EFEMÉRIDE - Sérgio
Roberto Corrêa, militante da Acção Libertadora Nacional (ALN) no
período da ditadura militar no Brasil. morreu em São Paulo no dia 4 de Setembro
de 1969. Nascera em Mogi das Cruzes, em 27 de Julho de 1941. Morreu na
explosão de um carro, juntamente com Ishiro Nagami.
Sérgio estudou até ao ensino
médio no Instituto de Educação Dr. Washington Luís, em Mogi das Cruzes.
Em meados de 1960, mudou-se para São Paulo, onde cursou Filosofia,
na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São
Paulo.
Segundo os arquivos do DOPS,
Sérgio tornou-se militante da Acção Libertadora Nacional em 1968, para
combater a ditadura militar brasileira. No movimento, ele era conhecido pelo
pseudónimo de “Gilberto” e participava no GTA, Grupo Táctico
Armado. Apesar de nunca ter sido preso, Sérgio foi citado pelos seus
companheiros como participante em várias acções da ALN de 1968 a 1969,
entre elas: dois atentados a bomba contra a residência do director do Parque
da Aeronáutica, uma acção contra o Banco do Brasil e outro atentado
a bomba contra a Companhia Brasileira de Investimentos.
Na madrugada de 4 de Setembro de
1969, Sérgio Roberto Corrêa e Ishiro Nagami morreram quando o Volkswagen
em que estavam explodiu por causa de uma bomba que estava sendo transportada no
veículo. Especula-se que os dois pretendiam atacar o edifício sede da Nestlé,
localizado perto da Rua da Consolação, em São Paulo, onde ocorreu o acidente. Segundo
a investigação sobre o caso, o explosivo teria detonado antes do tempo
previsto, porventura devido aos solavancos do carro.
Ishiro Nagami acabou por ser projectado
na calçada, mas não morreu instantaneamente e foi logo identificado, pois a sua
carta de condução não foi destruída com a explosão. Entretanto, levou algum
tempo para que Sérgio fosse reconhecido como o segundo morto, pois o corpo
havia sido desintegrado. Acreditava-se que seria uma mulher, por causa dos
chumaços de cabelo.
Aimar Biu informou que, no final
de 1968, ele e Sérgio se tinham encontrado na residência de Hans Manz, para
participarem num curso sobre explosivos.
O corpo de Sério Roberto Corrêa
não foi identificado. Por isso, acredita-se que tenha sido sepultado, no dia 19
de Setembro de 1969, como indigente, no Cemitério da Vila Formosa, em
São Paulo. Os familiares de Sérgio não fizeram requerimento à Comissão
Especial sobre Mortos e Desaparecidos.
Em 2010, equipas de buscas foram
organizadas para encontrar os corpos de pessoas desaparecidas na época da
ditadura militar no Brasil. Uma ossada, que supostamente seria a de Sérgio, foi
localizada no Cemitério da Vila Formosa e exames foram feitos para
verificar a suspeita.
Apesar de ter morrido em 1969, no
dia 21 de Março de 1975, Sérgio Roberto Corrêa foi sentenciado por ter
participado em acções da ALN. Foi mesmo condenado a três anos e quatro
meses de reclusão, com pena acessória de suspensão dos direitos políticos durante
10 anos. Sem comentários…
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