terça-feira, 31 de outubro de 2023

31 DE OUTUBRO - SEAN CONNERY

EFEMÉRIDE - Thomas Sean Connery, actor escocês, morreu em Nassau no dia 31 de Outubro de 2020. Nascera em Edimburgo, em 25 de Agosto de 1930.

Ficou mundialmente conhecido como o primeiro e mais célebre actor a interpretar James Bond, agente secreto do MI6 britânico, no cinema, protagonizando 6 filmes entre 1962 e 1971.

Tornou-se uma estrela de cinema na década de 1960, o que lhe valeu uma carreira de mais de 50 anos.

Nos mais de sessenta anos de estrelato, Connery construiu uma sólida carreira cinematográfica após deixar o personagem de 007 em 1971, estrelando filmes importantes e populares nos anos seguintes, como “The Man Who Would Be King”, “Der Name der Rose”, “Indiana Jones and the Last Crusade”, “Os Intocáveis” e “The Hunt for Red October”, entre outros.

Pela sua contribuição para as artes cinematográficas e ao Império Britânico, foi sagrado Sir pela rainha Elizabeth II em 2000, apesar de ao longo de toda a vida ter lutado pela causa da independência da Escócia do Reino Unido.

Filho de pai católico e mãe protestante, Connery começou a vida como leiteiro na sua terra natal e até ter a sua primeira oportunidade na vida artística, num musical chamado “South Pacific”, serviu na Marinha Real, foi motorista de camião e modelo para artistas do Colégio de Artes de Edimburgo. Nesta época, ele foi 3º classificado no concurso de Mister Universo de onde, através da insistência de um amigo, saiu para fazer os testes para a peça, que acabou por lhe abrir o caminho para o trabalho de actor nos palcos, na televisão e nos ecrãs de cinema.

Após trabalhos menores no cinema e na televisão inglesa, entre o fim dos anos 1950 e começo dos 1960, Connery chegou à fama internacional na pele do agente James Bond no filme “007 Contra o Satânico Dr. No” em 1962, que inauguraria a mais bem-sucedida e longeva série cinematográfica, que em 2012 completou 50 anos e da qual Connery fez seis filmes oficiais, marcando o personagem de maneira definitiva.

Em 1971, depois de “Diamonds are forever” (“007 Os Diamantes são Eternos”), Connery deixou o personagem (por apenas doze anos, já que voltaria a ele em 1983, no filme “Never Say Never Again” (“007 Nunca Diga Nunca Outra Vez”), uma refilmagem de “007 Contra a Chantagem Atómica”, feita numa produção de menor qualidade e com um Connery já envelhecido e que se revelou um fracasso na crítica e na bilheteria, para investir numa carreira mais diversificada.

A partir do sucesso de “O Homem que Queria Ser Rei” em 1975, dirigido por John Huston e co estrelado pelo seu amigo Michael Caine, a sua carreira entrou em ascensão na qualidade e diversidade, fazendo com que Connery se tornasse o único de todos os actores que interpretaram o papel de espião favorito de Sua Majestade a conseguir isso.

Nas décadas seguintes, Sean estrelaria sucessos como “Highlander”, “Robin e Marian”, “O Nome da Rosa”, “Indiana Jones e a Última Cruzada”, “Armadilha”, “A Rocha”, “Caçada ao Outubro Vermelho”, e coroaria a carreira com o Oscar de melhor actor coadjuvante pela sua actuação em “Os Intocáveis”, com Kevin Costner e Robert de Niro, em 1987, numa cerimónia em que foi aplaudido de pé por todos os presentes no Dorothy Chandler Pavillion, local da festa para entrega dos prémios da Academia naquela época.

Nos últimos anos, após o fracasso comercial e da crítica ao seu último filme, “The League of Extraordinary Gentlemen” (“A Liga Extraordinária”), Connery manteve-se afastado do cinema, em parte pela sua decepção com o sistema de Hollywood, bem como pela sua alegada declaração de que se concentravas em escrever um livro sobre a sua vida.

Connery foi casado com a actriz australiana Diane Cilento de 1962 a 1973, embora se tenham separado em 1971. Eles tiveram um filho, o actor Jason Connery. Enquanto eles estavam separados, Connery namorou com Jill St. John, Lana Wood, Carole Mallory e Magda Konopka.

Na sua autobiografia de 2006, Cilento alegou que ele tinha abusado dela mental e fisicamente durante o relacionamento; alegou que Connery havia sido citado como tendo dito que bater ocasionalmente numa mulher «não era grande coisa». Connery cancelou uma aparição no Parlamento escocês por causa da polémica; negou ter feito a citação e, em 2006, disse que qualquer abuso de mulheres era inaceitável.

Connery foi casado com a pintora franco-marroquina Micheline Roquebrune (nascida em 1929) de 1975 até à sua morte. O casamento sobreviveu a um caso bem documentado que Connery teve no final dos anos 1980 com a cantora e compositora Lynsey de Paul.

Grande jogador de golfe, Connery foi dono do Domaine de Terre Blanche, no sul de França, durante vinte anos (a partir de 1979), onde planeou construir o seu campo de golfe de sonho em 266 acres de terra; o sonho foi realizado quando ele o vendeu ao bilionário alemão Dietmar Hopp em 1999.

Ele foi premiado com um grau honorário de Shodan (1º dan) no karaté Kyokushin.

Connery mudou-se para as Bahamas na década de 1990. Ele era dono de uma mansão em Lyford Cay (New Providence).

Connery foi nomeado cavaleiro pela rainha numa cerimónia de investidura no Palácio Holyrood em Edimburgo, em 5 de Julho de 2000. Ele havia sido nomeado para o título de cavaleiro em 1997 e 1998, mas essas nomeações foram vetadas por Donald Dewar devido às opiniões políticas de Connery.

Connery tinha uma villa em Kranidi, Grécia. O seu vizinho era o rei Willem-Alexander da Holanda, com quem compartilhou uma plataforma de helicópteros.

Michael Caine (que co estrelou com Connery em “O Homem que Seria Rei” em 1975) estava entre os amigos mais próximos de Connery.

Connery era um apoiante do clube de futebol escocês Rangers FC.

Numa entrevista em 1965 à revista “Playboy”, Sean admitiu já ter batido em mulheres. «Não penso que haja nada particularmente errado em bater numa mulher, embora eu recomende não o fazer da mesma forma que se faria com um homem. Uma bofetada é justificável - se todas as outras alternativas falharam e houve alertas suficientes». «Se uma mulher é uma cabra, ou histérica, ou continuamente cruel, então eu o faria. Penso que um homem deve estar um pouco avançado, à frente da mulher».

Em 1987, ele sustentou o mesmo pensamento em entrevista ao programa de Barbara Walters. «Não mudei a minha opinião», disse. «Não penso que seja tão mau, penso que depende inteiramente das circunstâncias, se ela o merece, sim. Se você tentou tudo antes - e as mulheres são muito boas nisso - e elas não o querem deixar em paz. Têm que ter a última palavra, então você dá-lhes a última palavra. Mas se elas não ficam satisfeitas mesmo assim e entram numa situação realmente provocadora, então, penso que é absolutamente correcto».

Connery era membro do Partido Nacional Escocês (SNP), um partido político de centro-esquerda que fazia campanha pela independência da Escócia do Reino Unido, e apoiava o partido financeiramente e por meio de aparições pessoais. O seu financiamento ao SNP cessou em 2001, quando o Parlamento do Reino Unido aprovou uma legislação que proibia o financiamento externo de actividades políticas no Reino Unido.

Em resposta às acusações de que ele era um exilado fiscal, Connery divulgou documentos em 2003 mostrando que ele pagou £ 3,7 milhões em impostos no Reino Unido entre 1997 e 1998 e entre 2002 e 2003. Os críticos apontaram que se ele tivesse residido continuamente no Reino Unido para fins fiscais, a sua taxa de imposto teria sido muito mais alta.

Na corrida para o referendo da independência escocesa em 2014, o irmão de Connery, Neil, disse que Connery não viria à Escócia para reunir partidários da independência, já que o seu status de exílio fiscal limitava muito o número de dias que ele poderia passar no país.

Depois que Connery vendeu a sua villa em Marbella em 1999, as autoridades espanholas iniciaram uma investigação de evasão fiscal contra ele e sua esposa, alegando que o tesouro espanhol havia sido lesado em £ 5,5 milhões. Connery foi posteriormente inocentado por oficiais, mas a sua esposa e outras 16 pessoas foram acusadas de tentativa de fraudar o tesouro espanhol.

O actor faleceu em 2020, com 90 anos. Segundo a BBC, a informação foi confirmada pela família do actor. Micheline Roquebrune, víuva de Connery com quem foi casada durante 45 anos, relatou que o actor sofreu de demência nos últimos anos de sua vida.

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