quarta-feira, 27 de setembro de 2023

27 DE SETEMBRO - JAMES DOOLITTLE

EFEMÉRIDE - James Harold “Jimmy Doolittle, pioneiro da aviação e general da Força Aérea dos Estados Unidos, morreu em Pebble Beach no dia 27 de Setembro de 1993. Nascera em Alameda, em 14 de Dezembro de 1896.

Durante a 2ª Guerra Mundial, foi comandante do histórico Ataque Doolittle, o primeiro bombardeamento a Tóquio na guerra, em Abril de 1942, pelo qual foi condecorado com a Medalha de Honra, a mais alta e rara condecoração militar dos EUA.

Californiano de nascimento, que passou a juventude no Alasca, onde conseguiu reputação como jovem boxeur, Doolittle cursou a Universidade de Berkeley, que abandonou para se alistar como cadete voador na reserva do Corpo de Sinaleiros dos Estados Unidos, em 1917, durante a 1ª Guerra Mundial, e trabalhou como caixeiro viajante para ajudar nas despesas.

Em 1918, após treinamento na Escola Militar de Aeronáutica da Universidade da Califórnia (UCLA), foi integrado, como segundo-tenente, no grupo de aviadores do Corpo de Sinaleiros, tornando-se instrutor de voo durante a guerra. Após o conflito, voltou a Berkeley, onde se formou com o grau de bacharel em Artes.

No período entre guerras, ‘Jimmy’ Doolittle veio a tornar-se um dos mais famosos pilotos americanos, fazendo um voo pioneiro costa a costa dos Estados Unidos, em 1922, da Flórida até San Diego, na Califórnia, e realizando vários voos de demonstração e testes, nos Estados Unidos e na América do Sul onde, num acidente, quebrou os dois tornozelos no Chile.

A sua maior contribuição para a Aeronáutica, porém, veio através do desenvolvimento de equipamentos de voo. Em 1929, foi o primeiro aviador a fazer um voo a solo baseado apenas em instrumentos, sem visão do que ocorria fora da cabina, levantando voo, voando por alguns minutos e aterrando em seguida.

Desenvolveu, também, dois dos mais precisos e úteis instrumentos de navegação aérea, hoje comuns, o horizonte artificial e o giroscópio direccional, atraindo a atenção mundial ao realizar o primeiro “voo cego” completo.

Nos anos 1930, bateu o recorde de velocidade em aviões e conquistou vitórias em importantes e populares corridas aéreas no seu país. Em 1940, com a patente de major, foi enviado a Inglaterra, como membro de uma missão especial da aeronáutica, trazendo de volta novas informações sobre o avanço da tecnologia aérea noutros países e sobre a composição de diversas forças aéreas europeias.

Promovido a tenente-coronel em Janeiro de 1942, Doolittle foi ao quartel-general da Força Aérea planear o que seria o primeiro e histórico ataque aéreo norte-americano ao Japão, num momento da guerra em que as vitórias e a iniciativa ainda eram todas japonesas.

Partindo de um porta-aviões no meio do Pacífico, o “USS Hornet”, dezasseis bombardeiros norte-americanos B-25, deveriam bombardear as cidades de Tóquio, Kobe, Osaka e Nagoia, como uma resposta ao ataque a Pearl Harbor, que acontecera meses antes, dando um grande golpe moral ao inimigo, mostrando que o seu território não estava livre de ataques. A missão, conhecida como Ataque Doolittle, tinha o alto risco de fazer descolar grandes bombardeiros do pequeno convés de um porta-aviões - algo nunca tentado antes - e que após os bombardeamentos, na impossibilidade de voltar por falta de combustível, deveriam tentar pousar na China, país então aliado dos EUA, invadido e em guerra com o Japão, ou se não conseguissem, cair no mar, sem esperança de resgate.

Doolittle apresentou-se como voluntário e pessoalmente treinou e liderou os tripulantes - todos também voluntários - da missão, conseguindo pousar o seu avião num campo chinês, onde foi ajudado por guerrilheiros locais e missionários ocidentais, sendo escondido junto com a tripulação do seu avião até poder voltar aos Estados Unidos, onde, pelo planeamento e liderança da missão considerada quase impossível, recebeu a Medalha de Honra do Congresso das mãos do presidente Franklin Roosevelt.

De volta à pátria e promovido a brigadeiro-general, Doolittle passou os dois anos seguintes da 2ª Guerra Mundial em comandos no norte de África e no Mediterrâneo.

De 1944 a 1945, como major-general, assumiu o seu maior comando, a 8ª Força Aérea dos Estados Unidos, baseada na Inglaterra, de grande actuação no teatro europeu da guerra. Transferida para Okinawa após o final da guerra na Europa, a 8ª Força preparava-se para participar na invasão do Japão quando as bombas de Hiroshima e Nagasaki encerram o conflito mundial.

Doolittle passou à reserva inactiva em 1946 - de onde tinha vindo antes da 2ª Guerra Mundial - e assumiu um posto de direcção na vida civil, na Shell, como vice-presidente da empresa.

Em 1951, como reservista da Aeronáutica, assumiu o cargo de assistente técnico do chefe do estado-maior da Força Aérea, colaborando no desenvolvimento científico de mísseis e tecnologia de uso futuro no programa espacial americano.

Em 4 de Abril de 1985, o Congresso dos Estados Unidos promoveu honorariamente Doolittle a general de quatro estrelas da reserva da Aeronáutica, tendo a sua nova estrela no uniforme sido colocada pelas mãos do presidente Ronald Reagan.

Casado desde 1917 e pai de dois filhos, dois pilotos que combateram na 2ª Guerra - um deles suicidou-se em 1958 -, herói nacional condecorado por mais de cinco países diferentes, James Doolittle faleceu na Califórnia em 1993, sendo sepultado no Cemitério Nacional de Arlington, em Washington, ao lado da esposa e de grandes personagens da história militar e civil dos Estados Unidos.

Durante o seu funeral, aviões B-25 remanescentes da 2ª Guerra, iguais aos usados no Ataque Doolittle, fizeram voos rasantes sobre o cemitério, junto a caças supersónicos da 8ª Força Aérea, comandada por ele nos últimos anos da guerra.

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