domingo, 8 de setembro de 2019

8 DE SETEMBRO - JAYME CORTEZ


EFEMÉRIDE - Jayme Cortez, de seu nome original Jaime Cortez Martins, desenhador luso-brasileiro, autor de cartoons e de bandas desenhadas, considerado um dos maiores do Brasil e mestre de uma geração, nasceu em Lisboa no dia 8 de Setembro de 1926. Morreu em São Paulo, em 4 de Julho de 1987. Venceu o Prémio Jabuti de 1969, com a capa da obra “Barro blanco”.
Autodidacta, Cortez publicou, em Julho de 1944, o seu primeiro trabalho no semanário português “O Mosquito. Em Março de 1947, desembarcou no porto de Santos e fixou residência em São Paulo. No ano seguinte, casou-se com a brasileira Maria Edna, posteriormente conhecida no meio da banda desenhada como “Dona Edna, a fada madrinha dos quadradinhos”. 
Jayme Cortez passou por dificuldades inicialmente, chegando a vender doces com os seus primos, pelo interior do estado de São Paulo, aproveitando boleias de camiões. Logo a seguir, teve uma curta experiência como cartoonista no jornal “O Dia” e iniciou a sua carreira como desenhador de BD, fazendo tiras para o “Diário da Noite”. Depois, trabalha na “Gazeta Juvenil”, suplemento infantil do jornal paulista “A Gazeta”. Neste periódico, Cortez fez histórias de BD, cartoons e aprendeu o domínio das cores. Mais tarde, ingressou na editora La Selva, onde foi capista e director de arte. 
Na década de 1950, a autocensura imposta aos quadradinhos americanos pela Comics Code Authority, limitou a abordagem das histórias a temas muito simples. Isto abriu espaço para o trabalho dos artistas brasileiros. Na editora, Cortez aprimorou a sua arte. Fez todos os géneros de capas e foi responsável por grandes sucessos nas bancas, com revistas como: “Terror Negro”, “Sobrenatural” e também infantis, como “Contos de Fada “e “Varinha Mágica”. 
Depois de Jayme Cortez saiu da editora La Selva, foi um dos fundadores da editora Continental, depois renomeada Outubro, onde eram publicados exclusivamente artistas brasileiros. 
Cortez também participou em movimentos pelo reconhecimento e valorização da banda desenhada. Foi um dos idealizadores do projecto de reserva de mercado para a produção brasileira de BD, reservando dois terços do espaço para artistas locais, que chegou a ser entregue às autoridades, mas nunca foi implantado. 
Jayme Cortez foi igualmente um dos organizadores da 1ª Exposição Internacional de Histórias aos Quadradinhos, onde - pela primeira vez no mundo - as BD eram apresentadas e apreciadas como uma arte (Junho de 1951, no Centro Cultura e Progresso, em São Paulo). 
Foi professor da Escola Pan-americana de Arte e trabalhou na área publicitária como desenhador e director criativo da McCann Erickson, entre 1964 e 1976. Depois, passou a director de merchandising e animação das Produções Maurício de Sousa
Escreveu três livros; “A Técnica do Desenho”, “Mestres da Ilustração” e “Manual Prático do Ilustrador”. 
Em Novembro de 1986, Jayme Cortez foi homenageado em Lucca, Itália, com o prémio Caran D'Ache, no XX Festival Internacional de BD e Ilustração, pelos seus mais de 40 anos de actividade. 
De 17 a 19 de Julho de 2015, foi homenageado postumamente no 21º Fest Comix (São Paulo), com a exposição “Grande Mestre dos Quadradinhos: Jayme Cortez”. 
Jayme Cortez morreu, pouco antes de completar 61 anos, devido a um ataque cardíaco. Deixou organizado o álbum “Saga do Terror”, que reunia vários dos seus desenhos e que foi lançado postumamente pela editora Martins Fontes
Teve uma breve experiência como actor de cinema, participando em três filmes do realizador José Mojica Marins: “Delírios de um anormal” (1978), “Mundo - mercado do sexo” (1979) e “Perversão - Estupro” (1979). 
Na 1ª edição do Prémio Angelo Agostini, em 1984, Cortez recebeu o título de Mestre. No ano da sua morte, os organizadores do prémio criaram o Troféu Jayme Cortez, entregue anualmente «a uma personalidade ou instituição, em reconhecimento de contribuições para a BD no Brasil».

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