EFEMÉRIDE – Andrés Torres Segóvia, guitarrista espanhol, nasceu em Linares, Espanha, no dia 21 de Fevereiro de 1893. Morreu em Madrid, em 3 de Junho de 1987, vítima de um enfarte do miocárdio. Tinha 94 anos de idade.
Segovia dizia que «resgatara o violão das mãos dos ciganos flamencos», construindo um repertório clássico que veio colocar o instrumento nas salas de concerto. Muitos compositores fizeram obras especificamente para ele, como o brasileiro Villa-Lobos. Pablo Casals foi também um seu grande admirador.
Ainda de tenra idade, um tio entoava-lhe canções enquanto tocava uma guitarra imaginária. O pequeno Andrés começou a tocar o instrumento aos quatro anos.
A primeira apresentação em público teve lugar aos dezasseis e, poucos anos depois, fez o primeiro concerto profissional em Madrid, tocando obras de Francisco Tárrega e de Bach, de que ele próprio fizera os arranjos.
A sua primeira tournée foi pela América do Sul em 1916. Em 1924, apresentou-se em Paris e em Londres. Seguiu depois para várias outras cidades europeias.
Embora sem o acordo da família, prosseguiu os estudos de guitarra. O seu modo de tocar diferenciava-se das técnicas dos outros guitarristas, atacando as cordas com uma combinação da unha com a carne da ponta dos dedos, produzindo um som mais preciso e forte do que os seus contemporâneos. Com esta técnica, foi-lhe possível criar uma paleta de timbres muito maior. A guitarra nunca mais foi vista apenas como um instrumento popular, mas igualmente como um instrumento apto para tocar música erudita.
Progredindo na sua carreira e tocando para audiências cada vez maiores, Segovia constatou que as guitarras existentes não eram suficientes, porque não conseguiam produzir o volume de som necessário. Isto estimulou-o a procurar inovações tecnológicas, que poderiam melhorar a amplificação natural da guitarra. Trabalhando com Hermann Hauser, ajudou-o na construção da que hoje é conhecida como guitarra clássica, com melhores madeiras e cordas de nylon. O formato da guitarra também foi mudado para melhorar a acústica.
Depois de uma viagem pelos Estados Unidos em 1928, Heitor Villa-Lobos compôs e dedicou-lhe os "Doze Estudos".
Mudou-se depois para Montevideu, fazendo muitos concertos na América do Sul, nas décadas de 30 e 40. Depois da Segunda Grande Guerra Mundial, Segovia começou a gravar mais frequentemente e a fazer digressões regulares pela Europa e pelos EUA, uma agenda que ele manteria nos 30 anos seguintes da sua vida.
Segovia ganhou o prémio Grammy pela “Melhor Performance Erudita -Instrumentista” em 1958, com o álbum “Segovia Golden Jubilee”.
Em 1981, como reconhecimento pela sua enorme contribuição cultural, foi elevado à nobreza espanhola pelo rei Juan Carlos, com o título de primeiro Marquês de Salobreña.
Andrés Segovia continuou a apresentar-se, já bastante idoso, enquanto vivia uma semi-reforma na Costa del Sol.
Segovia, quando viajava de avião, pagava igualmente o assento ao lado, para transportar a sua guitarra, preservando-a assim de qualquer eventual “perigo”.
Foram feitos dois filmes sobre a sua vida e a sua obra. Em 1986 recebeu ainda o “Grammy Lifetime Achievement Award”.
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