Titov foi o segundo homem a ir ao espaço e a entrar em
órbita da Terra, após o seu compatriota Yuri Gagarine.
Depois de se formar na Escola Militar de Aviação de
Estalinegrado, Titov tornou-se piloto da força aérea e foi seleccionado
para o então nascente programa espacial soviético, em 1960.
Em 6 de Agosto do ano seguinte, subia ao espaço a
bordo da nave Vostok 2, tornando-se, aos 26 anos, o mais jovem
cosmonauta/astronauta da história, até os dias de hoje.
Durante o seu voo, chegou a dormir na cabina da
cápsula espacial, tão relaxado estava, durante a missão de 25 horas com 17,5
órbitas em volta da Terra. Tornou-se então o primeiro ser humano a dormir no
espaço. Mesmo assim, foi o primeiro homem a sofrer de “enjoo espacial”.
Após o seu voo, transformado em herói nacional e
mundial junto com Gagarin, Gherman Titov assumiu vários cargos importantes no
programa espacial soviético até à sua reforma em 1992.
Em 1995, foi eleito para a Duma, como membro do
Partido Comunista da Federação Russa.
Foi condecorado como Herói da União Soviética e
com duas medalhas da Ordem de Lenine, as duas mais importantes comendas
da ex-URSS.
Morreu de ataque cardíaco na sauna de sua casa, aos 65
anos de idade. Uma cratera na face oculta da Lua foi baptizada com o seu nome
pelos astrónomos russos, após a sua morte.
*****
Em Abril de 1962, menos de um ano após o seu voo
espacial, Titov viajou para os Estados Unidos em companhia da sua esposa Tamara
e do general Nikolay Kamanine, um dos líderes do programa espacial soviético.
Titov tornou-se então o primeiro cosmonauta soviético a conhecer pessoalmente
um astronauta americano. Este astronauta foi John Glenn, que havia realizado o seu
voo espacial em Fevereiro do mesmo ano.
Glenn levou Titov para um passeio pelo Museu de
Arte Moderna, em Nova Iorque. Em Washington D.C., Glenn e sua esposa Annie
conduziram Titov e esposa para um passeio pelo Instituto Smithsoniano,
onde viram a nave Mercury 3, na qual Alan Shepard se tornara, em Maio do
ano anterior, o primeiro americano no espaço. Nesta ocasião, Titov cometeu uma
gafe diplomática, pois um repórter perguntou-lhe se gostaria de voar ao espaço numa
nave Mercury americana, ao que ele respondeu: «Não. A qualidade de
uma nave americana não é boa o bastante».
Outro repórter perguntou-lhe qual era a sua opinião a
respeito da corrida armamentista e da possibilidade de uma guerra nuclear entre
os Estados Unidos e a União Soviética. Ele respondeu: «Não queremos armas
nem guerras. Mas os nossos cientistas podem produzir uma bomba com poder
equivalente a 100 toneladas de explosivos convencionais e lançá-la em qualquer
lugar que queiramos».
Ainda naquele dia, Titov visitou a Casa Branca,
onde se encontrou com o presidente americano John Kennedy. Nos dias seguintes,
Titov, sua esposa e o general Kamanine permaneceram hospedados na casa de
Glenn, conhecendo outros astronautas americanos.
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