Gonzaguinha era filho registado,
mas não biológico, do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga e de
Odaleia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil.
Compôs a primeira canção “Lembranças
da Primavera” aos 14 anos e, em 1961, com 16 anos, foi morar no bairro de
Cocotá, na ilha do Governador, com o pai, para estudar.
Mais tarde, estudou Economia
na Universidade Cândido Mendes. Na casa do psiquiatra Aluízio Porto
Carrero, conheceu e tornou-se amigo de Ivan Lins.
Conheceu também a primeira
mulher, Ângela, com quem teve 2 filhos: Daniel e Fernanda. Teve depois uma
filha com a actriz Sandra Pêra, a actriz e cantora Amora Pêra.
Foi nessa convivência na casa
do psiquiatra, que fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU),
com Aldir Blanc, Ivan Lins, Márcio Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho.
Tal movimento teve importante papel na música popular do Brasil nos anos 1970
e, em 1971. resultou no programa na TV Globo ‘Som Livre Exportação’.
Caracterizado por uma postura
de crítica à ditadura, foi visado pelo DOPS. Assim, das 72 canções
mostradas a esse órgão, 54 foram censuradas, entre as quais o primeiro sucesso,
“Comportamento Geral”.
Neste início de carreira, a
apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos dos meios de comunicação
valeu-lhe o apelido de «cantor rancor», com canções ásperas, como “Piada
Infeliz” e “Erva”.
Com o começo da abertura
política, na segunda metade da década de 1970, começou a modificar o
discurso e a compor canções de tom mais aprazível para o público da época,
como: “Recado”, “Começaria Tudo Outra Vez”, “Explode Coração”,
“Espere por Mim Morena”, “Grito de Alerta”, “Sangrando”, “Eu
Apenas Queria que Você Soubesse”, “Caminhos do Coração”, “O Que É
o que É”, “Feliz”, “Mamão com Mel” e “Lindo Lago do Amor”,
também temas de reggae, como “Nem o Pobre nem o Rei”.
As composições foram gravadas
por muitos dos grandes intérpretes da MPB, como Gal Costa, Maria
Bethânia, Zizi Possi, Simone, Alcione, Elis Regina (“Redescobrir ou Ciranda
de Pedra”), Fagner e Joanna. Dentre estas, destaca-se Simone, com os
grandes sucessos de “Sangrando, Mulher”, “Começaria tudo outra vez”,
e “Da maior liberdade”.
Em 1975, dispensou os
empresários e tornou-se um artista independente, o que o fez em 1986 fundar o
selo Moleque, pelo qual chegou a gravar dois trabalhos.
Nos últimos doze anos de
vida, Gonzaguinha viveu em Belo Horizonte com a segunda mulher Louise Margarete
Martins (Lelete) e a filha deles, Mariana.
Gonzaguinha faleceu aos 45
anos, vítima de um acidente automobilístico. Ao regressar de uma apresentação
em Pato Branco, no Paraná, por uma rodovia no Sudoeste daquele estado, colidiu o
seu Monza contra uma camioneta Ford F-4000. O acidente ocorreu
por volta de 7h20 da manhã entre as cidades de Renascença e Marmeleiro.
Gonzaguinha estava a dirigir-se para Foz do Iguaçu, de onde seguiria de avião
para Florianópolis, onde tinha um show agendado. No carro estavam também o seu
empresário e o dono de uma empresa de produções artísticas, que ficaram
gravemente feridos.
Em 2017, Gonzaguinha foi tema
do carnaval da Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, com o enredo “O
Moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio!”. Estácio
era a escola de coração do cantor, nascido no Morro de São Carlos, no bairro do
Estácio, no Rio de Janeiro.
A escola de samba Império
Serrano escolheu como enredo para o seu desfile no Grupo Especial em
2019, o sucesso de Gonzaguinha “O Que é, o Que é?”, usando a canção
também como o samba-enredo, num recurso inédito no carnaval carioca.
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