domingo, 22 de setembro de 2019

22 DE SETEMBRO - FARAH JORGE FARAH


EFEMÉRIDE - Farah Jorge Farah, médico e criminoso brasileiro, morreu em São Paulo no dia 22 de Setembro de 2017. Nascera na mesma cidade em 11 de Março de 1949.
Clínico generalista, foi formalmente acusado e condenado em primeira instância por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e não dar chance de defesa à vítima) e ocultação e destruição do cadáver. O crime, cometido no dia 24 de Janeiro de 2003, com requintes de crueldade, foi praticado contra a sua paciente Maria do Carmo Alves, na época com 46 anos.
A fim de dificultar a identificação do corpo, Farah removeu cirurgicamente as peles faciais, das mãos e dos pés da vítima, desapareceu com as suas vísceras e guardou os restos mortais em sacos plásticos no porta-bagagens do seu veículo. 
Após o crime, Farah confessou à sobrinha o que tinha feito e deu-lhe a chave do carro para que ela verificasse o conteúdo do porta-bagagens. Ela chegou à garagem onde o veículo estava estacionado e, apesar do cheiro que exalava no local, certificou-se da veracidade dos factos, accionando a polícia em seguida. 
O exame psicológico realizado a Farah através do Teste de Rorschach considerou-o como um não psicopata e a psiquiatra que realizou o teste classificou-o como «uma pessoa boa e calma». 
Farah foi condenado em 2014 a uma pena de reclusão em regime fechado pelo assassinato e esquartejamento de Maria do Carmo Alves. A imprensa brasileira revelou que ambos seriam amantes. No entanto, a polícia não corrobora esta versão amplamente divulgada e atestou que o motivo da insistência da vítima em contactar o médico devia-se ao sofrimento que lhe fora causado, assim como a outras pacientes, pelas sias cirurgias plásticas efectuadas irregularmente, sistematicamente e de maneira mal feita (especialidade médica que Farah não possuía). Apesar disso, uma decisão de 2007 do Supremo Tribunal Federal permitiu que ele recorresse da sentença em liberdade. Farah chegou a ingressar no curso de Filosofia da Universidade Federal de São Paulo (campus Guarulhos) e na Universidade Paulista
Em Agosto de 2017, o relator do caso, ministro Nefi Cordeiro, atendeu um pedido do Ministério Público de São Paulo e votou pela imediata prisão do ex-médico (a sua licença médica foi cassada após a primeira condenação). No entanto, houve um pedido do ministro Sebastião Reis Júnior, que levou a conclusão do julgamento para o dia 21 de Setembro de 2017. Sebastião decidiu acompanhar o voto de Nefi Cordeiro. O STJ também negou o recurso da defesa de Jorge Farah, que pedia anulação do último júri. 
Após tomar conhecimento da decisão do STJ, que determinou o seu regresso à prisão, a polícia foi à casa do ex-médico para o prender. Ao chegar ao local, a polícia encontrou Farah morto, após cometer suicídio, cortando as veias femorais, o que acarretou a sua morte. 
A polícia informou que ele vestia roupas femininas e escutava música fúnebre. O corpo de Farah foi sepultado na manhã do dia seguinte, no Cemitério Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo.

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...