Ficou mundialmente conhecido como o primeiro e mais
célebre actor a interpretar James Bond, agente secreto do MI6 britânico,
no cinema, protagonizando 6 filmes entre 1962 e 1971.
Tornou-se uma estrela de cinema na década de 1960,
o que lhe valeu uma carreira de mais de 50 anos.
Nos mais de sessenta anos de estrelato, Connery
construiu uma sólida carreira cinematográfica após deixar o personagem de 007
em 1971, estrelando filmes importantes e populares nos anos seguintes, como “The
Man Who Would Be King”, “Der Name der Rose”, “Indiana Jones and
the Last Crusade”, “Os Intocáveis” e “The Hunt for Red October”,
entre outros.
Pela sua contribuição para as artes cinematográficas e
ao Império Britânico, foi sagrado Sir pela rainha Elizabeth II em 2000,
apesar de ao longo de toda a vida ter lutado pela causa da independência da
Escócia do Reino Unido.
Filho de pai católico e mãe protestante, Connery
começou a vida como leiteiro na sua terra natal e até ter a sua primeira
oportunidade na vida artística, num musical chamado “South Pacific”,
serviu na Marinha Real, foi motorista de camião e modelo para artistas
do Colégio de Artes de Edimburgo. Nesta época, ele foi 3º classificado no
concurso de Mister Universo de onde, através da insistência de um amigo,
saiu para fazer os testes para a peça, que acabou por lhe abrir o caminho para
o trabalho de actor nos palcos, na televisão e nos ecrãs de cinema.
Após trabalhos menores no cinema e na televisão
inglesa, entre o fim dos anos 1950 e começo dos 1960, Connery
chegou à fama internacional na pele do agente James Bond no filme “007
Contra o Satânico Dr. No” em 1962, que inauguraria a mais bem-sucedida e
longeva série cinematográfica, que em 2012 completou 50 anos e da qual Connery
fez seis filmes oficiais, marcando o personagem de maneira definitiva.
Em 1971, depois de “Diamonds are forever” (“007
Os Diamantes são Eternos”), Connery deixou o personagem (por apenas doze
anos, já que voltaria a ele em 1983, no filme “Never Say Never Again” (“007
Nunca Diga Nunca Outra Vez”), uma refilmagem de “007 Contra a Chantagem
Atómica”, feita numa produção de menor qualidade e com um Connery já
envelhecido e que se revelou um fracasso na crítica e na bilheteria, para
investir numa carreira mais diversificada.
A partir do sucesso de “O Homem que Queria Ser Rei”
em 1975, dirigido por John Huston e co estrelado pelo seu amigo Michael Caine, a
sua carreira entrou em ascensão na qualidade e diversidade, fazendo com que
Connery se tornasse o único de todos os actores que interpretaram o papel de
espião favorito de Sua Majestade a conseguir isso.
Nas décadas seguintes, Sean estrelaria sucessos como “Highlander”,
“Robin e Marian”, “O Nome da Rosa”, “Indiana Jones e a Última
Cruzada”, “Armadilha”, “A Rocha”, “Caçada ao Outubro
Vermelho”, e coroaria a carreira com o Oscar de melhor actor coadjuvante
pela sua actuação em “Os Intocáveis”, com Kevin Costner e Robert de
Niro, em 1987, numa cerimónia em que foi aplaudido de pé por todos os presentes
no Dorothy Chandler Pavillion, local da festa para entrega dos prémios
da Academia naquela época.
Nos últimos anos, após o fracasso comercial e da
crítica ao seu último filme, “The League of Extraordinary Gentlemen” (“A
Liga Extraordinária”), Connery manteve-se afastado do cinema, em parte pela
sua decepção com o sistema de Hollywood, bem como pela sua alegada declaração
de que se concentravas em escrever um livro sobre a sua vida.
Connery foi casado com a actriz australiana Diane
Cilento de 1962 a 1973, embora se tenham separado em 1971. Eles tiveram um
filho, o actor Jason Connery. Enquanto eles estavam separados, Connery namorou com
Jill St. John, Lana Wood, Carole Mallory e Magda Konopka.
Na sua autobiografia de 2006, Cilento alegou que ele tinha
abusado dela mental e fisicamente durante o relacionamento; alegou que Connery
havia sido citado como tendo dito que bater ocasionalmente numa mulher «não
era grande coisa». Connery cancelou uma aparição no Parlamento escocês por
causa da polémica; negou ter feito a citação e, em 2006, disse que qualquer
abuso de mulheres era inaceitável.
Connery foi casado com a pintora franco-marroquina
Micheline Roquebrune (nascida em 1929) de 1975 até à sua morte. O casamento
sobreviveu a um caso bem documentado que Connery teve no final dos anos 1980
com a cantora e compositora Lynsey de Paul.
Grande jogador de golfe, Connery foi dono do Domaine
de Terre Blanche, no sul de França, durante vinte anos (a partir de 1979),
onde planeou construir o seu campo de golfe de sonho em 266 acres de terra; o
sonho foi realizado quando ele o vendeu ao bilionário alemão Dietmar Hopp em
1999.
Ele foi premiado com um grau honorário de Shodan
(1º dan) no karaté Kyokushin.
Connery mudou-se para as Bahamas na década de 1990.
Ele era dono de uma mansão em Lyford Cay (New Providence).
Connery foi nomeado cavaleiro pela rainha numa
cerimónia de investidura no Palácio Holyrood em Edimburgo, em 5 de Julho de
2000. Ele havia sido nomeado para o título de cavaleiro em 1997 e 1998,
mas essas nomeações foram vetadas por Donald Dewar devido às opiniões políticas
de Connery.
Connery tinha uma villa em Kranidi, Grécia. O seu
vizinho era o rei Willem-Alexander da Holanda, com quem compartilhou uma
plataforma de helicópteros.
Michael Caine (que co estrelou com Connery em “O
Homem que Seria Rei” em 1975) estava entre os amigos mais próximos de
Connery.
Connery era um apoiante do clube de futebol escocês Rangers
FC.
Numa entrevista em 1965 à revista “Playboy”,
Sean admitiu já ter batido em mulheres. «Não penso que haja nada
particularmente errado em bater numa mulher, embora eu recomende não o fazer da
mesma forma que se faria com um homem. Uma bofetada é justificável - se todas
as outras alternativas falharam e houve alertas suficientes». «Se uma
mulher é uma cabra, ou histérica, ou continuamente cruel, então eu o faria.
Penso que um homem deve estar um pouco avançado, à frente da mulher».
Em 1987, ele sustentou o mesmo pensamento em
entrevista ao programa de Barbara Walters. «Não mudei a minha opinião»,
disse. «Não penso que seja tão mau, penso que depende inteiramente das
circunstâncias, se ela o merece, sim. Se você tentou tudo antes - e as mulheres
são muito boas nisso - e elas não o querem deixar em paz. Têm que ter a última
palavra, então você dá-lhes a última palavra. Mas se elas não ficam satisfeitas
mesmo assim e entram numa situação realmente provocadora, então, penso que é
absolutamente correcto».
Connery era membro do Partido Nacional Escocês
(SNP), um partido político de centro-esquerda que fazia campanha pela
independência da Escócia do Reino Unido, e apoiava o partido financeiramente e
por meio de aparições pessoais. O seu financiamento ao SNP cessou em
2001, quando o Parlamento do Reino Unido aprovou uma legislação que proibia o
financiamento externo de actividades políticas no Reino Unido.
Em resposta às acusações de que ele era um exilado
fiscal, Connery divulgou documentos em 2003 mostrando que ele pagou £ 3,7
milhões em impostos no Reino Unido entre 1997 e 1998 e entre 2002 e 2003. Os
críticos apontaram que se ele tivesse residido continuamente no Reino Unido
para fins fiscais, a sua taxa de imposto teria sido muito mais alta.
Na corrida para o referendo da independência escocesa em
2014, o irmão de Connery, Neil, disse que Connery não viria à Escócia para
reunir partidários da independência, já que o seu status de exílio fiscal
limitava muito o número de dias que ele poderia passar no país.
Depois que Connery vendeu a sua villa em
Marbella em 1999, as autoridades espanholas iniciaram uma investigação de
evasão fiscal contra ele e sua esposa, alegando que o tesouro espanhol havia
sido lesado em £ 5,5 milhões. Connery foi posteriormente inocentado por
oficiais, mas a sua esposa e outras 16 pessoas foram acusadas de tentativa de
fraudar o tesouro espanhol.
O actor faleceu em 2020, com 90 anos. Segundo a BBC,
a informação foi confirmada pela família do actor. Micheline Roquebrune, víuva
de Connery com quem foi casada durante 45 anos, relatou que o actor sofreu de
demência nos últimos anos de sua vida.
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