EFEMÉRIDE - Farah Jorge
Farah, médico e criminoso brasileiro, morreu em São Paulo no dia 22 de Setembro
de 2017. Nascera na mesma cidade em 11 de Março de 1949.
Clínico generalista, foi
formalmente acusado e condenado em primeira instância por homicídio duplamente
qualificado (motivo torpe e não dar chance de defesa à vítima) e ocultação e
destruição do cadáver. O crime, cometido no dia 24 de Janeiro de 2003, com
requintes de crueldade, foi praticado contra a sua paciente Maria do Carmo
Alves, na época com 46 anos.
A fim de dificultar a
identificação do corpo, Farah removeu cirurgicamente as peles faciais, das mãos
e dos pés da vítima, desapareceu com as suas vísceras e guardou os restos
mortais em sacos plásticos no porta-bagagens do seu veículo.
Após o crime, Farah confessou à
sobrinha o que tinha feito e deu-lhe a chave do carro para que ela verificasse
o conteúdo do porta-bagagens. Ela chegou à garagem onde o veículo estava estacionado
e, apesar do cheiro que exalava no local, certificou-se da veracidade dos factos,
accionando a polícia em seguida.
O exame psicológico realizado a
Farah através do Teste de Rorschach considerou-o como um não psicopata e
a psiquiatra que realizou o teste classificou-o como «uma pessoa boa e calma».
Farah foi condenado em 2014 a uma
pena de reclusão em regime fechado pelo assassinato e esquartejamento de Maria
do Carmo Alves. A imprensa brasileira revelou que ambos seriam amantes. No
entanto, a polícia não corrobora esta versão amplamente divulgada e atestou que
o motivo da insistência da vítima em contactar o médico devia-se ao sofrimento
que lhe fora causado, assim como a outras pacientes, pelas sias cirurgias
plásticas efectuadas irregularmente, sistematicamente e de maneira mal feita
(especialidade médica que Farah não possuía). Apesar disso, uma decisão de 2007
do Supremo Tribunal Federal permitiu que ele recorresse da sentença em
liberdade. Farah chegou a ingressar no curso de Filosofia da Universidade
Federal de São Paulo (campus Guarulhos) e na Universidade
Paulista.
Em Agosto de 2017, o relator do
caso, ministro Nefi Cordeiro, atendeu um pedido do Ministério Público de
São Paulo e votou pela imediata prisão do ex-médico (a sua licença médica foi
cassada após a primeira condenação). No entanto, houve um pedido do ministro
Sebastião Reis Júnior, que levou a conclusão do julgamento para o dia 21 de Setembro
de 2017. Sebastião decidiu acompanhar o voto de Nefi Cordeiro. O STJ também
negou o recurso da defesa de Jorge Farah, que pedia anulação do último júri.
Após tomar conhecimento da
decisão do STJ, que determinou o seu regresso à prisão, a polícia foi à
casa do ex-médico para o prender. Ao chegar ao local, a polícia encontrou Farah
morto, após cometer suicídio, cortando as veias femorais, o que acarretou a sua
morte.
A polícia informou que ele vestia
roupas femininas e escutava música fúnebre. O corpo de Farah foi sepultado na
manhã do dia seguinte, no Cemitério Vila Mariana, na Zona Sul de São
Paulo.
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