio do Tijolo, número 6, freguesia das Mercês, contando 68 anos
de idade. Dizia-se que tinha uma saúde fraca e semanas antes esteve na Praia da
Granja para recuperação do seu estado, mas acabou por piorar falecendo no dia
seguinte ao retorno. Foi sepultado, no dia 14, em jazigo de família no Cemitério
dos Prazeres.
Era casado com D. Miquelina
de Vecchi, que era estéril. Teve uma única filha, perfilhada, de mãe incógnita,
Júlia Maria das Neves Braamcamp (1857/1923), que casou, em 1875, com Luís
Augusto da Cunha de Mancelos Ferraz de Portugal e Menezes (1851/1914), deputado
e Moço Fidalgo da Casa Real, com exercício no Paço, tendo
oito filhos.
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