domingo, 8 de setembro de 2013

8 DE SETEMBRO - PETER SELLERS


 
EFEMÉRIDEPeter Sellers, de seu verdadeiro nome Richard Henry Sellers, actor britânico, nasceu em Portsmouth, Hampshire, em 8 de Setembro de 1925. Morreu em Londres no dia 24 de Julho de 1980. Era muito popular entre o público mundial, mercê dos seus papéis em várias películas, tais como o de Inspector-Chefe Clouseau, na série de filmes “A Pantera Cor-de-rosa”.
Estudou numa escola católica, se bem que o pai fosse protestante e a mãe uma judia de origem portuguesa. Era ainda primo muito afastado de um boxeur português (Daniel Mendonça - 1764/1836) que ele venerava, tendo mesmo uma gravura dele na sua secretária de trabalho.
Durante a Segunda Guerra Mundial, alistou-se na Royal Air Force, mas nunca pilotou devido a problemas de visão. Esteve na Índia e na Birmânia, tendo servido igualmente na Alemanha e em França. Para se distrair da vida militar, inscreveu-se na Entertainments National Service Association, onde aperfeiçoou as suas faculdades artísticas.  
Tornou-se famoso no seu país, através da série da BBCThe Goon Show”, antes de se lançar numa carreira cinematográfica de sucesso internacional.
Além de Clouseau, Sellers criou personagens antológicos como o sinistro Dr. Strangelove e o jardineiro Chance do filme “Being There”. Numa entrevista, no entanto, declarou: «odeio tudo o que faço, não sei como vocês gostam».
Em 1964, aos 38 anos, quando filmava a comédia de Billy Wilder “Kiss Me, Stupid”, sofreu uma série de ataques cardíacos, que lhe danificaram de forma permanente o coração. A sua saúde deteriorou-se também porque ele adiou os tratamentos médicos adequados e optou por “curandeiros psíquicos”. Teve mais tarde, nos finais de 1970, um pacemaker implantado, que lhe trouxe ainda mais problemas.
Tinha sido agendado para Londres um jantar-reunião, a realizar em Julho de 1980, com os seus parceiros do “Goon Show”, Spike Milligan e Harry Secombe. Em 22 de Julho, porém, Sellers entrou em colapso depois de novo ataque cardíaco e ficou em coma, tendo falecido dois dias depois.
No seu testamento, Sellers solicitou que a canção de Glenn Miller “In the Mood” fosse tocada no seu funeral. O pedido é considerado como um derradeiro toque de humor, já que ele odiava aquela peça.
Casou-se quatro vezes, a última das quais 3 anos antes de morrer. Entre várias distinções recebidas, incluindo nomeações para os Oscares, ganhou o BAFTA de Melhor Actor Britânico em 1960 e o Globo de Ouro de Melhor Actor em 1980.   

sábado, 7 de setembro de 2013

7 DE SETEMBRO - MARIA MONTEZ


 
EFEMÉRIDEMaria Montez, de seu verdadeiro nome Maria Africa Garcia Vidal, actriz dominicana, morreu em Suresnes (França) no dia 7 de Setembro de 1951. Nascera em Santa Cruz de Barahona, em 6 de Junho de 1912. Era esposa do actor francês Jean-Pierre Aumont.
Aos 23 anos, viajou para Nova Iorque para tentar fortuna no mundo da moda, acabando por ser contratada pelos estúdios Universal em 1940. Adoptou o nome artístico Maria Montez, em homenagem a uma bailarina que se chamava Lola Montez.
Depois de algumas presenças discretas no cinema, entrou numa série de filmes de aventuras exóticas que decidiram a sua carreira: “As Mil e Uma Noites” e “Ali Babá e os 40 ladrões”, entre outros.  
Em 1947, Maria Montez – a “bomba latina” – distinguiu-se sobremaneira num filme histórico do célebre realizador Max Ophüls. Contracenou seguidamente com Jean-Pierre Aumont, seu futuro marido, no remake de “A Atlântida” (1948). Dirigida por John Brahm, entrou na película “O Ladrão de Veneza” em 1951.
Casada com Aumont, instalou-se na Europa, entrando em vários filmes rodados em França e Itália, muitas das vezes em conjunto com o marido.
Parecia estar a especializar-se em filmes históricos de aventuras, quando desapareceu de forma trágica e inesperada. Foi descoberta morta na banheira, vítima de crise cardíaca. Foi enterrada no cemitério parisiense de Montparnasse.
Ao aeroporto internacional da cidade dominicana de Santa Cruz de Barahona, foi dado o seu nome. Fez 28 filmes ao longo da sua carreira (1940/1951). Escreveu três livros: “Hollywood Wolves I Have Tamed”, “For Ever is a Long Time” e “Reunion in Lilith”. Escreveu também poesias, que foram publicadas na revista “Páginas Banilejas”. Foi ainda autora de duas canções: “Doliente” e “Midnight Memories”. Maria Montez foi uma luz que se apagou prematuramente, aos 39 anos de idade.

ABRAÇO DE AMIZADE (quadras)



Montagem de Fátima de Souza (Bahia)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

6 DE SETEMBRO - JOSÉ VICENTE DE FREITAS


 
EFEMÉRIDEJosé Vicente de Freitas, militar, cartógrafo e político português, morreu em Lisboa no dia 6 de Setembro de 1952. Nascera na Calheta, Madeira, em 22 de Janeiro de 1869.  
Ingressou na carreira de oficial do Exército, sendo alferes em 1891 e tenente-coronel em 1917. Iniciou a sua participação política como governador civil do distrito do Funchal (1915), a que se seguiu a eleição para o cargo de deputado pela Madeira (Abril de 1918). Durante a Primeira Guerra Mundial, foi subcomandante de uma brigada que operou em território francês (Flandres).
Encabeçou o grupo republicano apoiante do golpe de 28 de Maio de 1926, com António Osório, João Tamagnini Barbosa, Pestana Lopes e Ferreira Martins, tornando-se numa das figuras cimeiras do regime que se seguiu.
Republicano conservador, foi o inspirador da União Nacional. Entre vários cargos políticos que ocupou, foi ministro do Interior (1927/28) e presidente do Ministério (primeiro-ministro) de Abril de 1928 a Julho de 1929, acumulando com a pasta do Interior. Foi ainda ministro das Finanças interino de 18 a 26 de Abril de 1928, sendo substituído nesse cargo por Salazar que, formalmente a seu convite, entrou assim na vida política, iniciando o percurso que o conduziria à chefia do Governo e do Estado Novo. Foi também presidente da Câmara Municipal de Lisboa, lugar de onde foi demitido por Salazar em 1933, por ter criticado publicamente a transformação da União Nacional num partido político.
Com efeito, no âmbito da discussão do projecto de Constituição, José Vicente de Freitas dirigiu uma carta ao presidente da República Óscar Carmona, que foi publicada no “Século”. Nessa exposição, considerava expressamente que, dentro do 28 de Maio, além de uma corrente nacionalista, havia outra «francamente republicana que, sem de maneira nenhuma defender o regresso à desordem política criada pela Constituição de 1911, era liberal e democrática». Criticava assim a perspectiva dominante, que defendia a transformação da União Nacional num partido político, por temer que, se assim acontecesse, «os seus aderentes constituiriam uma casta privilegiada que pretenderia confundir-se com o Estado». A exposição terminava, afirmando que «a Assembleia Nacional a eleger seria de facto nomeada na sede da União Nacional e no Ministério do Interior e não representaria a vontade da nação, mas sim a vontade do Governo. Se o Estado tem realmente de ser forte, o pensamento não pode deixar de ser livre».
Atingira o posto de general em 1928. Depois da sua passagem pela vida política, reingressou na carreira militar, terminando-a como comandante da Academia Militar (1935/1939).
Para além do Exército e da Política, dedicou-se também ao Ensino, quer como autor de manuais escolares de Desenho para o ensino secundário, quer como organizador de cursos para a escola de cabos e sargentos do Exército. Fora também professor da Escola Nacional desde 1895, instituição de que foi depois director (1917).
Recebeu várias condecorações e distinções: em Fevereiro de 1919 foi feito Comendador da Ordem Militar de Avis; em Agosto de 1928 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito; em Agosto de 1930 recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Coroa de Itália; em Outubro de 1930 foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis; e em Junho de 1932 foi feito Grande-Oficial da Ordem Nacional do Mérito de Cuba.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

5 DE SETEMBRO - MAURICE CHALLE


 
EFEMÉRIDEMaurice Challe, general francês, principal organizador do Putsch dos Generais na Argélia em 1961, nasceu em Pontet (Vaucluse) no dia 5 de Setembro de 1905. Morreu em 18 de Janeiro de 1979.
Ingressou na Escola Militar de Saint-Cyr em 1923, sendo subtenente dois anos depois. Saído da Escola Militar, entrou para a Aviação, recebendo formação de piloto. Em 1932, foi promovido a capitão. Em 1937, ingressou na Escola Superior de Guerra Aérea, terminando em Julho de 1939 a sua formação de oficial do estado-maior.
Em 1940, participou nas batalhas aéreas no Norte da França e foi promovido a oficial da Legião de Honra. Depois do armistício de Junho de 1940, tomou o comando de Grupo de Reconhecimento 2/14 em Avignon. Depois da ocupação da “Zona livre”, entrou na Resistência integrando o Serviço de Informações. Em 1944, a trabalhar sob o nome código de Guy, transmitiu para Londres importantes documentos secretos sobre a aviação alemã. Depois do desembarque na Normandia, tornou-se inspector de uma esquadrilha de bombardeiros.
Em 1947, foi transferido para o estado-maior da aviação e, em 1949, recebeu – como general de brigada – o comando da aviação francesa no protectorado de Marrocos. Em 1953, foi nomeado director da Escola Superior de Guerra Aérea. Promovido a general de divisão, tornou-se chefe do estado-maior geral em 1955. Depois da sua promoção a general da aviação, ascendeu a adjunto do general Raoul Salan na então Argélia francesa. 
Fez parte da delegação francesa na reunião secreta tripartida de Sèvres, que antecedeu a operação Mosqueteiro, reacção à nacionalização do canal do Suez por Nasser, que fornecia igualmente ajuda material à FLN (Frente de Libertação Nacional argelina).
Substituiu seguidamente o general Salan em Argel (Dezembro de 1958). As operações contra a FLN passaram a seguir o que se chamou “Plano Challe”. Em Abril de 1960, foi chamado a Paris e, até à sua demissão (desaprovando a política de autodeterminação argelina por parte da França) em Janeiro de 1961, recebeu o comando das forças aliadas da NATO na Europa Central, cujo quartel-general estava implantado em Fontainebleau.
Em 11 de Abril de 1961, de Gaulle deu uma conferência de imprensa, na qual precisou que a França não seria obstáculo à política de autodeterminação argelina e da consequente Argélia soberana. Challe, que vinha a ser solicitado desde há semanas por um pequeno grupo de coronéis para encabeçar um golpe militar, decidiu no dia seguinte fazer parte do complot.
Em 20 de Abril, embarcou incógnito num avião de transporte de tropas com destino ao aeroporto de Argel. O seu plano previa a adesão do exército que estava na Argélia, tomar a capital e acabar com a guerra, fazendo regressar a França os 200 000 soldados do serviço militar obrigatório que ali se encontravam e ocupar o país com 300 000 soldados profissionais, pondo de Gaulle “ao pé da parede”. No dia 22 de Abril, com os seus colegas André Zeller (encarregado da intendência), Edmond Jouhaud (responsável das relações com a população) e em ligação com Raoul Salan, organizou e participou no Putsch dos Generais.
Ao fim de quatro dias e cinco noites, porém, Challe teve de se render. O golpe militar tinha falhado e foi enviado sob detenção para Paris. Foi condenado por um tribunal militar a 15 anos de prisão e à perda de direitos cívicos. Libertado por antecipação em Dezembro de 1966, seria amnistiado por de Gaulle em 1968. Publicou ainda as suas recordações, sob o título “Nossa Revolta”.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

4 DE SETEMBRO - JOSÉ LUÍS PEIXOTO


 
EFEMÉRIDEJosé Luís Peixoto, romancista, poeta e dramaturgo português, nasceu em Galveias, Ponte de Sor, no dia 4 de Setembro de 1974. Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (inglês e alemão) pela Universidade Nova de Lisboa, foi jornalista, crítico literário e professor na cidade da Praia (Cabo Verde) e em várias cidades portuguesas, antes de se dedicar profissionalmente à escrita no ano 2000.
A sua obra encontra-se alicerçada no género romanesco, mas tem publicado livros de poesia, teatro e prosa em diversos géneros. Recebeu o Prémio Jovens Criadores (área de Literatura) nos anos de 1997, 1998 e 2000. Em 2001, o seu romance “Nenhum Olhar” recebeu o Prémio Literário José Saramago.
Está representado em diversas antologias de prosa e de poesia nacionais e estrangeiras. Em 2001, publicou “A Criança em Ruínas”, o seu primeiro livro de poesia. Com edições sucessivas, depressa atingiu os 15 mil exemplares vendidos, número raramente atingido por um primeiro livro de poesia.
É colaborador de diversas publicações nacionais e estrangeiras (“Time Out”, “Jornal de Letras”, “Visão”…). Em 2005, escreveu as peças de teatro “Anathema” (estreada no Théâtre de la Bastille, em Paris) e “À Manhã” (estreada no Teatro São Luiz, em Lisboa).
Em 2006, publicou o romance “Cemitério de Pianos”. No ano seguinte, em Saragoça, este livro ganhou o Prémio Cálamo – Otra Mirada, atribuído ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha em 2007.
Ainda em 2007, estreou a peça ”Quando o Inverno Chegar”, no Teatro São Luiz, em Lisboa. A sua obra “Nenhum Olhar” (publicada em Inglaterra sob o título “Blank Gaze”) fez parte da lista dos melhores livros publicados na Grã-Bretanha em 2007 do “Financial Times”.
Os seus romances estão editados em França, Itália, Bulgária, Turquia, Finlândia, Holanda, Espanha, República Checa, Roménia, Croácia, Bielorrússia, Polónia, Brasil, Grécia, Reino Unido, Estados Unidos, Hungria, Israel, etc., estando traduzidos num total de 20 idiomas e sendo distribuídos em mais de 60 países.
Em 2008, após a edição de “Nenhum Olhar” nos Estados Unidos (sob o título “The Implacable Order of Things”), este romance foi integrado na selecção semestral “Discover Great New Writers” das livrarias Barnes & Noble, sendo o único romance em língua estrangeira a fazer parte dessa lista, o que lhe facultou uma exposição excepcional na maior cadeia de livrarias dos Estados Unidos e do mundo. O seu livro de poesia “Gaveta de Papéis” recebeu o Prémio de Poesia Daniel Faria (2008).
Cemitério de Pianos” foi, em 2009, um dos 10 finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura. O Município de Ponte de Sor criou um prémio literário com o nome de José Luís Peixoto, para jovens autores. Os livros “Morreste-me” e “Gaveta de Papéis” foram publicados em braille. Em 2010, participou no Festival Passeurs de monde(s) em Poitiers (França). Em 2011, “Nenhum Olhar” foi publicado também em escrita para invisuais.
Os seus livros têm tido referências críticas elogiosas em publicações internacionais de referência como, entre outras, “The Guardian”, “Esquire”, “San Francisco Chronicle”, “El País”, “ABC”, “Le Fígaro”, “Le Monde”, “Corriere de la Sera”, “L'Unità” e “Folha de São Paulo”.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

3 DE SETEMBRO - FERDINAND PORSCHE


 
EFEMÉRIDEFerdinand Porsche, engenheiro austríaco, famoso pelos seus projectos inovadores, que influenciaram de maneira determinante praticamente toda a indústria automóvel alemã, nasceu em Maffersdorf, então no Império Austro-Húngaro e hoje na República Checa, em 3 de Setembro de 1875. Morreu em Estugarda no dia 30 de Janeiro de 1951.
Porsche é mais conhecido por ter desenhado o primeiro Volkswagen Käfer (em Portugal, conhecido como “Carocha”) e pelas suas contribuições para os tanques de guerra alemães, modelos Tiger I, Tiger II e Elefant. Foi condecorado por Hitler, em 1937, com o Prémio Nacional Alemão das Artes e Ciências, uma das raras condecorações do Terceiro Reich.
Desde muito jovem, Porsche demonstrou grande aptidão para trabalhos mecânicos. Estudou de noite na Escola Técnica Imperial em Liberec, ajudando o pai na sua loja durante o dia. Finalizado o curso, conseguiu um emprego em Viena quando tinha 18 anos, passando a frequentar a Universidade sempre que podia e de forma clandestina, por falta de recursos. Excluindo as aulas a que assistiu, Porsche não teve nenhuma educação superior em engenharia.
Cinco anos depois, foi trabalhar com o fabricante de carroçarias Jakob Lohner & Co. Ferdinand Porsche sentia-se atraído pela indústria automobilística que nascia e Jakob Lohner começou a construir automóveis em 1896.
O seu primeiro projecto, lançado em 1898, ficou conhecido como “Sistema Lohner-Porsche”, uma carroçaria movida por um motor de combustão interna e com um sistema de direcção híbrido, composto de quatro motores eléctricos montados nas rodas. Foi apresentada na Exposição Universal de Paris em 1900. A carroçaria, que atingia 56 km/h, bateu vários recordes de velocidade na Áustria e também venceu o Rali de Exelberg em 1901, dirigida pelo próprio Porsche. Posteriormente, foi melhorada com motores Daimler e Panhard, mais potentes, que lhe deram outros recordes de velocidade. Mais de 300 carroçarias foram vendidas. Em 1905, Porsche foi agraciado com o Prémio Poetting como o mais destacado engenheiro de automóveis austríaco.
Em 1902, fez o serviço militar. Foi motorista do arquiduque Francisco Fernando, cujo assassinato desencadearia a Primeira Guerra Mundial na década seguinte.
Em 1906, a Austro-Daimler recrutou Porsche como seu projectista chefe. O principal negócio da empresa, porém, era o fabrico de armas de guerra: camiões, canhões motorizados e aviões. Porsche tornou-se gerente da Austro-Daimler em 1916 e recebeu o grau honorífico de doutor, “Dr. techn h.c.”, da Universidade Técnica de Viena em 1917. Porsche continuou a construir automóveis de competição com êxito, ganhando 43 de 53 corridas, com o seu modelo de 1922. No ano seguinte, saiu da Austro-Daimler após divergências sobre os rumos a seguir no desenvolvimento dos automóveis.
Alguns meses depois, começou a trabalhar como director técnico na Daimler Motoren Gesellschaft, em Estugarda. Recebeu outro doutoramento honorífico da Universidade Técnica de Estugarda, pelo seu trabalho na Daimler e, posteriormente, um título honorário de professor. Ainda na Daimler Motoren, desenvolveu diversos projectos de automóveis de corrida, que dominaram as competições nos anos 1920.
Em 1926, a Daimler Motoren Gesellschaft e a Benz fundiram-se na Daimler-Benz e os seus produtos em conjunto passaram a ser conhecidos como Mercedes-Benz. O conceito de Porsche sobre um automóvel Mercedes-Benz pequeno e de baixo peso não teve, entretanto, aceitação da directoria da Daimler-Benz. Saiu da empresa em 1929 e foi para a Steyr. A “Grande Depressão” trouxe porém o colapso da Steyr e Porsche ficou desempregado.
Em Abril de 1931, fundou a sua própria empresa de consultadoria. A equipa de trabalho incluía o filho, Ferry Porsche. O primeiro projecto desta equipa foi o desenho de um carro médio para o fabricante Wanderer. Logo surgiram outros.
Conforme o negócio ia crescendo, Porsche decidiu trabalhar no seu próprio desenho, que era uma reencarnação do pequeno carro que projectara na Daimler-Benz em Estugarda. A fábrica Zündapp decidiu patrocinar o projecto, mas perdeu o interesse após conseguir sucesso com as suas motocicletas. Mais tarde, a NSU também quis patrociná-lo, mas também desistiu devido aos altos custos. Depois disso, ninguém parecia interessado num projecto deste tipo, até que Adolf Hitler incluiu na sua agenda a ideia de motorizar o país e que todos os alemães deveriam ter um automóvel ou um tractor no futuro. Em Junho de 1934, Porsche conseguiu um contrato para construir três protótipos baseados no seu desenho. Os três carros ficaram prontos no Inverno de 1936.
Mais ou menos por essa época, Porsche desenhou um carro de corridas para a Auto Union, a fim de competir com os Silver Arrows da Daimler-Benz. O carro ficou conhecido por “P-Wagen” e foi tanto inovador quanto bem sucedido.
Após a guerra, em Novembro de 1945, Porsche foi solicitado para continuar o desenho do Volkswagen em França e para deslocar a fábrica e os seus equipamentos para aquele país como “reparações de guerra”. Diferenças de opinião dentro do governo francês e objecções da indústria automobilística francesa fizeram abortar o processo antes dele se iniciar. Ferdinand e Ferry Porsche acabaram por ser presos como criminosos de guerra em Dezembro de 1945. Ferry foi libertado, mas Ferdinand foi mantido numa prisão em Dijon durante 20 meses sem julgamento.
Enquanto Ferdinand esteve preso, Ferry mantinha a empresa em funcionamento. Um contrato foi concluído para a participação num “Grand Prix”, com o modelo 360 Cisitalia. O carro acabou por nunca participar em competições, mas o dinheiro que a Porsche recebera foi usado para libertar Ferdinand da prisão francesa. A empresa, entretanto, também vinha a consertar viaturas, bombas de água e guindastes, tendo iniciado igualmente um novo projecto, o Porsche 356, o primeiro veículo a ter a marca Porsche. Instalara-se em Gmünd, na época território austríaco, onde se abrigava dos bombardeamentos aliados.
A família Porsche voltou a Estugarda em 1949, sem saber como reiniciar os seus negócios. Os bancos não lhes davam crédito, pois as fábricas continuavam sob custódia americana e não podiam servir de garantia.
Porsche foi posteriormente contratado pela Volkswagen como consultor e recebeu royalties por cada Volkswagen do Tipo I (“Carocha”) fabricado. Isto deixou-o numa situação financeira confortável, pois foram produzidas mais de 20 milhões de unidades. Em Novembro de 1950, visitou a fábrica da Volkswagen em Wolfsburg pela primeira vez desde o final da Segunda Guerra Mundial. Durante a visita, conversou com o então presidente da fábrica acerca do futuro do Volkswagen Carocha”.
Poucas semanas depois, Ferdinand Porsche sofreu um derrame cerebral, do qual nunca recuperou completamente, vindo a falecer em Janeiro de 1951. Em 1987, foi incluído no Automotive Hall of Fame. Em 1996, foi indicado para o International Motorsports Hall of Fame e, em 1999, recebeu o título de “Engenheiro de Automóveis do Século”.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

2 DE SETEMBRO - RÉGIS DEBRAY


 
EFEMÉRIDERégis Jules Debray, filósofo, jornalista, escritor e professor universitário francês, nasceu em Paris no dia 2 de Setembro de 1940. Estudou na Escola Normal Superior de Paris, militou na União dos Estudantes Comunistas e finalizou os estudos na Universidade de Paris I Panteão Sorbonne.
Foi seguidor do marxista Louis Althusser, amigo de Fidel Castro e de Che Guevara nos anos 1960 e acompanhou o Che na guerrilha, especialmente na Bolívia, onde foi preso em 1967. Condenado à morte, viu a pena ser transformada em 30 anos de prisão, devido a uma grande campanha internacional lançada a seu favor por iniciativa de Jean-Paul Sartre. Foi libertado quatro anos mais tarde, tendo-se encontrado nessa ocasião com Salvador Allende e Pablo Neruda. Do seu encontro com Allende nasceria o livro “Encontros com Allende sobre a situação no Chile” e também uma entrevista em vídeo. Regressou a França em 1973.
De 1981 a 1985, foi encarregado de diversas missões de relações internacionais, pelo presidente da República Francesa François Mitterrand. Trabalhou também com Serge e Beate Klarsfeld para os ajudar a organizar a deportação do torcionário nazi Klaus Barbie, que se encontrava refugiado na Bolívia, para que este pudesse ser julgado em França. Foi ainda secretário-geral do Conselho do Pacífico Sul e “mestre” dos Pedidos ao Conselho de Estado. Colocado na situação de “disponibilidade sem vencimento” em 1988, pediu a demissão em 1992. Pertenceu ao Partido Socialista Francês, do qual se distanciou por diferenças ideológicas com Mitterrand.
Em 1991, foi responsável cultural pelo pavilhão francês na Exposição Universal de Sevilha. Em 2002, teve a iniciativa de criar o Instituto Europeu de Ciências das Religiões do qual foi o primeiro presidente, tendo sido nomeado presidente honorário em 2005. Em 2011, foi eleito membro da Academia Goncourt.    
Actualmente, Debray é conhecido sobretudo como o criador da “Mediologia”, neologismo que – segundo ele – designa o «estudo da evolução dos suportes de transmissão das mensagens, que transformaram os costumes e as relações no poder e no saber…». Lecciona no Departamento de Filosofia da Universidade de Lyon.
É autor de mais de cinquenta livros (1967/2013). A sua obra “A revolução na revolução: Luta armada e luta política na América Latina” (1967) influenciou vários movimentos revolucionários de países da América do Sul, que viviam então em ditadura.

domingo, 1 de setembro de 2013

1 DE SETEMBRO - FRANCISCO PINTO BALSEMÃO


 
EFEMÉRIDEFrancisco José Pereira Pinto Balsemão, jornalista, político e empresário português, primeiro-ministro entre Janeiro de 1981 e Junho de 1983 e membro do Clube de Bilderberg, nasceu em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1937. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi jornalista e dirigente político activo, até se dedicar à vida empresarial. É presidente e chief executive officer da holding Impresa e presidente do conselho de administração da SIC, o primeiro canal de televisão privado em Portugal.
Jornalista a partir de 1961, foi chefe de redacção da revista “Mais Alto” e secretariou a direcção do “Diário Popular” até 1963, chegando a integrar o respectivo conselho de administração, entre 1965 e 1971. Em 1973, fundou o jornal “Expresso”, semanário de referência que dirigiu até 1980. Foi professor associado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, entre 1987 e 2002.
Nos últimos anos do Estado Novo, foi deputado independente à Assembleia Nacional, representando a Ala Liberal, juntamente com Sá Carneiro, Magalhães Mota, Mota Amaral e Miller Guerra, entre outros, que lutavam pela abertura do regime à democracia. Após o 25 de Abril de 1974, foi um dos principais fundadores do Partido Popular Democrático, actual PSD. Foi eleito deputado à Assembleia Constituinte, de 1975 a 1976, e à Assembleia da República, em 1979, 1980 e 1985. Após a morte de Francisco Sá Carneiro, ocupou o cargo de primeiro-ministro do VII Governo Constitucional (1981) e do VIII Governo Constitucional (1981/83), ambos constituídos pela coligação entre o PSD, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico.
Entre outras funções públicas que desempenhou, contam-se as de membro do Conselho de Estado, presidente do Conselho Europeu de Editores, presidente do Conselho Consultivo do Banco Privado Português, membro do Conselho Consultivo da Universidade de Lisboa (2007/09), membro do Conselho de Administração do Daily Mail and General Trust PLC (2002) e membro do Conselho Assessor Internacional do Banco Santander Totta (2004). É o único português com estatuto de membro permanente do Clube de Bilderberg e do Steerling Committee. Foi ainda membro do júri do Prémio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional (1996), vice-presidente da Fundação Journalistes en Europe (1995/2003) e presidente do Conselho de Administração do European Institute for the Media (1990/99).
A Impresa é proprietária da holding Impresa Publishing que detém os seguintes títulos: “Expresso”, “Courrier Internacional”, “Blitz”, “Exame”, “Exame Informática”, “Caras”, “Activa”, “Visão”, “TV Mais”, “Jornal de Letras” e “Caras Decoração”, entre outros. A Impresa tem ainda 33.33% do capital da distribuidora Vasp e 22.35% da agência noticiosa Lusa.
Entre os prémios e distinções que recebeu, salientam-se: Personalidade do Ano 1992, atribuído pela Associação de Imprensa Estrangeira; Empresário do Ano 2001/02 e 2011, atribuídos pelo Rotary Clube de Lisboa; e Mérito e Excelência, atribuído pela “SIC/ CARAS”, na XII Gala dos Globos de Ouro, em Abril de 2012.
Recebeu as seguintes ordens honoríficas: Grã Cruz da Ordem da Coroa (Bélgica) – 1981; Grã Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (Brasil) – 1982; Grã Cruz da Ordem do Mérito (Grécia) – 1982; Grã Cruz da Ordem da Bandeira (Hungria) – 1982; Grã Cruz da Ordem do Mérito (Itália) – 1982; Grã Cruz da Ordem de Pianna (Vaticano) – 1983; Grã Cruz da Ordem da Bandeira (República Federal Jugoslava) – 1983 Grã Cruz da Ordem de Isabel a Católica (Espanha) – 1989; Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (Portugal) – 2006; e Grã Cruz da Ordem da Liberdade (Portugal) – 2011. Foi distinguido ainda com os doutoramentos Honoris Causa da Universidade Nova de Lisboa (Abril 2010) e da Universidade da Beira Interior (Outubro 2010).

sábado, 31 de agosto de 2013

APRESENTO-VOS A BEKAS!


(O mais recente elemento do meu agregado familiar)

31 DE AGOSTO - CÉDRIC SOARES



EFEMÉRIDE Cédric Ricardo Alves Soares, jogador de futebol português, também com nacionalidade alemã, a actuar actualmente no Sporting Clube de Portugal, nasceu em Gelsenkirchen, na Alemanha, em 31 de Agosto de 1991.
Iniciou-se mo Centro de Formação do Sporting com a idade de sete anos. Depois de ter passado pelas diferentes categorias juvenis, integrou a equipa sénior do Sporting na época 2010/11, jogando nos impedimentos do titular João Pereira.
Em 2011/12, foi emprestado à Académica de Coimbra, onde se impôs na equipa principal. Conquistou então a Taça de Portugal, regressando seguidamente ao Sporting.
Já foi internacional português de Sub-17, Sub-18, Sub-19, Sub-20 e Esperanças (Sub-21).  

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

30 DE AGOSTO - ELYSIO DE MOURA


 
EFEMÉRIDE – Elysio de Azevedo e Moura, médico e professor psiquiatra português, primeiro bastonário da Ordem dos Médicos, nasceu em Braga no dia 30 de Agosto de 1877. Morreu em Coimbra, em 18 de Junho de 1977. Notabilizou-se no ensino e investigação de Psiquiatria e Neurologia, tendo contribuído, no início da República, para a manutenção do ensino de Medicina na Universidade de Coimbra, que estava em risco de passar para as novas universidades de Lisboa e Porto.
Em Outubro de 1892, apenas com quinze anos de idade, inscreveu-se na Universidade de Coimbra, como aluno de Matemática e Filosofia. Em Julho de 1895, obteve o grau de Bacharel em Filosofia. Ingressou então na Faculdade de Medicina, frequentando o respectivo curso desde 1895 até 1901, ano em que se licenciou com distinção.
Foi nomeado, em 1902, professor substituto da Faculdade de Medicina de Coimbra. Mais tarde, como professor catedrático, regeu as cadeiras de Patologia Interna, Propedêutica Médica, Obstetrícia e Pediatria. Terá sido a regência das cadeiras de Patologia Interna e de Clínica Médica que o motivou para o estudo de Neurologia e Psiquiatria.
Em 1907, conseguiu – graças à sua notoriedade – dar início em Portugal ao ensino de Neurologia e Psiquiatria, na Universidade de Coimbra. A par da investigação e do ensino, dedicou também parte do seu tempo à fundação e direcção daquela que é hoje conhecida como Casa da Infância Dr. Elísio de Moura, em Coimbra.
Em 1939, os colegas elegeram-no para primeiro bastonário da Ordem dos Médicos. Em Junho de 1947, foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada; em Maio de 1961, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Benemerência; e, em Julho de 1971, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Faleceu em 1977, a pouco mais de dois meses de completar 100 anos.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

TOM JONES (1968) - Delilah




29 DE AGOSTO - JOÃO SOARES


 
EFEMÉRIDEJoão Barroso Soares, advogado e político português, filho de Mário Soares e de Maria Barroso, nasceu em Lisboa no dia 29 de Agosto de 1949. Frequentou o Colégio Moderno e o Lycée Français Charles Lepierre, tendo ingressado seguidamente na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa.
Envolvido no movimento democrático estudantil, foi membro da Comissão Pro-Associação dos Liceus (1966) e da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa. Expulso três vezes da universidade, foi para a Alemanha em 1972, frequentando a Akademie Remscheid, como bolseiro da Fundação Friedrich Ebert. Obteve depois a licenciatura na Universidade de Lisboa e iniciou-se na advocacia em 1976. Foi co-fundador da editora Perspectivas & Realidades, onde publicou obras de Raul Brandão e Mário Cesariny, entre outros escritores.
Militante do Partido Socialista desde a sua fundação, desempenhou diversos cargos de relevo, como membro da Comissão Nacional e da Comissão Política (1987/1991) e membro do Secretariado Nacional (1991/1996).
Foi deputado à Assembleia da República pelo círculo de Lisboa entre 1987 e 1989 e, novamente, a partir de 2002. Reeleito em 2005 e 2009. Foi presidente da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Entretanto, dedicou-se à política autárquica, sendo o vereador responsável pelos pelouros da Cultura, Espaços Verdes, Conservação e Obras Diversas da Câmara Municipal de Lisboa (1989/1995).
Exerceu ainda os cargos de deputado ao Parlamento Europeu de 1994 a 1995, presidente da Câmara Municipal de Lisboa de 1995 a 2002 e presidente da Junta Metropolitana de Lisboa de 1998 a 2002.
Em 2004, foi candidato à liderança do PS, após a demissão de Ferro Rodrigues, perdendo para José Sócrates. Foi ainda vereador da Câmara Municipal de Sintra, entre 2005 e 2009, depois de ter sido derrotado por Fernando Seara do PSD.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

28 DE AGOSTO - JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS


 
EFEMÉRIDEJosé Eduardo dos Santos, engenheiro e político angolano, presidente da República de Angola desde 1979, nasceu em Sambizanga, no dia 28 de Agosto de 1942. Por inerência do cargo de presidente, ele é também chefe do Executivo e comandante em chefe das Forças Armadas Angolanas. Em simultâneo, é presidente do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), partido que está no poder desde a independência em 11 de Novembro de 1975.
Frequentou a escola primária em Luanda e fez o ensino secundário no Liceu Salvador Correia. Iniciou a sua actividade política, integrando grupos clandestinos que se constituíram nos bairros suburbanos da capital, no fim dos anos 1950, e juntou-se ao MPLA quando este foi constituído em 1958.
Após a eclosão, em Luanda, da luta contra o poder colonial português, em 4 de Fevereiro de 1961, José Eduardo dos Santos abandonou Angola e passou a coordenar no exílio a actividade da Juventude do MPLA, organismo de que foi um dos fundadores e durante algum tempo vice-presidente.
Integrou, em 1962, o Exército Popular de Libertação de Angola, braço armado do MPLA, e – no ano seguinte – foi o primeiro representante do MPLA em Brazzaville, capital da República do Congo. Em Novembro do mesmo ano, beneficiou de uma bolsa de estudo para o Instituto de Petróleo e Gás de Baku, na antiga União Soviética, tendo-se licenciado em Engenharia de Petróleos em Junho de 1969. Ainda na URSS, depois de terminados os estudos superiores, frequentou um curso militar de telecomunicações, que o habilitou a exercer, de 1970 a 1974, funções nos serviços de telecomunicações da 2ª Região Político-Militar do MPLA, em Cabinda.
De 1974 a meados de 1975, voltou a desempenhar a função de representante do MPLA em Brazzaville. Em Setembro de 1974, numa reunião realizada no Moxico, foi eleito membro do Comité Central e do Bureau Político do MPLA. Em Junho de 1975, passou a coordenar o Departamento de Relações Exteriores do MPLA e, simultaneamente, também o seu Departamento de Saúde.
Com a proclamação da Independência de Angola em Novembro de 1975, foi nomeado ministro das Relações Exteriores. A nível partidário, no período de 1977 a 1979, foi secretário do Comité Central do MPLA.
Com o falecimento de Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, José Eduardo dos Santos foi eleito presidente do MPLA em Setembro de 1979 e investido nos cargos de presidente da República Popular de Angola e comandante-em-chefe das FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola).
De 1986 a 1992, José Eduardo dos Santos teve papel de destaque na solução da crise transfronteiriça entre Angola e a África do Sul, que culminou no repatriamento do contingente cubano, na independência da Namíbia e na retirada das tropas sul-africanas de Angola. Recebeu o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique em Janeiro de 1988.
Com o fim da Guerra-fria, pressionado pela comunidade internacional mas simultaneamente a braços com dificuldades económicas internos e a continuação de uma guerrilha de desgaste por parte da UNITA, procurou uma solução negociada. Impôs a passagem de Angola para um regime democrático que, baseando-se numa constituição adoptada em 1992, permitiu o pluralismo político e a economia de mercado. Em consequência desta mudança radical, as primeiras eleições democráticas multi-partidárias foram realizadas em Setembro de 1992 sob supervisão internacional. As eleições para a Assembleia Nacional deram a vitória ao MPLA com maioria absoluta. No entanto, nas eleições presidenciais José Eduardo dos Santos não foi eleito à primeira volta, tendo conseguido apenas 49% dos votos, contra 40% de Jonas Savimbi. De acordo com a constituição vigente, uma segunda volta teria sido indispensável, mas a UNITA não reconheceu os resultados eleitorais, retomando de imediato a Guerra Civil. Deste modo, José Eduardo dos Santos manteve-se em funções. Dirigiu pessoalmente uma intensa actividade diplomática que culminou no reconhecimento do governo angolano pelos Estados Unidos em Maio de 1993 e seguidamente pela maior parte dos países. Recebeu o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada em Janeiro de 1996.
A Guerra Civil Angolana, que durou 27 anos, terminou em 2002, com a morte de Savimbi e a assinatura dos acordos de paz, nos quais a UNITA desistiu da luta armada, concordando com a desmobilização dos seus militares ou com a sua integração nas Forças Armadas de Angola.
Uma vez que continuava a haver, em Cabinda, uma resistência contra a integração daquele enclave no Estado Angolano, José Eduardo dos Santos concluiu em Agosto de 2006 o Memorando de Entendimento para a Paz e Reconciliação na província de Cabinda, formalmente assinado pelo ministro da Administração do Território de Angola e pelo presidente do Fórum Cabindês para o Diálogo, na presença de governantes, políticos e diplomatas acreditados na capital angolana, de líderes religiosos e tradicionais, e de representantes da sociedade civil. Este acordo destinou-se a pôr fim definitivamente à luta armada iniciada em 1975 pela FLEC, com o fim de obter a independência de Cabinda.
Nas eleições legislativas de Setembro de 2008, o MPLA venceu com 81,64% dos votos, conquistando 191 dos 220 lugares da Assembleia Nacional de Angola. Foi adoptada uma nova Constituição em 2010, sendo a partir dali eleito presidente da República e chefe do Executivo o cabeça-de-lista, pelo círculo nacional, do partido político ou coligação de partidos políticos mais votado/a nas eleições gerais. Novas eleições legislativas foram agendadas para 2012, tendo José Eduardo dos Santos sido o cabeça-de-lista dos candidatos do MPLA. Em Agosto, decorreram essas eleições, de novo ganhas pelo MPLA. De acordo com a nova Constituição, José Eduardo dos Santos foi automaticamente eleito presidente da República, legitimando desta forma a sua permanência no cargo por um período de mais cinco anos.  
Durante a sua estadia na URSS nos anos 1960, José Eduardo dos Santos casou-se com Tatiana Kukanova, natural do Azerbaijão, de quem se divorciou mais tarde. Deste casamento teve uma filha, Isabel José dos Santos. Casou-se com Maria Luísa Perdigão Abrantes (1951), de quem também se divorciou, estando actualmente casado com Ana Paula Cristóvão Lemos.

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