EFEMÉRIDE – Américo Vespúcio, mercador, navegador, cosmógrafo e explorador italiano, morreu em Sevilha no dia 22 de Fevereiro de 1512. Nascera em Piombino Maritimo, Florença, em 9 de Março de 1454.
Viajou pelo então chamado Novo Mundo, escrevendo sobre as terras situadas a ocidente da Europa. Em representação de armadores florentinos, Vespúcio encarregou-se do aprovisionamento dos navios para a segunda e terceira viagens de Cristóvão Colombo. Supõe-se que tenha participado em incursões pelo Atlântico desde 1497. Em meados de 1499 passou ao largo da costa norte da América do Sul, acima do rio Orinoco, integrando a expedição espanhola de Alonso de Ojeda.
O jovem Vespúcio estudara sob a direcção de um tio, que lhe falou de Ptolomeu e de Aristóteles. Conheceu Toscanelli, o geógrafo florentino e comerciante que se correspondia com o rei de Portugal e com Cristóvão Colombo.
Américo começou a sua carreira em Paris, como secretário particular de um primo, embaixador de Florença na capital francesa e que depois se dirigiu a Roma e Milão no desempenho das mesmas funções. Mais tarde começou a trabalhar para a família Medici. Viajou em serviço para diversas partes de Itália e visitou várias vezes a Espanha, até se estabelecer em Sevilha no Outono de 1492, quando Colombo já tinha partido na sua primeira viagem.
Em 13 de Maio de 1501, ao serviço do rei D. Manuel I de Portugal, partiu de Lisboa na expedição de Gaspar de Lemos, constituída por três naus, cujo objectivo era investigar as potencialidades económicas e explorar a recém descoberta costa do Brasil. Em Agosto avistaram terra firme e percorreram o litoral brasileiro, desde o que chamou Cabo de São Roque e, além da Bahia e do Rio de Janeiro, até Cananéia onde chegou em Janeiro de 1502. Aquele seria, segundo ele, o ponto mais ocidental ao qual, em virtude do Tratado de Tordesilhas com a Espanha, poderiam aspirar os portugueses. E logo prosseguiu a sua viagem rumo ao Rio da Prata.
Quando Vespúcio regressou, declarou que o território frente ao qual havia navegado estendia-se demasiadamente para o sul para se tratar da Índia. De Lisboa escreveu para Pier Francesco dei Medici, dizendo que chegara a uma nova terra que, por muitas razões que observara, estava certo tratar-se de um continente. Estava seguro de ter descoberto um território completamente novo e não simplesmente um prolongamento para leste da Ásia. Os cartógrafos e os comerciantes de Lisboa levaram as suas informações muito em conta. O excelente mapa de Portolano, que data de 1502, mostra já o novo continente em duas partes não unidas.
Martin Waldseemüller decidiu publicar uma nova versão da “Cosmografia de Ptolomeu” na qual inseriu as “Navegationes de Vespúcio”. Waldseemüller escreveu: «Na actualidade as partes da Terra, Europa, Ásia e África, já foram completamente exploradas, e outra parte foi descoberta por Amerigo Vespuccio, como se pode ver nos mapas adjuntos. E como a Europa e a Ásia receberam nomes de mulher, não vejo razão pela qual não possamos chamar a esta parte Amerige, isto é, a terra de Amérigo, ou América, em honra de quem a descobriu.» E assim, neste mapa, o novo território situado do outro lado do mar foi chamado “América” por primeira vez.
O cartógrafo Mercator, no seu primeiro mapa mundi deu também o nome de baptismo de Américo ao continente setentrional ou América do Norte.
Em 1503 Vespúcio voltou ao Brasil, desta vez comandando um navio da frota de Gonçalo Coelho, armada por cristãos-novos associados a Fernão de Noronha. Perdendo-se do resto da armada, carregou o navio de pau-brasil ao sul da baía de Todos os Santos e desembarcou em Lisboa em 18 de Junho de 1504. Afirmou então haver estado num novo mundo, ao qual chamaria Novus Orbis porque os antigos o desconheciam.
Em 1505, em Sevilha, naturalizou-se espanhol. De 1508 até à sua morte, foi o piloto-mor da “Casa de Contratação das Índias”. Devia dividir os seus conhecimentos com os pilotos espanhóis e convencê-los a usar métodos astronómicos para determinar a longitude no mar, em vez de estimativas vagas. Como tal, ninguém poderia pretender pilotar navios nem cobrar salário de piloto, nem patrão algum poderia aceitá-lo a bordo, até que fosse examinado por Vespúcio, que lhe passaria ou não um certificado de aprovação.
Depois da sua morte, no seguimento da redescoberta de Cristóvão Colombo que tinha sido entretanto esquecido, Vespúcio chegou a ser considerado um usurpador que tinha falsificado cartas afim de colher a glória devida a Cristóvão Colombo e a dar o seu nome ao novo continente.
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