Foi secretário-geral das Nações Unidas (ONU)
de 1953 até à sua morte em 1961, e membro da Academia Sueca desde 1954.
Faleceu perto de Ndola, Rodésia do Norte (hoje Zâmbia), numa controversa queda
de avião, no desempenho do seu trabalho a serviço da ONU. O presidente
John F. Kennedy considerou-o «o maior estadista do nosso século».
Dag Hammarskjöld - cujo nome completo era Dag Hjalmar
Agne Carl Hammarskjöld - nasceu em Jönköping, embora tenha vivido a maior parte
da infância em Uppsala. Era o mais jovem e quarto filho de Hjalmar
Hammarskjöld, primeiro-ministro da Suécia. Os seus antepassados tinham servido
a Coroa Real Sueca desde o século XVII. Estudou na Universidade de
Uppsala, onde obteve graduação e pós-graduação em Economia Política e
Direito. Posteriormente, obteve o doutoramento (1933) na Universidade
de Estocolmo.
Ocupou cargos políticos no governo da Suécia, onde foi
ministro, e no Banco da Suécia, do qual foi presidente. De 1953 a 1961
foi secretário-geral das Nações Unidas.
O seu primeiro grande desafio veio do Médio Oriente,
em Outubro de 1956, quando o presidente do Egipto, Gamal Abdel Nasser,
nacionalizou o canal de Suez, que era propriedade de empresas britânicas e
francesas. O Reino Unido e a França elaboraram um plano secreto para que Israel
invadisse o Egipto e uma força anglo-francesa interviesse para «restaurar a
ordem». A operação teve forte oposição de Hammarskjöld que, com o apoio dos
Estados Unidos e da URSS, ameaçou intervir militarmente. As forças
anglo-francesas e israelitas foram obrigadas a retirar-se e uma força de paz da
ONU – a primeira delas, que teve participação de tropas brasileiras –
foi criada para garantir o cessar-fogo.
Em 1960, a Bélgica subitamente resolveu dar a independência
ao Congo-Kinshasa. O poder ficou dividido entre um presidente conservador,
Joseph Kasa-Vubu, e um primeiro-ministro de esquerda, Patrice Lumumba. Surgiram
motins contra oficiais belgas e ataques a europeus no Congo. Instigada pelos
belgas, a província de Catanga, rica em petróleo, declarou-se independente, sob
a liderança de Moïse Tshombe e um exército de mercenários brancos. A ONU
enviou uma força de paz de quase 20 mil homens para restaurar a ordem. A recusa
de Hammarskjöld em colocar as tropas a serviço de Lumumba provocou a ira do
então dirigente soviético, Nikita Khrushchov. A situação tornar-se-ia mais
escandalosa com o assassinato de Lumumba pelas tropas de Tshombe. Em Fevereiro
de 1961, a ONU autorizou as Forças de Paz a usar a força militar
para evitar a guerra civil. O ataque dos capacetes azuis a Catanga provocou a
fuga de Tshombe para a então Rodésia do Norte (hoje Zâmbia). A atitude errática
de Hammarskjöld em não fornecer suporte a um governo Lumumba eleito pelo voto
popular rende severas críticas entre os países não-alinhados, os países
nórdicos e os países comunistas e socialistas. No fim, só tinha apoio dos
Estados Unidos e Bélgica.
Em 17 de Setembro de 1961, Hammarskjöld embarcou para
a Zâmbia a fim de discutir um cessar-fogo com Tshombe. O DC-6B que o
transportava caiu pouco depois de avistar o aeroporto. Uma investigação das
autoridades coloniais concluiu que houve erro do piloto.
No acidente morreram mais 15 pessoas. O piloto
belga-britânico Jan van Risseghem pode ter sido o responsável pela morte do
secretário-geral tendo abatido o avião.
A ONU não aceitou tal resultado e a questão
permaneceu oficialmente em aberto. Uma pesquisa efectuada pelo jornal inglês “The
Guardian”, em 2011, levantou sérios indícios de que o avião foi abatido,
pouco antes de aterrar, por mercenários ocidentais baseados na Rodésia do
Norte, actual Zâmbia. Em 2012, foi criada uma comissão internacional de alto
nível, constituída por juízes, diplomatas e outras autoridades, para reexaminar
o assunto.
Dag Hammarskjöld era candidato ao Prémio Nobel da
Paz em 1961 e foi premiado a título póstumo. Após a atribuição deste prémio,
houve alteração das regras de atribuição no sentido de posteriormente não
permitir atribuições do Nobel a título póstumo.
Dag Hammarskjöld ocupou a cadeira 17 da Academia
Sueca, em 1954-1961.
Deixou muitos escritos. Entre os seus pertences foi
encontrado o seguinte escrito: «Quando nasceste, todos riam, só tu choravas.
Vive de maneira tal que, quando morreres, todos chorem e só tu não tenhas
lágrimas para verter».
Após a morte de Dag Hammarskjöld, foram encontrados
vários cadernos contendo poemas. Essa poesia de cunho existencial seria
publicada mais tarde, consistindo na maior parte em haikai.
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