terça-feira, 4 de agosto de 2020

4 DE AGOSTO - CYRO DOS ANJOS


EFEMÉRIDE - Cyro Versiani dos Anjos, jornalista, professor, advogado, cronista, romancista, ensaísta e memorialista brasileiro, morreu no Rio de Janeiro, em 4 de Agosto de 1994. Nascera em Montes Claros no dia 5 de Outubro de 1906.
Foi o 13º dos catorze filhos de um fazendeiro-professor e de uma mulher igualmente ilustrada, que lhe possibilitaram uma educação qualificada. Fez os cursos primário e secundário na sua cidade natal. Em 1923 foi para Belo Horizonte, onde cursou Direito na Universidade Federal de Minas Gerais, tendo-se formado em 1932. Durante os anos de faculdade, trabalhou como funcionário público e jornalista. Escreveu no “Diário da Tarde”, no “Diário do Comércio”, no “Diário da Manhã”, no “Diário de Minas”, em “A Tribuna” e no “Estado de Minas”.
Depois de formado, exerceu a advocacia na sua cidade natal, voltando depois para Belo Horizonte, à imprensa e ao serviço público, onde ocupou cargos importantes na administração estadual. Foi oficial de gabinete do secretário das Finanças, oficial de gabinete do governador, director da Imprensa Oficial, membro do Conselho Administrativo do Estado e presidente do mesmo Conselho.
Em 1933, como redactor de “A Tribuna”, publicou uma série de crónicas, que seriam o embrião do seu mais famoso romance, “O amanuense Belmiro”, lançado em 1937. A obra, relata a vida de um funcionário público da capital mineira. De 1940 a 1946, foi professor de Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia de Minas Gerais.
Em 1946, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde voltou a exercer funções burocráticas, agora na administração federal. Durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, ocupou as funções de assessor do ministro da Justiça, director do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado e presidente do mesmo instituto, em 1947. Colaborou também em diversos órgãos da imprensa carioca.
Em 1952, convidado pelo Itamarati, foi para o México, onde regeu a cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade Autónoma do México. Em 1954, exerceu idêntica função na Universidade de Lisboa onde, no mesmo ano, publicou o ensaio “A criação literária”. Ao voltar para o Brasil, em fins de 1955, foi subchefe do Gabinete Civil do governo Juscelino Kubitschek e, mais tarde, leccionou na Universidade de Brasília e foi membro do Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Aposentou-se em 1976, voltando a residir no Rio de Janeiro. Porém, não se desligou das actividades do ensino, ministrando o curso “Oficina Literária” na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Como intelectual, conviveu com a geração de Carlos Drummond de Andrade, João Afonso de Guimarães e outros escritores notáveis. É considerado o romancista mais subtil e poético da geração de 30.
Em 1965, ano da criação da Faculdade de Direito da Fundação Universitária Norte Mineira, os seus primeiros alunos decidiram homenagear Cyro dos Anjos, baptizando a sua associação estudantil de Directório Académico Cyro dos Anjos, hoje Centro Académico Cyro dos Anjos.
As suas obras literárias foram objecto de vários prémios, salientando-se: da Academia Brasileira de Letras, pelo romance “Abdias”, em 1945; do PEN-Clube do Brasil pelo livro “Explorações no tempo”, em 1963; e o Prémio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, pela publicação de “A menina do sobrado”, em 1979. Era membro eleito da Academia Brasileira de Letras desde Abril de 1969.

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