EFEMÉRIDE – David de Jesus Mourão-Ferreira, escritor e um dos grandes poetas portugueses do século XX, nasceu em 24 de Fevereiro de 1927. Faleceu em 16 de Junho de 1996.
A sua carreira literária teve início em 1945, com a publicação de alguns poemas na revista “Seara Nova”. Três anos mais tarde, ingressou no Teatro-Estúdio do Salitre e no Teatro da Rua da Fé. Publicou as peças “Isolda” (1948), “Contrabando” (1950) e “O Irmão” (1965). Em 1950, publicara o seu primeiro volume de poesia - “Secreta Viagem”.
Era licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde mais tarde seria professor. Entre 1963 e 1970 foi afastado do ensino por razões políticas. Antes já tinha leccionado no ensino técnico e liceal. Em 1990 voltaria à mesma Faculdade como professor catedrático.
Colaborou em vários órgãos de informação, destacando-se a “Seara Nova”, o “Diário Popular”, “Graal”, “Vértice” e “O Primeiro de Janeiro”, tendo sido um dos fundadores da revista “Távola Redonda”. Entre 1963 e 1973 foi secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores de que seria presidente na década de 1980. A seguir ao “25 de Abril” foi director do jornal “A Capital” e director-adjunto de “O Dia”. Foi Secretário de Estado da Cultura de 1976 a 1978 e ainda em 1979.
Autor de alguns programas de rádio e de televisão, de que se salientam "Imagens da Poesia Europeia", foi responsável pelo Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Gulbenkian a partir de 1981. Dirigiu a revista Colóquio/Letras da mesma Instituição desde 1984.
Em 1981 foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada. Em 1996 recebeu o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e, no mesmo ano, a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada.
Deixou uma obra importante no domínio da crítica e da teoria literária e demonstrou um domínio notável na arte do conto, escrevendo também um romance de grande êxito (“Um Amor Feliz” em 1986).
Foi porém na poesia que o seu talento se desenvolveu com grande mestria e virtuosismo. Os seus poemas caracterizam-se pela presença constante da mulher e do amor, sendo considerado um dos poetas do erotismo português.
Entre os prémios recebidos, refira-se: “Prémio Delfim Guimarães” (1954), “Prémio Ricardo Malheiros” (1959), “Prémio Nacional de Poesia” (1971), “Prémio da Crítica da Associação Internacional dos Críticos Literários” (1980), “Prémio Jacinto Prado Coelho” (1988) e ainda o “Grande Prémio de Romance da APE” e o “Prémio de Narrativa do Pen Clube Português”.
Deixou-nos também algumas traduções e uma gravação de poemas intitulada “Um Monumento de Palavras” (1996). Alguns dos seus textos foram adaptados à televisão e ao cinema. David Mourão-Ferreira foi ainda autor de letras para fados, muitos deles celebrizados pela voz de Amália Rodrigues.
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