Era filha do farmacêutico
Manoel António Ribeiro Coelho e de Maria do Carmo Teixeira Coelho, irmã do
literato professor Carlos Alberto Teixeira Coelho e do capitão Thomaz Alberto
Teixeira Coelho.
Mariana Coelho tinha fortes
relações com o distrito de Vila Real, tendo vivido parte da sua vida, na Quinta
de Valcovo, na região de Vila Real.
Mariana Coelho, pela família
do avô materno, era descendente do Fidalgo António Correia de Barros da
Mesquita Pimentel, Senhor da Casa da Capela de Nossa Senhora da Conceição de
Sabrosa, sendo este descendente de Afonso Botelho, 1º alcaide-mor de Vila Real.
Imigrou para o Brasil em
1892, fixando-se em Curitiba. Em 1902, fundou, em Curitiba, o Colégio Santos
Dumont (1902/1917), onde leccionou e foi directora durante mais de quinze
anos. A instituição foi premiada com Medalha de Ouro na Exposição
Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil de 1908,
no Rio de Janeiro, tendo sido visitada por Santos Dumont, em 1916, quando da sua
passagem pelo Estado do Paraná.
Posteriormente, em Curitiba,
foi directora da Escola Profissional República Argentina - actual
Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro.
Em 1902, participou na
fundação da Loja Maçónica Filhas de Acácia nº 0767, em Curitiba, como
oradora, ao lado da Baronesa do Serro Azul, viúva do Barão do Serro Azul. Na
ocasião, pronunciou o seu consagrado Discurso.
Em 1908, publicou o “O
Paraná Mental”, com proémio de Rocha Pombo, obra que recebeu Medalha
de Prata na Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura
dos Portos do Brasil, em 1908.
Em 1911, participou no 3º Congresso
de Geografia do Estado do Paraná: era a única mulher a figurar entre os
representantes do Paraná. Proferiu, no final, um discurso muito aplaudido.
A sua actuação como feminista
já se revelava no século XIX, sendo a sua obra de maior destaque a “Evolução
do Feminismo”: um «trabalho que tem de ficar na nossa história literária»,
na opinião de Rocha Pombo.
Integrou a Federação
Brasileira pelo Progresso Feminino, participando nos congressos feministas
de 1922, 1933 e 1936. Foi colaboradora do jornal feminista “O Corymbo”.
Foi associada e influenciou a
criação do Centro Paranaense Feminino de Cultura, em 1933, com a
publicação de sua obra “Evolução do Feminismo”, tendo proferido a palestra
intitulada “Um Brado de Revolta contra a Morte Violenta”.
É patrona da cadeira nº 30 da
Academia Paranaense de Poesia e da cadeira nº 28 da Academia Feminina
de Letras do Paraná.
Foi membro do Instituto
Neo-Pitagórico, fundado por Dario Persiano de Castro Vellozo.
Em estudo sobre o feminismo
no Brasil, em especial no Paraná, Zahidé Muzart caracterizou Mariana Coelho
como a «Beauvoir tupiniquim», referindo-se à francesa Simone de
Beauvoir.
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