quarta-feira, 4 de setembro de 2019

4 DE SETEMBRO - SÉRGIO ROBERTO CORRÊA


EFEMÉRIDE - Sérgio Roberto Corrêa, militante da Acção Libertadora Nacional (ALN) no período da ditadura militar no Brasil. morreu em São Paulo no dia 4 de Setembro de 1969. Nascera em Mogi das Cruzes, em 27 de Julho de 1941. Morreu na explosão de um carro, juntamente com Ishiro Nagami. 
Sérgio estudou até ao ensino médio no Instituto de Educação Dr. Washington Luís, em Mogi das Cruzes. Em meados de 1960, mudou-se para São Paulo, onde cursou Filosofia, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
Segundo os arquivos do DOPS, Sérgio tornou-se militante da Acção Libertadora Nacional em 1968, para combater a ditadura militar brasileira. No movimento, ele era conhecido pelo pseudónimo de “Gilberto” e participava no GTA, Grupo Táctico Armado. Apesar de nunca ter sido preso, Sérgio foi citado pelos seus companheiros como participante em várias acções da ALN de 1968 a 1969, entre elas: dois atentados a bomba contra a residência do director do Parque da Aeronáutica, uma acção contra o Banco do Brasil e outro atentado a bomba contra a Companhia Brasileira de Investimentos
Na madrugada de 4 de Setembro de 1969, Sérgio Roberto Corrêa e Ishiro Nagami morreram quando o Volkswagen em que estavam explodiu por causa de uma bomba que estava sendo transportada no veículo. Especula-se que os dois pretendiam atacar o edifício sede da Nestlé, localizado perto da Rua da Consolação, em São Paulo, onde ocorreu o acidente. Segundo a investigação sobre o caso, o explosivo teria detonado antes do tempo previsto, porventura devido aos solavancos do carro. 
Ishiro Nagami acabou por ser projectado na calçada, mas não morreu instantaneamente e foi logo identificado, pois a sua carta de condução não foi destruída com a explosão. Entretanto, levou algum tempo para que Sérgio fosse reconhecido como o segundo morto, pois o corpo havia sido desintegrado. Acreditava-se que seria uma mulher, por causa dos chumaços de cabelo. 
Aimar Biu informou que, no final de 1968, ele e Sérgio se tinham encontrado na residência de Hans Manz, para participarem num curso sobre explosivos. 
O corpo de Sério Roberto Corrêa não foi identificado. Por isso, acredita-se que tenha sido sepultado, no dia 19 de Setembro de 1969, como indigente, no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo. Os familiares de Sérgio não fizeram requerimento à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos
Em 2010, equipas de buscas foram organizadas para encontrar os corpos de pessoas desaparecidas na época da ditadura militar no Brasil. Uma ossada, que supostamente seria a de Sérgio, foi localizada no Cemitério da Vila Formosa e exames foram feitos para verificar a suspeita. 
Apesar de ter morrido em 1969, no dia 21 de Março de 1975, Sérgio Roberto Corrêa foi sentenciado por ter participado em acções da ALN. Foi mesmo condenado a três anos e quatro meses de reclusão, com pena acessória de suspensão dos direitos políticos durante 10 anos. Sem comentários…

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