Nascido em Penamacor, Joaquim
Furtado veio ainda criança para Lisboa. Por volta dos 18 anos, iniciou-se no
jornalismo. Em 1966, a Rádio Universidade abriu um concurso e Joaquim
Furtado candidatou-se e foi aceite, depois de uma prova que consistiu em fazer
uma reportagem imaginária. Aberta à experimentação do ponto de vista técnico, o
jovem não deixou de sofrer aí as condicionantes da censura, ao tentar
revelar um poema de António Gedeão sobre o Natal. A seguir, teve uma passagem
pelo Rádio Clube Português, no programa “Tempo Zip”, uma extensão
radiofónica do “Zip-Zip”, de Raúl Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz.
A experiência não durou muito, porque o jovem locutor foi chamado para o
serviço militar.
Ao fim de três anos, de regresso
ao Rádio Clube, é lá que se encontra na madrugada do 25 de Abril de
1974. Com a ocupação da estação pelos militares do Movimento das Forças
Armadas, seria a Joaquim Furtado que caberia a leitura do primeiro
comunicado oficial do movimento.
Em Fevereiro de 1975, obtida a
carteira profissional de jornalista, mudou-se para a Radiotelevisão
Portuguesa, convidado por Álvaro Guerra. No início de 1977, foi suspenso
preventivamente do canal público por, alegadamente, ter feito uma reportagem
que o governo achou incorrecta, sobre a colocação de professores. No entanto,
poucas semanas depois, o processo foi arquivado. Em finais da década de 1970,
juntamente com Joaquim Vieira, foi o autor do programa “Os Anos do Século”,
onde era feita uma retrospectiva analítica do século XX.
A 10 de Junho de 1991, foi
agraciado com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Furtado manteve-se sempre na RTP
e, em finais de 1995, ele que até aí estava colocado na RTP2, foi
nomeado director-coordenador da informação e programação da RTP. Em
1998, numa altura em que já preparava a sua demissão, foi destituído pela
administração da RTP, acusado de ter uma atitude de afastamento em
relação à estrutura da empresa.
Foi autor da série documental “A
Guerra”, dedicada à Guerra do Ultramar, repartida por duas séries de
nove episódios cada, e pela qual recebeu o Grande Prémio Gazeta 2007
atribuído pelo Clube dos Jornalistas.
Casado com Maria Helena Cardoso Garcia da Fonseca, é pai da apresentadora de televisão Catarina Furtado e de Marta Cardoso Garcia da Fonseca Furtado.
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