EFEMÉRIDE
– Miguel Ventura Terra, arquitecto português, nasceu em Seixas, Caminha, no
dia 14 de Julho de 1866. Morreu em Lisboa, em 30 de Abril de 1919.
Frequentou
o curso de Arquitectura da Academia Portuense de Belas Artes
entre 1881 e 1886. Em 1886, esteve em Paris como bolseiro do Estado na classe
de Arquitectura Civil, tendo estudado na École Nationale et Spéciale de Beaux-Arts. Foi discípulo
de Victor Laloux, arquitecto autor da Gare de Orsay, hoje Museu de
Orsay. O seu período de estudo em Paris foi prolongado através de um pedido
especial do Rei D. Carlos, para que pudesse receber do governo francês o
diploma de arquitecto de 1.ª classe. Em 1894, com 28 anos, ficou em
segundo lugar no concurso para o Monumento do Infante D. Henrique, no
Porto. Em 1896, regressou a Portugal integrando os quadros do ministério das Obras
Públicas como arquitecto da Direcção de Edifícios Públicos e Faróis.
Foi
autor de projectos para palacetes, habitações de rendimento mais qualificadas,
essencialmente na capital, construções ecléticas, cosmopolitas e utilitárias,
mas também de importantes equipamentos urbanos como a primeira creche lisboeta
(1901), da Associação de Protecção à Primeira Infância, a Maternidade
Dr. Alfredo da Costa (1908) e os Liceus Camões (1907), Pedro Nunes
(1909) e Maria Amália Vaz de Carvalho (1913).
Miguel
Ventura Terra projectou, igualmente, dois pavilhões da representação portuguesa
na Exposição de Paris de 1900, bem como a Igreja de Santa Luzia, em
Viana do Castelo (1903), a Sinagoga de Lisboa inaugurada em 1904, o
edifício do Banco Totta & Açores na Rua do Ouro (1906), em Lisboa,
que constituiu a primeira intervenção moderna na baixa pombalina, o Teatro
Politeama (1912/13) e o Palace Hotel de Vidago, concluído após a sua
morte.
Venceu
quatro vezes o Prémio Valmor de Arquitectura (1903, 1906, 1909 e 1911) e
teve uma Menção Honrosa em 1913. Todas as suas obras denotam o gosto do
artista por uma monumentalidade não exacerbada, por fachadas assimétricas e
pela utilização de novos materiais. Em 1908, foi eleito para a Câmara
Municipal de Lisboa, onde permaneceu durante a primeira vereação
republicana, até 1913.
Miguel
Ventura Terra foi um dos grandes responsáveis pela criação da Sociedade dos
Arquitectos Portugueses, em actividade desde 1903, da qual foi o primeiro
presidente e de onde nasceu o Anuário da Sociedade dos Arquitectos Portugueses
(1905/19) no qual colaborou. Exerceu ainda o cargo de vogal do Conselho dos
Monumentos Nacionais.
De
salientar também, entre os seus trabalhos, a Capela encomendada pela rainha
Maria Pia para o Palácio Nacional da Ajuda e a renovação do Palácio
de São Bento, nomeadamente da Sala das Sessões, da Sala dos
Passos Perdidos e o projecto inicial da Escadaria Nobre.
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