"Escrita - Acto Solitário, mas que se deve Partilhar" - Gabriel de Sousa *** "Quanto mais envelhecemos, mais precisamos de ter que fazer" - Voltaire *** "Homens de poucas palavras são os melhores" - Shakespeare *** "Um Banco é como um tipo que nos empresta o chapéu-de-chuva quando está sol e que o pede assim que começa a chover" - Mark Twain
sábado, 13 de março de 2010

Foi viver para Silves ainda criança, fixando-se em Portimão aos 25 anos de idade. Estudou Jornalismo. Começou a escrever poemas aos 11 anos, ganhando o seu primeiro prémio de poesia aos 13. Foi eleito, por várias vezes, “Príncipe dos Poetas Algarvios”, obtendo a consagração máxima em 1951, quando foi aclamado “Príncipe dos Poetas Portugueses”, nos Jogos Florais Nacionais.
Versos seus foram declamados por João Villaret e Natália Correia, entre outros. Como jornalista, foi fundador e director de “A Rajada”, tendo colaborado nos jornais “Ala Esquerda”, “Vibração”, “Espectáculo”, “Artes e Letras”, “Diário de Lisboa”, “Diário Ilustrado” e “Correio do Sul”, entre outros.
Foi eleito membro da Associação Internacional de Poetas de Cambridge e galardoado com o Diploma de Mérito Municipal pela Câmara Municipal de Portimão em 1992.
O seu nome figura na toponímia da cidade de Portimão e, desde 2005, existe uma estátua sua, em bronze, na zona ribeirinha da cidade.
João Braz trabalhou com igual talento vários géneros poéticos, não dispensando porém a musicalidade da poesia rimada. A sua produção literária alargou-se ainda ao Teatro, a Revistas, Autos e Contos.
sexta-feira, 12 de março de 2010

Liza Minnelli fez a sua primeira aparição no cinema, com apenas dois anos e meio, na cena final do filme de Judy Garland “In the Good Old Summertime”. Com dezasseis anos, foi para Nova Iorque por sua conta, para iniciar a carreira artística, estreando-se na Broadway em “Best foot forward” Em 1964, a mãe convidou-a para participarem juntas num espectáculo em Londres, que teve grande êxito.
Liza, aos 23 anos, foi nomeada para um Oscar, pelo seu papel em “The Sterile Cuckoo”. Seguiram-se outros papéis dramáticos e, em 1972, conquistou o Oscar pela actuação na longa-metragem “Cabaret”. Tornou-se assim a única titular de um Oscar, cujos pais também tinham ganho o mesmo prémio. “Cabaret“ foi um dos grandes sucessos de bilheteira em Hollywood e lançou Liza como um dos maiores ícones do cinema mundial.
Foi simultaneamente capa das revistas “Time” e “Newsweek”. Além de “Cabaret”, uma das suas interpretações mais conhecidas foi “New York, New York”, do musical de mesmo nome.
Em 1974 participou como narradora do filme “Isto é o espectáculo”, com Fred Astaire e Gene Kelly. Gravou com Frank Sinatra o CD “Duets” e Sammy Davis Jr juntou-se a eles para uma série de concertos e espectáculos na televisão, que tiveram grande sucesso (1980).
Nos últimos anos, a sua carreira tem estado voltada mais para o teatro e para a música. Grande amiga de Charles Aznavour, que ela considera como seu mentor, tem interpretado as suas canções nos Estados Unidos. Em 1992 fez uma série de concertos com o cantor francês, nos dois lados do Atlântico (Palais des Congrès em Paris e Carnegie Hall em Nova Iorque). No mesmo ano participou num gigantesco concerto de caridade, realizado no mítico estádio de Wembley, em memória de Freddie Mercury, acompanhando os membros que restavam dos “Queen” na célebre canção “We are the champions”.
Em 1997, sofreu uma cirurgia nas cordas vocais, aproveitando o tempo para assistir a todos os filmes do pai. Isso levou-a a entrar num espectáculo na Broadway intitulado “Minnelli on Minnelli”.
Já nos anos 2000 fez várias tournées pela Europa e pela América. Por ocasião da morte de Michael Jackson, homenageou o cantor em diversas manifestações. Tem participado activamente na luta contra a Sida e actua frequentemente em França para angariação de fundos para a associação “Care”.
Em 1991 a Câmara de Comércio de Los Angeles recompensou-a com uma estrela no “Passeio da Fama”, pela sua carreira artística. Liza Minnelli foi casada (e divorciada) quatro vezes.
quinta-feira, 11 de março de 2010

Ficou conhecido sobretudo pelo poema “Jerusalém libertada”, no qual descreve os combates imaginários entre cristãos e muçulmanos, no fim da primeira cruzada, durante o cerco de Jerusalém. É um dos clássicos renascentistas.
Após abandonar os estudos de jurisprudência, que iniciara em Pádua, entrou em 1565 para a corte dos “Estenses”, onde passou sete anos sem ocupação fixa. Nessa época já tinha planeado e estava a escrever o seu célebre poema, terminado apenas em 1575.
Afligido, entretanto, por muitos escrúpulos de ordem estética e especialmente religiosa, foi sempre adiando a publicação da obra. Agravando-se o seu estado de espírito, Tasso começou a dar mostras de descontrolo mental e a mania de perseguição não tardou em torná-lo perigoso. Esteve várias vezes recolhido em conventos e manicómios e foi, numa dessas ocasiões, que lhe roubaram os manuscritos do poema, publicando-o sem sua autorização.
O poema suscitou vivas polémicas, que ainda mais agravaram o estado de Tasso. Doente e na miséria, passou a mendigar protecção e favores ora numa corte, ora noutra, recebendo já no último ano da sua vida, a graça de uma pensão papal. Em 1593 fez ainda aparecer o seu poema revisto, sob o título de “Jerusalém conquistada”.
quarta-feira, 10 de março de 2010

Desde muito cedo se revelou um bom marcador de golos no Sporting de Luanda. Com 19 anos chegou a Lisboa, mas não assinou logo contrato. Deu porém a sua palavra de honra em como jogaria no Sporting, sem ter sequer discutido questões monetárias. Apesar de abordado por um clube do norte, julga-se que o F. C. do Porto, e também pelo Benfica, Peyroteo não aceitou pois estava verbalmente comprometido com o Sporting.
Estreou-se com a camisola do sportinguista em Setembro de 1937, num Torneio no Campo das Salésias defrontando o Benfica, jogo que venceu por 5-3 com dois golos de sua autoria. Neste seu primeiro ano no Sporting, Peyroteo ajudou o clube a conquistar mais um Campeonato de Portugal, tendo contribuído depois decisivamente para a conquista de 5 Campeonatos Nacionais e 4 Taças de Portugal.
Peyroteo foi por seis vezes o melhor marcador do campeonato nacional, prova em que apontou 331 golos em 197 jogos, uma média fantástica de 1,6 golos por jogo, média ainda hoje não superada por nenhum jogador do mundo em jogos a contar para os respectivos campeonatos nacionais.
Realizou 393 jogos com a camisola “leonina” (1937-1949), tendo marcado 635 golos. Ao longo da sua carreira disputou 432 jogos marcando 700 golos.
Os 43 golos que marcou no Campeonato Nacional de 1947/48 só vieram a ser ultrapassados por outro sportinguista: Yazalde que, em 1973/74, marcou 46. Foi internacional vinte vezes, marcando catorze golos.
Peyroteo terminou a sua carreira aos 31 anos, depois de um curto ano ao serviço de “Os Belenenses”. Faleceu, vítima de ataque cardíaco, aos 60 anos de idade.
terça-feira, 9 de março de 2010

Profumo ficou conhecido pelo alegado envolvimento num escândalo com uma prostituta, o “Profumo Affair” (1963). Abandonou então a vida política, o que contribuiu para a queda do Governo conservador de Harold Macmillan no ano seguinte.
Em Julho de 1960, Profumo entrara para o Governo britânico, sendo nomeado Ministro da Guerra e tornando-se membro do Conselho Privado.
Em Janeiro de 1961, numa festa no domicílio do Visconde Astor em Cliveden, encontrou Christine Keeler, uma call girl com a qual teve uma breve relação de algumas semanas. Rumores sobre esta ligação foram postos a circular. Christine Keeler teve igualmente uma relação com Yevgeny Ivanov, Adido principal da Marinha na Embaixada Soviética. Num contexto de suspeição de espionagem, o “caso Profumo” começou a tomar uma dimensão nacional.
Em Dezembro de 1962, uma cena de tiros em Londres, que envolveu dois homens que tinham contactos com Christine Keeler, levou a imprensa a pesquisar a vida dela. Os jornalistas encontraram rapidamente as ligações com Profumo e Ivanov. Porém, a tradição britânica que consistia em respeitar a vida privada dos políticos foi mantida até Março de 1963. Foi então que George Wigg (Partido Trabalhista) interpelou a Câmara dos Comuns sobre os problemas de segurança nacional causados pela suposta ligação de Profumo com Christine. Profumo admitiu a relação, mas refutou sempre a acusação de eventuais indiscrições. Pediu no entanto a demissão do Governo, da Câmara dos Comuns e do Conselho Privado.
Profumo passou a trabalhar como voluntário numa organização de beneficência de Londres. Contribuiu para a angariação de fundos importantes, graças aos seus talentos de político. Continuou este trabalho durante o resto da vida. Estas actividades ajudaram a restabelecer a sua reputação. Nomeado Comendador da Ordem do Império Britânico em 1975, vinte anos mais tarde foi mesmo convidado por Margaret Thatcher para o seu 70º aniversário. Profumo nunca mais falou do assunto até ao fim dos seus dias, mesmo quando o filme “Scandal” e a publicação das memórias de Christine Keeler vieram desenterrar o seu passado.
segunda-feira, 8 de março de 2010
MULHER DE TALENTO (conto)
Era o último dia de aulas antes da Páscoa. A professora dirigia-se às suas alunas:
- Quando voltarem, depois das férias, vão trazer-me uma pequena composição contando a história de uma “mulher de talento”. Ao texto que eu considerar melhor ou mais original atribuirei uma obra de uma conhecida escritora portuguesa.
As miúdas entreolharam-se, meio atrapalhadas, sem saber o que dizer nem o que haveriam de escrever.
- Não se assustem, pois vou distribuir uma pequena lista onde poderão escolher entre vários nomes. Há para todos os gostos. Escritoras, Cientistas, Santas, Feministas, Desportistas, Políticas, Rainhas… Portuguesas e estrangeiras. Para conhecerem as respectivas vidas podem consultar enciclopédias que tenham lá em casa ou mesmo a Internet. Neste último caso não se limitem a copiar. Tomem conhecimento e utilizem as vossas próprias palavras, simples mas contando o essencial. Se alguém tiver dificuldades para estas pesquisas, fale-me após a aula, pois arranjarei modo de poderem vir aqui à Escola e terão tudo o que for necessário na Biblioteca.
A campainha tocou. As crianças arrumaram as coisas nas mochilas, levantaram-se e começaram a sair, recebendo a folha prometida e despedindo-se da professora, com votos de “Feliz Páscoa”.
Chuviscava um pouco, mas até sabia bem pois o tempo estava abafado. Sofia encaminhou-se para casa. Não era muito longe. Não tinha nenhuma enciclopédia, mas a mãe comprara-lhe um computador no mês anterior. Para evitar a despesa, porém, ainda não tinha ligação à Internet. Com a ajuda da mãe ou de alguma amiga, haveria de resolver o problema.
Quando chegou a casa, trocou impressões com a mãe. Olharam para a folhita amarrotada, que Sofia tirou no bolso e leram alguns nomes conhecidos, outros nem tanto: Florbela Espanca, Madame Curie, Joana d’Arc, Maria Lamas, Rosa Mota, Maria de Lurdes Pintasilgo, Rainha Santa Isabel e tantas outras. Nenhum dos nomes lhes despertou demasiada atenção.
- Mãe, vamos jantar e amanhã decidirei. Estou cansada, mas parece-me que até já tenho uma ideia!
No dia seguinte, bastante cedo, mal a mãe saiu para o trabalho, Sofia tomou banho, comeu o pequeno-almoço e sentou-se em frente do computador. Escreveu, apagou, emendou, tornou a escrever… Só deu por ser hora de almoço quando a mãe meteu a chave à porta.
- Mãezinha, já fiz praticamente o trabalho. Só mais umas emendas e estará pronto. Mas é surpresa. Quando recomeçarem as aulas, eu mostro-te.
A escola voltou a alegrar-se com o bulício das jovens. O toque da campainha fez parar as brincadeiras e todas se dirigiram para as respectivas salas de aula.
- Fizeram todas o trabalho que eu pedi? – Perguntou com um sorriso a professora Marília.
- Sim!!! Responderam em uníssono.
- Então, cada uma vai ler a sua história e eu vou tomando notas.
Quando chegou a vez de Sofia, esta levantou-se e, com voz a princípio tímida e depois um pouco mais solta, começou a ler: «Maria do Rosário vivia em Olhão, numa comunidade de pescadores. Cedo perdeu o pai e, meses mais tarde, a mãe. Ajudou a criar os três irmãos mais novos com o apoio da sua velha avó, que vivia de um rendimento mínimo que recebia desde a morte do seu homem, tragado pelas ondas do mar, que tão pródigo é a dar peixe, mas que por vezes tão impiedoso é a ceifar vidas. Mais tarde, foi servir para a casa de uma família abastada. Sendo uma bela moçoila, muitos eram os pretendentes, embora ela não fosse muito dada a namoricos. Até que um dia conheceu Isidoro, empregado nos Caminhos-de-Ferro. Amor à primeira vista e casamento meses depois.
Ficou grávida e o marido pediu-lhe para que ela trabalhasse apenas em casa para não se esforçar muito.
Uma noite, no regresso de um dia de trabalho, Isidoro despistou-se e embateu violentamente contra um camião TIR que vinha em sentido contrário. Esteve alguns dias em coma e não sobreviveu.
Maria do Rosário quase perdeu o interesse pela vida, mas lembrando-se do fruto que trazia no ventre, foi pedir trabalho aos antigos patrões. Num esforço quase sobre-humano inscreveu-se também numa escola para adultos com o intuito de tirar pelo menos a instrução primária e poder assim arranjar um emprego melhor e mais seguro.
Entretanto a criança nasceu. Era uma menina. Teve de ficar em casa, pois não tinha dinheiro para pagar a uma ama. Agarrou-se aos livros e continuou a estudar. Propuseram-lhe um emprego como “auxiliar” no Hospital. O ordenado mais a pequena pensão do marido chegavam para pôr a menina numa creche enquanto ia trabalhar e, poupando, ainda poderia pagar a uma ama durante umas horas para poder continuar a estudar à noite. Conseguiu completar o 9º ano de escolaridade e obteve a transferência para os Serviços Administrativos do Hospital.
A filha continuava a estudar. Maria do Rosário prometeu a si mesma que a filha haveria de ter os estudos que ela não conseguira ter. O talento não se mede apenas em descobertas, em obras-primas ou em resultados desportivos. Maria do Rosário tivera o sublime talento de saber ser Mulher e ser Mãe!»
Lidas estas palavras, Sofia começou a soluçar, escondendo a cara entre as mãos. Emocionada também, a professora perguntou-lhe quem era afinal esta Maria do Rosário.
- É a minha mãe, senhora professora!
As alunas, num gesto nunca antes visto, levantaram-se e aplaudiram com as lágrimas nos olhos. O prémio já tinha dona.
Quando chegou a casa, a mãe perguntou-lhe com ansiedade:
- Quem ganhou, minha filha?
- Ganhámos as duas, mãezinha! Eu ganhei este livro e tu… ganhaste o título da “Mãe Mais Talentosa do Mundo”!
Ficaram abraçadas longos minutos, misturando lágrimas, beijos e murmúrios.
Gabriel de Sousa
NB - Menção Honrosa nos 38ºs Jogos Florais Internacionais de Nossa Senhora do Carmo - 2008 (Fuseta)

Desde criança revelou grande interesse pelo mundo da moda e, durante a adolescência, insatisfeita com a roupa que era vendida no Funchal, começou a criar roupas para si própria. Graças à sua fluência em línguas estrangeiras, trabalhou no Funchal como guia turística de uma agência de viagens.
Em 1990 mudou-se para Lisboa com o objectivo de seguir a carreira de estilista. Abriu, com uma amiga, uma loja chamada “Versos”, onde vendia essencialmente roupa de criadores internacionais. Em 1992 o nome da loja mudou para “Fátima Lopes”. Em Setembro do mesmo ano, participou num espectáculo de moda realizado num convento de Lisboa, onde as suas criações foram muito bem acolhidas.
Em 1994 mostrou as suas roupas pela primeira vez no “Salon du Prêt-à-Porter Féminin” em Paris. No ano seguinte participou no grande evento de moda nacional, o “Portugal Fashion”. Entre 1996 e 1998 começou a desenhar também sapatos e carteiras, quer para o público feminino, quer para homens.
Em 1996 abriu a sua primeira loja internacional, situada na capital parisiense. Desde 1999 tem participado duas vezes por ano no Salão da Moda de Paris, sendo actualmente a única portuguesa a estar presente. Em 2000 causou grande atenção mediática por desfilar na capital francesa o mais caro biquíni do mundo, em ouro e diamantes, avaliado em cerca de um milhão de dólares.
Em 2002 foi convidada pela Mattel para criar uma boneca Barbie, tendo decidido reproduzir na boneca o biquíni de ouro e diamantes que usara em Paris. Em 2003 abriu a sua primeira loja de roupa nos Estados Unidos da América, situada em Los Angeles.
Fátima Lopes tem defendido publicamente a utilização de peles verdadeiras na indústria da moda, o que tem originado vários protestos por parte dos defensores dos direitos dos animais.
domingo, 7 de março de 2010
Depois do divórcio dos pais em 1792, fez os seus estudos em instituições religiosas de Lugano, Merate e Milão. Após a morte do pai foi viver para Paris com a mãe, na companhia da qual passou a frequentar salões literários parisienses. Assim se relacionou com ideólogos, que representavam o movimento filosófico mais importante da época. Em 1801 escreveu o poema “O Triunfo da Liberdade” onde desenvolveu ideias jacobinas.
Casou-se em 1808 com Henriette Blondel. Em 1810, refugiou-se numa igreja quando de um movimento da multidão, ocasionado pela explosão de uma bomba à passagem de Napoleão I. Julgando ter perdido a mulher, encontrou-a no entanto mais tarde. Vendo aí um sinal divino, converteu-se ao catolicismo. Nesse mesmo ano voltou para Itália.
Escreveu “Hinos” entre 1812 e 1815 e o seu melhor drama (“Adelchi”) entre 1820 e 1821, obras que se inspiravam já no romantismo.
A sua obra-prima, “I promessi sposi”, traduzida para português com o título “Os noivos”, foi escrita entre 1821 e 1842. Terminou a primeira versão deste romance histórico em 1823 mas, insatisfeito, reescreveu-o por duas vezes.
Dedicou-se depois ao estudo e à elaboração de ensaios críticos, históricos e morais. Metade da sua vida foi marcada por lutos sucessivos. A morte da primeira esposa Henriette em 1833 foi seguida do falecimento de vários dos seus filhos e de sua mãe. Em 1837 casou-se em segundas núpcias com Teresa Borri, de quem ficaria viúvo anos mais tarde. A morte do filho mais velho em 1873 foi o drama que precipitou o seu fim.
A Itália homenageou-o, sendo o seu enterro acompanhado até ao cemitério de Milão pelos príncipes reais, por várias personalidades do Estado e por um imenso cortejo de anónimos. Giuseppe Verdi compôs um Requiem em sua memória, em 1874.
sábado, 6 de março de 2010

Dick Fosbury experimentou pela primeira vez esta nova técnica aos 16 anos. Ele não gostava do estilo predominante, o “método straddle”, e utilizara até então o ultrapassado “salto de tesoura”.
Depois de se formar na Medford High School em 1965, inscreveu-se na Universidade do Estado de Oregon.
Fosbury venceu em 1968 o Campeonato da NCAA com 2,19 m usando a sua nova técnica e ficou seleccionado para os Jogos Olímpicos com um salto de 2,21 m.
Nos Jogos Olímpicos de 1968 no México, ganhou a medalha de ouro, estabelecendo um novo recorde olímpico com 2,24 m e mostrando o potencial da sua técnica. Apesar das reacções terem sido cépticas no início, o "Salto Fosbury" tornou-se rapidamente popular.
Quatro anos depois, nas Olimpíadas de Munique, 28 dos 40 competidores utilizaram já a nova técnica. Nos Jogos Olímpicos de 1980, 13 dos 16 finalistas olímpicos utilizaram-na também. Dos 36 medalhados, de 1972 a 2000, 34 utilizaram o "Salto Fosbury". Actualmente continua a ser a técnica mais popular.
Fosbury, depois de ter obtido o diploma de engenheiro, pôs fim prematuramente à sua carreira atlética que, para ele, não era mais que um passatempo,
Graças ao seu estilo, o recorde mundial passaria rapidamente de 2,28 (com o russo Valery Brumel) para 2,45 m (com o cubano Javier Sotomayor).
Esta técnica também só foi possível ser desenvolvida com a presença de colchões para a queda, que substituíram as antigas caixas de areia. Com efeito, o saltador cai desamparado depois de passar a fasquia, o que seria muito perigoso se não tivesse havido esta importante alteração.
Com uma vida profissional bem sucedida, Dick continuou sempre a praticar desportos: ciclismo, montanhismo, esqui, etc. Em 2008 foi-lhe diagnosticado um linfoma e foi operado a um tumor ao nível da coluna vertebral. Fez quimioterapia e, em Março de 2009, pôde anunciar que a doença estava em remissão.
sexta-feira, 5 de março de 2010

Oriundo de uma família fidalga, foi desde muito cedo imbuído de ideais monárquicos, católicos e conservadores. Foi sempre um sincero amigo do povo e a sua poesia é disso reflexo. O pai pertenceu ao círculo íntimo do poeta António Nobre.
Estudou Direito na Universidade de Coimbra, acabando por se licenciar em Lisboa (1926). Exerceu a advocacia, foi subdelegado do Procurador da República e, posteriormente, professor de português em duas escolas técnicas do Porto, tendo sido director da Escola Mouzinho da Silveira.
Foi um entusiástico estudioso e divulgador do folclore português, criador e patrocinador de diversos ranchos folclóricos minhotos, tendo sido, durante os anos 1960 e 1970, autor e apresentador de um popular programa na RTP sobre esta temática.
Colaborou no Movimento da Revista “Presença”. Apesar de bem acolhida por numerosos críticos, a sua vastíssima obra poética, em que tentou conciliar a expressão metafórica elaborada com a tradição popular, o paganismo com a formação católica, e a expressão do corpo - às vezes erótica - com valores religiosos, está injustamente votada ao esquecimento. Entre os seus poemas mais famosos, destacam-se “Povo que Lavas no Rio” e ”Havemos de Ir a Viana”, imortalizados por Amália Rodrigues. Escreveu igualmente várias obras sobre folclore e danças populares.
quinta-feira, 4 de março de 2010

Aos vinte anos, tomava conta de crianças e lavava táxis para conseguir sustentar a família. Começou a sua carreira como cantora, em grupos vocais dos anos 1950, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, já vendia bastantes discos, mas recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe trouxe o desejo de emigrar a fim de poder fazer da música a sua profissão.
O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário anti-apartheid “Come Back, Africa”, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza. A recepção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi para Londres, onde se encontrou com o cantor e actor negro norte-americano Harry Belafonte, que se tornou o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande activista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade. A sua canção “Pata Pata” foi um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prémio Grammy na categoria de música folk, com o disco “An Evening with Belafonte/Makeba”.
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros Sul-Africanos, perante o Comité das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos da África do Sul pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e à sua nacionalidade foram recusados, tornando-se apátrida.
Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o activista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do Presidente Sékou Touré. Nos anos 1980, Makeba chegou a ser delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o “Prémio da Paz Dag Hammarskjöld”. Separada de Carmichael desde 1973, continuou a vender discos e a fazer espectáculos em África, na América do Sul e na Europa.
Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção “A Luta Continua” (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias.
A morte da sua filha única em 1985 levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se fixou. Dois anos depois, voltou triunfalmente ao mercado norte-americano.
Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam Makeba pôde regressar finalmente à sua pátria em 1990, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid.
Agraciada em 2001 com a “Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn”, «por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial», Miriam continuou a actuar em todo mundo e, em 2005, anunciou uma digressão de despedida com vários meses de duração.
Em 9 de Novembro de 2008, durante um concerto em Nápoles, de apoio a Roberto Saviano, autor de um livro sobre a Camorra e que era perseguido por esta organização mafiosa, sofreu um ataque cardíaco, morrendo no hospital durante a madrugada seguinte.
quarta-feira, 3 de março de 2010

Filho de pais pobres, começou a trabalhar muito novo, como marçano. Conseguiu concluir o Curso Geral do Comércio. Mais tarde foi bombeiro, atingindo o posto de comandante.
Teve a sua formação teatral em grupos amadores, estreando-se profissionalmente em 1910, no palco do “Teatro da Rua dos Condes”, em “O Novo Cristo”.
Contratado pela Companhia Alves da Silva, nela participou em peças como “O Conde de Monte Cristo” e “O Rei Maldito”.
Foi para o Brasil em 1913, onde permaneceu até 1921, numa tournée com a Companhia Teatral de António de Sousa. De volta a Portugal, trabalhou vários anos consecutivos na Companhia de Teatro Satanela-Amarante, em peças de teatro ligeiro e de revista. Integrou ainda as companhias de Lopo Lauer, António de Macedo, Comediantes de Lisboa e Vasco Morgado.
Foi “A Canção de Lisboa”, de Cottinelli Telmo (1933), que o projectou no cinema e firmou a sua popularidade e engenho como actor. Interpretou personagens cómicas e dramáticas em mais de trinta películas, de que se salientam “As Pupilas do Senhor Reitor” (1935), “O Pátio das Cantigas” (1942), “O Costa do Castelo” (1943), “Amor de Perdição” (1943), “Camões” (1946), “O Leão da Estrela” (1947) e “Fado” (1948).
Foi distinguido em 1966 com o Oficialato da Ordem Militar de Santiago da Espada, uma das mais antigas ordens militares, que tem por fim distinguir o “mérito literário, científico ou artístico” e é atribuído pelo Presidente da República.
terça-feira, 2 de março de 2010
Foi considerado um ícone do seu tempo.
Publicou mais de sessenta livros para crianças, entre os quais "The Grinch Stole Christmas", que inspirou um filme vencedor de três Oscars em 2000 (“How the Grinch Stole Christmas”). Foi também guionista do filme “Design to Death”, vencedor do Oscar do Melhor Documentário (1947), escrito enquanto servia no Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial («como voluntário, por odiar os nazis»).
O filme “Horton e o mundo dos quem” foi baseado igualmente numa das suas obras. Os seus livros mais conhecidos são “Horton choca um ovo”, “Como Grinch roubou o Natal” e “O Gato no Chapéu”.
As suas obras foram objecto de onze adaptações para televisão, três para cinema e outra para uma comédia musical na Broadway.
Trabalhou também como ilustrador em campanhas publicitárias e como desenhador para “PM”, uma revista nova-iorquina.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Praticamente autodidacta, foi nomeado investigador por decreto-lei e equiparado a professor catedrático. Nos anos 1960, conseguiu grande projecção mesmo nos meios científicos norte-americanos.
Era diplomado em engenharia mecânica e tecnologia de automóveis pela Escola Industrial Marquês de Pombal.
Dirigiu desde 1958 o já extinto Centro de Estudos Astronáuticos e foi desenhador chefe da Escola Naval do Ministério da Marinha até 1962.
Foi delegado oficial de Portugal em diversos congressos promovidos pela Federação Internacional de Astronáutica, onde apresentou projectos da sua autoria. Dois deles intitulam-se “A Limitação Dinâmica da Liberdade do Espaço Cósmico” (Londres, 1959) e “A Utilização de Planetóides Artificiais no Voo Interplanetário” (Estocolmo, 1960).
Na sequência desta última comunicação, Eurico da Fonseca expôs “O Projecto Bumerangue”, em Tóquio, num simpósio da Japan Rocket Society. A ideia foi, posteriormente, discutida com o engenheiro da NASA John C. Houbolt (responsável pela concepção do primeiro módulo lunar), no Centro de Investigação Langley, em Hampton, Virgínia, EUA, em 1961.
No mesmo ano, a convite do Governo, participou no “Spaceflight Report to the Nation” em Nova Iorque. Nesta ocasião ficou a conhecer a indústria norte-americana da astronáutica e visitou as instalações da NASA, sendo a primeira pessoa não norte-americana a ter este privilégio.
Conheceu os principais dirigentes do Programa Apolo, tomando conhecimento dos problemas que tinham surgido durante a sua fase inicial.
Foi convidado a participar na “Conferência sobre Naves Tripuladas” em 1963, organizada em Los Angeles pela American Astronautical Association - sob a presidência de Maxwell Hunter, responsável pelo Programa Mercury e então vice-presidente do USA National Aeronautics and Space Council.
Foi autor do vocabulário oficial de Astronáutica em português, elaborado em 1960, em colaboração com a Academia de Ciências de Lisboa, o Centro de Estudos Filológicos do Instituto para a Alta Cultura, a Federação Internacional de Astronáutica e a Sociedade Interplanetária Brasileira.
Assumiu as funções de investigador do Centro de Estudos Especiais da Armada de 1962 a 1984, ano em que se reformou.
Leccionou na Universidade Nova de Lisboa e obteve o Prémio Einstein pelo «melhor trabalho na imprensa portuguesa sobre ciência e tecnologia» (1985).
Notabilizou-se como comentador de assuntos científicos. Na rádio, acompanhou em directo na Emissora Nacional a descida do primeiro homem na Lua em 1969 e comentou os voos espaciais norte-americanos e soviéticos.
Na televisão, foi apresentador e autor do programa “5ª Dimensão” da RTP e comentador de ciência no programa “Ponto por Ponto”, de Raul Durão, até 1995.
Colaborou nos jornais O Volante, Diário Popular e A Capital, onde foi responsável pelo suplemento História do Automóvel e pela secção de Computadores.
Foi autor da série de ficção científica “O Segredo de Marte”, emitida nos meados dos anos 1980, e reposta em 1993, na RDP. Desde a década de 1960, traduziu cerca de 260 livros de ficção científica para a editora “Livros do Brasil”.
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- 14 DE SETEMBRO - JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS
- 13 DE SETMBRO - VÍTOR DAMAS
- 12 D SETEMBRO - JOÃO TEIXEIRA SOARES DE SOUSA
- 11 DE SETEMBRO - VIRGINIA MADSEN
- 10 DE SETEMBRO - CYNTHIA LENNON
- 9 DE SETEMBRO - DAVID A. STEWART
- 8 DE SETEMBRO - MAX BLECHER
- 7 DE SETEMBRO - CAMILO PESSANHA
- 6 DE SETEMBRO - NAOMIE HARRIS
- 5 DE SETEMBRO - DIOGO ABREU
- 4 DE SETEMBRO - HENRY FORD II
- 3 DE SETEMBRO - PATRÍCIA CANDOSO
- 2 DE SETEMBRO - ANDREAS EMBIRIKOS
- 1 DE SETEMBRO - JOAQUIN BALAGUER
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setembro
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Acerca de mim

- Gabriel de Sousa
- - Lisboa, Portugal
- Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...