EFEMÉRIDE – Miriam Makeba, de seu verdadeiro nome Uzenzile Makeba Qgwashu Nguvama, cantora sul-africana, também conhecida como "Mama Afrika", grande activista pelos direitos humanos e contra o apartheid, nasceu em Joanesburgo no dia 4 de Março de 1932. Faleceu em Castel Volturno, Itália, em 10 de Novembro de 2008.
Aos vinte anos, tomava conta de crianças e lavava táxis para conseguir sustentar a família. Começou a sua carreira como cantora, em grupos vocais dos anos 1950, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, já vendia bastantes discos, mas recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe trouxe o desejo de emigrar a fim de poder fazer da música a sua profissão.
O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário anti-apartheid “Come Back, Africa”, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza. A recepção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi para Londres, onde se encontrou com o cantor e actor negro norte-americano Harry Belafonte, que se tornou o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande activista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade. A sua canção “Pata Pata” foi um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prémio Grammy na categoria de música folk, com o disco “An Evening with Belafonte/Makeba”.
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros Sul-Africanos, perante o Comité das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos da África do Sul pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e à sua nacionalidade foram recusados, tornando-se apátrida.
Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o activista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do Presidente Sékou Touré. Nos anos 1980, Makeba chegou a ser delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o “Prémio da Paz Dag Hammarskjöld”. Separada de Carmichael desde 1973, continuou a vender discos e a fazer espectáculos em África, na América do Sul e na Europa.
Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção “A Luta Continua” (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias.
A morte da sua filha única em 1985 levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se fixou. Dois anos depois, voltou triunfalmente ao mercado norte-americano.
Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam Makeba pôde regressar finalmente à sua pátria em 1990, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid.
Agraciada em 2001 com a “Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn”, «por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial», Miriam continuou a actuar em todo mundo e, em 2005, anunciou uma digressão de despedida com vários meses de duração.
Em 9 de Novembro de 2008, durante um concerto em Nápoles, de apoio a Roberto Saviano, autor de um livro sobre a Camorra e que era perseguido por esta organização mafiosa, sofreu um ataque cardíaco, morrendo no hospital durante a madrugada seguinte.
Aos vinte anos, tomava conta de crianças e lavava táxis para conseguir sustentar a família. Começou a sua carreira como cantora, em grupos vocais dos anos 1950, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, já vendia bastantes discos, mas recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe trouxe o desejo de emigrar a fim de poder fazer da música a sua profissão.
O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário anti-apartheid “Come Back, Africa”, a cuja apresentação compareceu, no Festival de Veneza. A recepção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi para Londres, onde se encontrou com o cantor e actor negro norte-americano Harry Belafonte, que se tornou o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande activista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade. A sua canção “Pata Pata” foi um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prémio Grammy na categoria de música folk, com o disco “An Evening with Belafonte/Makeba”.
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros Sul-Africanos, perante o Comité das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos da África do Sul pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e à sua nacionalidade foram recusados, tornando-se apátrida.
Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o activista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do Presidente Sékou Touré. Nos anos 1980, Makeba chegou a ser delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o “Prémio da Paz Dag Hammarskjöld”. Separada de Carmichael desde 1973, continuou a vender discos e a fazer espectáculos em África, na América do Sul e na Europa.
Em 1975, participou nas cerimónias da independência de Moçambique, onde lançou a canção “A Luta Continua” (slogan da Frelimo), apreciada até aos nossos dias.
A morte da sua filha única em 1985 levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se fixou. Dois anos depois, voltou triunfalmente ao mercado norte-americano.
Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam Makeba pôde regressar finalmente à sua pátria em 1990, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid.
Agraciada em 2001 com a “Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn”, «por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial», Miriam continuou a actuar em todo mundo e, em 2005, anunciou uma digressão de despedida com vários meses de duração.
Em 9 de Novembro de 2008, durante um concerto em Nápoles, de apoio a Roberto Saviano, autor de um livro sobre a Camorra e que era perseguido por esta organização mafiosa, sofreu um ataque cardíaco, morrendo no hospital durante a madrugada seguinte.
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