EFEMÉRIDE - Abade
Faria, de seu nome José Custódio de Faria, religioso e cientista luso-goês, que
se destacou como um dos primeiros estudiosos da hipnose, morreu em Paris no dia
20 de Setembro de 1819. Nascera em Goa, Candolim, em 30 ou 31 de Maio de 1756.
Era filho de um antigo padre católico,
mestiço de ascendência goesa católica, e de sua mulher, uma herdeira rica. Os dois
separaram-se mais tarde para seguirem a vida religiosa.
Chegou a Lisboa em 1771 e a Roma
em 1772. Nesta última cidade, esteve até 1780, formando-se em Teologia e
recebendo as ordens sacerdotais.
Pertenceu ao grupo de
conspiradores que tentaram derrubar o regime português em Goa, em 1787. A
chamada Conjuração dos Pintos foi denunciada e exemplarmente reprimida
pelas autoridades portuguesas. Faria apressou-se a ir para França, em 1788.
Defensor da Revolução Francesa (1789), comandou uma das secções que, em
1795, atacaram a Convenção Nacional. Foi professor de Filosofia
nos Liceus de Marselha e de Nîmes.
Iniciado na prática do magnetismo
animal por Amand Marie Jacques de Chastenet, marquês de Puységur, no ano de
1813 abriu em Paris um gabinete de magnetizador. A prática de hipnose por
sugestão trouxe-lhe uma enorme clientela e uma pronta reacção de descrédito da
parte dos mais conservadores, que o rotularam de maníaco e bruxo.
Os últimos anos da sua vida foram
passados como capelão de um convento. Como cientista, demonstrou o carácter
puramente natural da hipnose, tendo sido ele o primeiro a descrever com
precisão os seus métodos e efeitos. Soube antever as possibilidades da sugestão
hipnótica no tratamento das doenças nervosas.
Uma versão ficcionada sua é uma
personagem do romance “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas.
Tem uma rua com o seu nome no
Areeiro, em Lisboa, e outra em Mem Martins, Sintra. Foi emitido um selo em sua
honra em 2006, para celebrar o 250º aniversário do seu nascimento. O Estado de
Goa, sua terra natal, fez erigir uma estátua em sua homenagem. Completam-se
hoje 200 anos do seu falecimento.
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