EFEMÉRIDE – Henrique Lopes de Mendonça, militar, historiador, arqueólogo naval, professor, conferencista, dramaturgo, poeta, cronista e romancista português, morreu em 24 de Agosto de 1931. Nascera em Lisboa no dia 12 de Fevereiro de 1856.
Ingressou na Armada Portuguesa como Aspirante de Marinha em Outubro de 1871, sendo promovido a Guarda-Marinha em Novembro de 1874 e a Capitão de Mar-e-Guerra em Agosto de 1909, posto em que foi reformado três anos mais tarde.
Durante a sua carreira naval embarcou em diversos navios da Armada. As suas longas comissões de serviço tiveram nele efeitos diversos. Algumas viagens em portos estrangeiros permitiram-lhe satisfazer os seus anseios culturais e artísticos, mas algumas das comissões em portos coloniais foram-lhe algo penosas, quer por razões de saúde quer por o manterem afastado do convívio intelectual e cultural.
Foi por diversas vezes professor da Escola Prática de Artilharia Naval, então instalada no rio Tejo, a bordo da Fragata D. Fernando II e Glória.
Em Janeiro de 1887 foi nomeado para coadjuvar o conselheiro João de Andrade Corvo na publicação de estudos sobre as possessões ultramarinas.
Em Agosto de 1889 foi nomeado para proceder à elaboração de uma obra onde se historiassem metodicamente os feitos da Armada Portuguesa. Como fruto dessas investigações e do seu interesse pela arqueologia naval, publicou uma obra que designou “Estudos sobre Navios Portugueses dos séculos XV e XVI”.
Como escritor e dramaturgo, iniciou a sua carreira em 1884 com a peça “A Noiva”. A obra seguinte, a peça teatral “A Morta”, foi galardoada com o Prémio D. Luís I da Academia das Ciências de Lisboa.
Por ocasião do Ultimato Inglês de 1890, escreveu, com música de Alfredo Keil, a marcha “A Portuguesa” que, em 1910, o Governo da República adoptou como Hino Nacional.
Entre 1897 e 1901 foi bibliotecário da Escola Naval, passando depois a professor da cadeira de História na Escola de Belas-Artes de Lisboa.
Em 1900 foi eleito membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa e, em 1915, foi nomeado seu presidente.
Em 1916 foi agregado à comissão nomeada pelo governo para propor as versões oficiais e definitivas do Hino Nacional, para piano, canto, orquestra e banda.
Em 1922 foi nomeado presidente da comissão destinada a perpetuar a primeira viagem aérea Lisboa-Rio de Janeiro. Em 1925 foi co-fundador da Sociedade Portuguesa de Autores.
Henrique Lopes de Mendonça foi ainda membro da Academia Brasileira de Letras desde 1923, sócio do Instituto de Coimbra, membro honorário do Clube de Londres, vogal do Conselho de Arte Dramática e membro das Comissões Oficiais dos Centenários de Colombo e de Vasco da Gama.
Escreveu quase uma centena de obras, entre as quais diversas peças de teatro, poesias, romances e estudos históricos.
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