Foi ministro da Indústria
e Tecnologia do IV Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves,
em 1975.
Ocupou o cargo de ministro do
Equipamento, Planeamento e Administração do Território no XIII
Governo Constitucional.
Enquanto ministro, foi
confrontado com denúncias de corrupção na Junta Autónoma de Estradas por
parte do presidente da empresa à data, Amadeu Garcia dos Santos, que exigiu a
expulsão de um conjunto de funcionários da JAE, nomeadamente o
administrador da JAE SA, Donas Botto. João Cravinho aceitou inicialmente
a ideia de afastar Donas Botto, mas acabou por recuar. João Cravinho referiu
que Garcia dos Santos nunca lhe expôs qualquer situação de corrupção na JAE,
confirmando apenas o conflito entre Garcia dos Santos e Donas Botto como
estando na origem da demissão de Garcia dos Santos. No entanto, confrontado com
uma entrevista de Garcia dos Santos ao “Expresso”, em 1998, em que este
denunciava situações de corrupção na JAE, João Cravinho ordenou uma
sindicância à empresa, não sem antes convidar Garcia dos Santos a apresentar
denúncia junto do Ministério Público. Numa carta enviada a Garcia dos
Santos, no entanto, o então ministro das Finanças, António de Sousa
Franco, confirmou saber dos problemas de corrupção na JAE e quem eram as
pessoas envolvidas, pelo que João Cravinho se incompatibilizou com Sousa
Franco.
Ainda em Outubro de 1998, é
publicado um relatório da Inspecção Geral de Finanças, dando conta de
que haviam saído da JAE mais de 650 mil contos (3,25 milhões de euros)
sem qualquer controlo. O então procurador-geral da República, Cunha Rodrigues,
recuou na sua posição inicial e o Ministério Público iniciou
investigação a todos os processos da JAE.
João Cravinho ordenou também
uma sindicância à JAE, que concluiu pela existência de corrupção, e
enviou o relatório da sindicância para o Parlamento, que organizou uma
comissão de inquérito sobre o caso, e para o Ministério Público.
Acabou por ordenar a extinção
da JAE em 1999. Durante o consulado de João Cravinho como ministro do Equipamento,
Planeamento e Administração do Território, foi vertido na lei um limite de
25% na aceitação de obras a mais, relativamente ao valor inicial da adjudicação
da obra, e também a proibição de funcionários públicos trabalharem para
empresas privadas que fazem obras públicas.
Tendo as conclusões da
sindicância à JAE foram entregues à Procuradoria-Geral da República,
daí resultou um processo com 19 arguidos pelos crimes de participação económica
em negócio, corrupção activa para acto lícito, corrupção passiva para acto
lícito, burla agravada, peculato, falsificação de documento autêntico e receptação,
entre os quais constava o antigo ministro das Obras Públicas, Joaquim
Ferreira do Amaral, e o seu secretário de Estado, Álvaro Magalhães. No
entanto, em Maio de 2000, o processo acabou arquivado por falta de provas.
Em Junho de 2009, um
relatório do Tribunal de Contas concluiu que, «se a gestão da JAE
fosse eficaz, as estradas teriam custado menos 44 por cento». João Cravinho
alega que as medidas que tomou contra a corrupção estiveram na base da sua não
recondução no cargo de ministro do Equipamento, Planeamento e Administração
do Território, em 1999, após pressões dos empreiteiros, que pediam
repetidamente a sua demissão ao então primeiro-ministro, António Guterres, e ao
presidente da República, Jorge Sampaio.
Em 8 de Junho de 2005, foi
agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Em 2006, enquanto deputado
socialista, criou um plano de anticorrupção que consistia em colocar sob
suspeita uma pessoa cujas declarações de rendimentos não correspondessem ao seu
real património. Esta proposta foi rejeitada pelos deputados socialistas no
parlamento. Pouco depois, Cravinho demitiu-se da Assembleia da República
e foi para Inglaterra, onde seria nomeado administrador do Banco Europeu
para a Reconstrução e o Desenvolvimento pelo governo português liderado por
José Sócrates.
Foi comentador ocasional na SIC
Notícias.
Em 2012, na sequência da
polémica gerada por alegadas ligações de elementos das polícias secretas
portuguesas à Maçonaria, João Cravinho assumiu pertencer à Maçonaria
há já quinze anos, apesar de não frequentar muito as reuniões.
Em 2021 João Cravinho acusou
o Governo de José Sócrates de travar o combate à corrupção.
É pai de João Gomes Cravinho,
também político.
Condecorações: Grã-Cruz
da Ordem do Mérito Civil de Espanha (1998); Grã-Cruz do Mérito
da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha (1999); Grã-Cruz
da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo de Portugal (2005); e Grã-Cruz
da Ordem do Mérito do Chile (2005).
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