A sua obra literária, principalmente autobiográfica,
romance e memórias, remete-nos para a sociologia.
Ernaux foi laureada com o Nobel de Literatura
de 2022, «pela coragem e acuidade clínica com que descortina as raízes, os
estranhamentos e os constrangimentos colectivos da memória pessoal»,
tornando-se na primeira mulher francesa a ser laureada com o Nobel de
Literatura.
Annie Duchesne passou a sua infância e juventude em
Yvetot, na Normandia. Nascida num ambiente social modesto, de pais inicialmente
operários e depois pequenos comerciantes de um café, Annie Ernaux estudou na Universidade
de Rouen-Normandie e Bordeaux.
Ela tornou-se professora de Literatura Moderna
em 1971. Trabalhou durante um tempo num projecto de tese, inacabado, sobre
Pierre de Marivaux.
No início da década de 1970, leccionou no Colégio
de Bonneville e no Colégio d’Évire em Annecy-le-Vieux e Pontoise,
antes de ingressar no Centro Nacional de Educação à Distância (CNED).
Annie Ernaux entrou na literatura em 1974 com “Les
Armoires Vides”, um romance autobiográfico. Em 1984, ganhou o Prémio
Renaudot com “La Place”, outra de suas obras autobiográficas.
Em 2008 e 2009, com a sua obra “Les Années”, um
vasto panorama que vai da época do pós-guerra até ao presente, publicado em
2008, recebeu vários prémios. Nesse mesmo ano de 2008, recebeu o Prix de la
langue française por todo o seu trabalho e pelo conjunto da sua obra.
Em 2011, Annie publicou “L’Autre Fille”, uma
carta dirigida à sua irmã, que morreu antes de seu nascimento, assim como “L’Atelier
noir”, que reúne vários cadernos de anotações, planos e reflexões
relacionadas com a escrita das suas obras.
Em 2017, foi laureada com o Prémio
Marguerite-Yourcenar, concedido pela Sociedade Civil de Autores
Multimídia, por todo o seu trabalho.
Em 2022, Ernaux recebeu o Prémio Nobel de
Literatura. Ela também se tornou na 60ª mulher a conquistar um Nobel e
na 17ª a conquistar o Nobel de Literatura.
Na eleição presidencial de 2012, ela apoiou o
candidato da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, porque «ele
assume uma tradição comunista».
Em 30 de Novembro de 2015, ela estava entre os
signatários do Apelo dos 58: «Nós nos manifestaremos durante o estado
de emergência».
Em Dezembro de 2018, foi co-autora de uma coluna no “Libération”
em apoio ao movimento dos “gilets amarelos”.
É docteur honoris causa de Université
de Cergy-Pontoise (2014).
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