quinta-feira, 31 de julho de 2025

31 DE JULHO - GERALDINE CHAPLIN

EFEMÉRIDE - Geraldine Leigh Chaplin, actriz anglo-americana, nasceu em Santa Monica, Califórnia, no dia 31 de Julho de 1944. É filha de Charlie Chaplin e da sua quarta esposa, Oona O’Neill.

O seu primeiro papel de destaque como actriz foi em “Doutor Jivago” de David Lean, pelo qual foi nomeada para o Globo de Ouro de Melhor Actriz revelação.

Geraldine recebeu a sua segunda nomeação para o prémio, por “Nashville” de Robert Altman, e uma nomeação para o BAFTA pelo seu papel em “Welcome to L.A” (1976). Ela interpretou a sua avó Hannah Chaplin na cine-biografia “Chaplin” (1992), pelo qual recebeu a sua terceira nomeação para o Globo de Ouro.

Também apareceu numa grande variedade de filmes espanhóis e franceses reconhecidos pela crítica. Estrelou “Retratos da Vida” (1981), “A Vida É um Romance” (1983) e os filmes “Noroeste” (1976) e “O Amor Por Terra” (1984) de Jacques Rivette. Foi parceira do director Carlos Saura durante 12 anos, até 1979, estrelando os seus filmes “Ana e os Lobos” (1973), “Cría Cuervos” (1976), “Elisa, Vida Minha” (1977) e “A Mãe Faz 100 Anos” (1979).

Recebeu o Prémio Goya pelo seu papel em “Cidade Sem Limites” (2002) e foi nomeada novamente por “O Orfanato” (2007).

Em 2018, estrelou “Red Land” (“Rosso Istria”), filme italiano de Maximiliano Hernando Bruno, que conta a vida da jovem estudante Norma Cossetto, assassinada pelos guerrilheiros jugoslavos nos massacres das foibas.

Em 2019, interpretou Wallis, duquesa de Windsor, na terceira temporada da série de drama de época da Netflix, “The Crown”.

O seu avô materno era o dramaturgo Eugene O’Neill (Prémio Nobel de Literatura e Prémio Pulitzer).

Tem dois filhos, Shane Saura (nascida em 1974) e a actriz Oona Castilla Chaplin (nascida em 1986).

quarta-feira, 30 de julho de 2025

30 DE JULHO - OLGA PRATS

EFEMÉRIDE - Maria Olga Douwens Prats, professora, pedagoga e pianista portuguesa, morreu na Parede em 30 de Julho de 2021. Nascera em Cascais no dia 4 de Novembro de 1938.  

Iniciou a sua formação aos cinco anos de idade com a sua mãe que era professora de piano e, aos seis anos, com o professor e pedagogo João Maria Abreu e Motta, a título particular, tendo realizado o seu primeiro recital no Teatro Municipal de São Luís, aos catorze anos (em 1952).

Com dezanove anos, concluiu o curso de piano no Conservatório Nacional de Lisboa, ainda com o professor João Maria Abreu e Motta e o seu aperfeiçoamento fez-se com Telma Sá e Costa.

Seguidamente, com o auxílio de duas bolsas (uma delas do Instituto de Alta Cultura), frequentou cursos de aperfeiçoamento em Colónia, na Escola Superior de Música, durante dois anos, nos quais teve como professores Gaspar Cassadó e Karl Pillney e como bolseira pelo governo alemão em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, em 1959 em Friburgo, sendo seus professores Carl Seeman e Sándor Végh.

Durante os seus estudos na Alemanha Ocidental, ganhou o prémio para melhor estudante estrangeira em 1958, para além de ter tocado frequentemente com orquestras e a solo, tendo obtido as melhores críticas da imprensa.

Quando regressou a Portugal, em 1960, continuou a sua formação musical com Helena Sá e Costa, tendo ganho em 1965 ainda como sua aluna, o Prémio Luís Costa, atribuído à melhor intérprete de música espanhola.

Frequentou posteriormente diversos cursos internacionais em Santiago de Compostela, os Cursos do Estoril e o de Música Contemporânea de Darmstadt sob a orientação de Rudolf Baumgartner, Jean Françaix e Karl Engel.

Foi convidada para ser professora de piano nas classes de música de câmara de Paul Tortelier, Ludwig Streicher e Karen Georgian.

Tocou com inúmeras orquestras, de entre muitas outras destacam-se: Orquestra de Câmara do Festival de Pommersfelden; Orquestra Gulbenkian; Orquestra Sinfónica de Buenos Aires; Orquestra do Porto; e Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional.

Interpretou um grande leque de compositores, desde Bach, passando por Schumann, Brahms e Stravinsky. Mesmo com este vasto repertório e amplitude de estilos musicais de compositores que interpretou ao longo da sua actividade, privilegiou sobretudo a música de câmara.

Deu especial relevo à produção contemporânea, desde a música de compositores portugueses de música de salão do século XIX à de Fernando Lopes Graça (este já do século XX) e até à música de Astor Piazzola, tendo sido a primeira em Portugal a interpretá-la e a gravá-la.

Foi membro fundador de vários grupos: Duo de piano e violeta com Ana Bela Chaves (1969); Grupo de Câmara do Festival do Estoril; Opus Ensemble (em 1980); e Colectiva - Grupo Experimental de Teatro Musical Contemporâneo (1975).

Colaborou com diversos compositores de relevo, com destaque para Fernando Lopes-Graça, Constança Capdeville e António Victorino d’Almeida, que lhe dedicaram várias obras e dos quais estreou e gravou muitas outras.

Foi durante catorze anos (entre 1970 e 1984) professora do Conservatório Nacional e integrava desde 1983 o corpo docente da Escola Superior de Música de Lisboa, onde foi coordenadora da classe de Música de Câmara, para além de ser orientadora de vários cursos dedicados à música portuguesa do século XX e à música de câmara.

Para além da docência, da gravação e das actuações ao vivo que efectuava com o grupo Opus Ensemble, prosseguia uma intensa actividade como jurada em concursos de interpretação nacionais e internacionais, de entre outros: Concurso de Música de Câmara da Rádio da Baviera; Concurso Internacional de Piano Viana da Motta; Prémio Jovens Músicos; e Prémio José Afonso.

Foi membro do Conselho das Antigas Ordens Militares.

Faleceu em 2021, na sua residência, na Parede (Cascais).

Em 6 de Junho de 2008, foi agraciada com as insígnias de Comendadora da Ordem Militar de Santiago da Espada pelo Presidente da República Portuguesa.

O Instituto Politécnico de Lisboa distinguiu-a com a Medalha de Prata de Mérito em 2009.

O realizador Miguel Costa realizou, em 2012, o documentário “Olga Prats e os Compositores Portugueses”, que se debruça sobre a carreira de Olga Prats, ao mesmo que tempo que faz uma retrospectiva da música portuguesa dos dois últimos séculos.

Recebeu, em 2013, a Medalha de Mérito Municipal Grau Ouro da Câmara Municipal de Sintra.

terça-feira, 29 de julho de 2025

29 DE JULHO - SÉRGIO SOUSA PINTO

EFEMÉRIDE - Sérgio Paulo Mendes de Sousa Pinto, jurista e político português, ex-líder da Juventude Socialista e deputado na Assembleia da República e presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, nasceu em Lisboa no dia    29 de Julho de 1972.

Estudou no Jardim-Infantil Pestalozzi, na Escola Preparatória Nuno Gonçalves, na Escola Secundária Gil Vicente e na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, quando se começou a interessar por política, onde ponderou juntar-se à Juventude Comunista Portuguesa, mas a conselho dos pais, esperou alguns anos, tendo-se filiado na Juventude Socialista, contribuindo para a sua reestruturação.

Em 1994, foi eleito secretário-geral dessa estrutura e, em 1995, foi eleito deputado à Assembleia da República pelo distrito do Porto.

No seu primeiro período como deputado, destacou-se, sobretudo, pela defesa das uniões de facto entre homossexuais e da interrupção voluntária da gravidez, tendo - por isso - entrado em confronto com o então secretário-geral do Partido Socialista e primeiro-ministro António Guterres, socialmente conservador, principalmente após a submissão da lei do aborto a referendo nacional (apesar de ter sido aprovada na Assembleia da República). A lei foi chumbada em referendo, em Junho de 1998 por cerca de 1%.

Em 1999, fez parte das listas para o Parlamento Europeu, sendo eleito eurodeputado e reeleito em 2004. Durante esses dois mandatos, fez parte da Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos (1999/2004), da Comissão dos Assuntos Constitucionais (2004/2009) e da Delegação para as Relações com o Mercosul (2007/2009).

Regressou à Assembleia da República em 2009 e, em Outubro de 2015, demitiu-se do secretariado nacional do PS por não concordar com a estratégia de António Costa de tentar formar governo com o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda.

Actualmente, é comentador residente na CNN Portugal.

Considerado socialista e libertário, tem como principais referências políticas Mário Soares e Winston Churchill.

Desde 2015, é considerado como pertencente a uma ala direita do Partido Socialista por ser contra a união do PS com o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda, apesar de ter sido considerado da ala esquerda durante a década de 1990, devido à defesa das uniões de facto e do aborto.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

28 DE JULHO - ANA BRITO E CUNHA

EFEMÉRIDE - Maria Ana Espírito Santo de Brito e Cunha, actriz portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 28 de Julho de 1975.

Em 1984, entrou numa produção escolar de “Annie” no Instituto Espanhol de Lisboa. Em 1991 e 1992, apareceu no espectáculo “Um Dia No Alentejo”, levado à cena no Teatro Tivoli, com Gonçalo e Mico da Câmara Pereira, a sua irmã Patrícia, Mafalda Veiga, entre outros. Entrou na novela “Na Paz dos Anjos de 1993”. Apareceu depois em “Trapos e Companhia” da TVI (1994).

Regressou à RTP onde entra em “Primeiro Amor” (1995). Entrou em “Cantar Portugal” no CCB. Em 1996, entra na série “Polícias” da RTP.

Produz e escreve peças de teatro, nas quais também tem participado, a 1ª em 1995, “Amigos do Palco I”, “Tabata” e “Amigos do Palco II e III” em 1997 e 1998 respectivamente.

Tornou-se mais conhecida na qualidade de apresentadora do programa infantil “Jardim da Celeste”, papel pelo qual ainda é reconhecida entre os portugueses. Foi a cara portuguesa do canal cabo Viver Vivir durante o 1º ano de emissão.

Os seus papéis mais marcantes foram a cómica Rosa em “Baía das Mulheres” e Bárbara Rodrigues em “Jura”.

Apareceu em “Sempre em pé” (stand up) aquando da estreia do programa.

Foi encenadora de “O Natal na Floresta”, de Rita Fernandes, no Pavilhão Atlântico, em 2004; “Salon”, de Rita Fernandes, T. Gymnasio; “Não Te Esqueças de Puxar o Autoclismo”, de Rita Fernandes (musical); e “Super-Mulher”.

Estreou-se em teatro de revista na peça “HIP HOP’arque!”, no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer.

Durante a sua carreira, entre outras actividades, já fez 27 trabalhos para televisão, 8 filmes e 10 peças de teatro.

Casou-se no dia 21 de Maio de 2016 na Quinta do Peru, Azeitão, com Afonso Luís Fernando Soares Luz Coruche. Tiveram o seu primeiro filho em 26 de Maio de 2017.

domingo, 27 de julho de 2025

27 DE JULHO - NORMAN LEAR

EFEMÉRIDE - Norman Milton Lear, guionista e produtor de televisão e cinema norte-americano, nasceu em New Haven no dia 27 de Julho de 1922. Morreu em Los Angeles, em 5 de Dezembro de 2023.

Foi mais conhecido por produzir as sitcomsAll in the Family”, “Sanford and Son” e “Diff'rent Strokes”.

Norman Lear cursou o ensino médio em Hartford, a capital do estado. Fezia faculdade no Emerson College em Boston, capital do estado vizinho de Massachusetts, quando se alistou na Força Aérea do Exército dos Estados Unidos em 1942.

Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu no Mediterrâneo como operador de rádio e atirador num Boeing B-17 com o 772º Esquadrão de Bombardeio.

Ele voou em 52 operações de combate, pelas quais foi agraciado com uma Medalha Aérea. Lear foi dispensado do Exército em 1945. A sua carreira militar é narrada nos livros “Crew Umbriago”, de Daniel P. Carroll, e “772nd Bomb Squadron: The Men, The Memories”, da Turner Publishing Company.

Em 1959, Lear criou a sua primeira série de televisão, um western de meia-hora chamado “The Deputy”, com Henry Fonda no papel principal. Inicialmente um escritor de comédias, e depois director de cinema (ele escreveu e produziu o filme de 1967 “Divorce, American Style” e dirigiu o filme de 1971 “Cold Turkey”, ambos estrelados por Dick Van Dyke, Lear tentou vender para a ABC uma ideia para uma sitcom sobre uma família operária. A emissora rejeitou o programa após a filmagem de dois pilotos. Após a filmagem de um terceiro piloto, a CBS comprou o programa, intitulado “All in the Family”. A primeira temporada do programa estreou em 21 de Janeiro de 1971 e atingiu apenas a 34ª posição na lista dos programas mais assistidos, mas conquistou vários Emmys, inclusive o de Melhor Série de Comédia, e foi renovado. Durante a sua re-exibição no Verão, o programa obteve óptimos índices de audiência e na sua segunda temporada já era o mais visto dos Estados Unidos, título que segurou por mais quatro anos. O programa é baseado na sitcom britânica “Til Death Us Do Part”, exibida na BBC, sobre um irritável Tory da classe trabalhadora e o seu genro socialista.

O segundo sucesso de Lear na televisão norte-americana também é a adaptação de uma série da BBC. “Sanford and Son” é baseado em “Steptoe and Son”, sobre um comerciante de sucata do oeste de Londres e do seu filho. Lear mudou o cenário para o distrito de Watts em Los Angeles e os personagens para afro-americanos. Ele criou vários programas de sucesso em seguida, como “Maude” (cujo personagem-título seria baseado na sua então esposa Frances), “The Jeffersons” (ambos spin-offs de “All in the Family”) e “One Day at a Time”.

O que a maioria das sitcoms de Lear tinham em comum era que os personagens é que eram a força motriz das tramas, eram filmadas em sets que lembravam mais peças de teatro do que a maioria dos sets de sitcom, eram filmados com videotape ao invés de filme e, acima de tudo, tratavam dos temas sociais e políticos mais importantes das suas épocas. Ironicamente, a maioria das séries de Lear são consideradas autobiográficos, apesar de que os seus primeiros sucessos foram adaptados de programas da BBC.

O parceiro de produção de longa data de Lear foi Bud Yorkin, que foi produtor executivo de Sanford and Son. Os dois romperam a parceria em 1983 e Yorkin fundou a sua própria produtora com os guionistas Saul Turteltaub e Bernie Orenstein. Eles conseguiram produzir apenas um programa que durou mais de uma temporada, chamado “What’s Happening!!”. A produtora de Lear e Yorkin era conhecida como Tandem Productions. Lear e o agente de talentos Jerry Perenchio fundaram a T.A.T. Communications (T.A.T. era uma sigla para “Tuchus Affen Tisch”, que significa «Colocando o traseiro de alguém na linha» em iídiche) em 1974. A parceria foi uma das produtoras independentes mais bem-sucedidas da televisão norte-americana na década de 1970. Nessa época, Lear criou a série “Mary Hartman, Mary Hartman”, que mais tarde se tornaria um clássico cult.

Em 1978, ele deixou o cargo de produtor nos seus programas para trabalhar num documentário sobre a crescente influência dos evangélicos de extrema-direita. O filme nunca foi lançado, mas as pesquisas estimularam Lear a se engajar no activismo de esquerda.

Em 1982, a produtora comprou a Avco Embassy Pictures, produtora de filmes como “The Graduate”, “The Lion in Winter” e “Carnal Knowledge”, da Avco Financial Corporation. A companhia foi renomeada Embassy Pictures e presidida por Alan Horn (actual presidente da Warner Bros. Pictures) e Martin Schaeffer, que mais tarde fundariam a Castle Rock Entertainment com Rob Reiner.

Em 1985, Lear vendeu todas as suas holdings em cinema e televisão para a Columbia Pictures (então propriedade da Coca-Cola Company) que adquiriu a divisão de cinema e televisão da Embassy por 465 milhões de dólares em acções da Coca-Cola Company. Lear e o parceiro Jerry Perenchio dividiram o lucro líquido (cerca de US$ 250 milhões). A Coca-Cola mais tarde vendeu a divisão de cinema para Dino De Laurentiis e a de home video para a Nelson Entertainment.

A marca Tandem Productions foi abandonada em 1986 com o cancelamento de Diff’rent Strokes e a Embassy deixou de existir como entidade única no final de 1987. A divisão de televisão da Embassy tornou-se na ELP Communications em 1988, mas os programas originalmente produzidos pela Embassy ficaram sob a marca Columbia Pictures Television de 1988 a 1994 e da Columbia TriStar Television de 1994 a 1998.

Lear tentou voltar à produção de televisão na década de 1990 com os programas “Sunday Dinner”, “The Powers That Be” e “704 Hauser”, o último colocou uma família diferente no mesmo cenário de “All in the Family”. Nenhum dos programas fez sucesso, apesar de serem aclamados pela crítica.

Lear faleceu em 2023, aos 101 anos, em Los Angeles.

Norman Lear teve uma carreira largamente premiada e nomeada, sendo nomeado para o Oscar de Melhor Guião Original em 1968. 

sábado, 26 de julho de 2025

26 DE JULHO - DIANA GOMES

 

FEMÉRIDE - Diana Catarina Ribeiro Gomes, futebolista profissional portuguesa, nasceu em Paços de Ferreira no dia 26 de Julho de 1998.

É   jogadora do Sevilla FC, clube espanhol da Liga F, e da selecção feminina de Portugal.

Diana começou a jogar na equipa local SC Freamunde em Paços de Ferreira, em 2012.

Quatro anos depois, mudou-se para a equipa do Campeonato Nacional de Futebol Feminino, Valadares Gaia FC. Em 2017, assinou com o SC Braga.

A partir de 2013, representou Portugal em vários escalões juvenis. Com a selecção de Portugal Sub-17, disputou o Campeonato Feminino Sub-17 da UEFA de 2014, na primeira vez que a selecção se classificou para o Campeonato Feminino Sub-17 da UEFA. Diana também disputou três torneios de qualificação para o Campeonato Feminino de Sub-19 da UEFA de 2017 por Portugal Sub-19.

Em 3 de Março de 2017, Diana Gomes estreou-se pela selecção principal de Portugal na derrota por 6 a 0 para a Dinamarca. A 19 de Junho de 2017, foi incluída pelo treinador Francisco Neto na pré-eliminatória de 25 mulheres destinada a representar Portugal no UEFA Women’s Euro 2017, a primeira vez que a selecção portuguesa se classificou para um grande torneio de futebol feminino. Em 6 de Julho de 2017, Neto divulgou o elenco final de 23 mulheres, cortando Diana Gomes e Cristiana Garcia na equipa. Porém, no último treino antes da partida para o torneio, Jéssica Silva lesionou-se, sendo que - no dia 14 de Julho - Diana foi convocado por Neto para sua substituição. Ela não disputou nenhuma partida na competição e Portugal foi eliminado na primeira fase do torneio.

Em 30 de Maio de 2023, foi incluída na selecção de 23 jogadoras para a Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

25 DE JULHO - MIGUEL ESTEVES CARDOSO

EFEMÉRIDE - Miguel Vicente Esteves Cardoso, crítico, escritor e jornalista português, nasceu em Lisboa no dia 25 de Julho de 1955.

Miguel Esteves Cardoso cresceu no seio de uma família da classe média-alta lisboeta. O pai, de ascendência judaica sefardita, foi oficial capitão-de-mar-e-guerra da Marinha, cavaleiro da Ordem Militar de Avis (29 de Setembro de 1952) e comendador da mesma Ordem a 4 de Outubro de 1961. A mãe era uma inglesa radicada em Portugal, o que proporcionou a Miguel Esteves Cardoso tornar-se bilingue e lhe deu uma espécie de visão distanciada de Portugal e dos portugueses.

Aluno brilhante, Miguel Esteves Cardoso fez os seus estudos secundários na Saint Julian’s School e os superiores fora de Portugal, no Reino Unido. Em 1979, na Universidade de Manchester, licenciou-se em Estudos Políticos. Em 1983 doutorou-se em Filosofia Política, com uma tese que relacionava a saudade e o sebastianismo no Integralismo Lusitano. Posteriormente, voltou a Inglaterra como visiting fellow do St. Antony’s College, em Oxford, fazendo um pós-doutoramento em Filosofia Política, sob orientação de Derek Parfit e de Joseph Raz.

Depois de terminar o doutoramento no Reino Unido, Miguel Esteves Cardoso entrou em 1982 para o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, como investigador auxiliar.

Pouco depois ingressaria no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa da Universidade de Lisboa, como professor auxiliar de Sociologia Política. Foi igualmente co-fundador do Gabinete de Filosofia do Conhecimento.

Nas duas instituições foi contemporâneo de outros sociólogos conhecidos pela sua participação na vida pública: António Barreto, Vasco Pulido Valente e Maria Filomena Mónica.

No ano de 1988, porém, Miguel Esteves Cardoso decidiu abandonar a carreira académica, para se dedicar à comunicação social, nomeadamente ao jornal “O Independente”, cuja direcção assumiu.

A partir do contacto estreito com as bandas pós-punk e new wave da editora Factory, tais como Joy Division, New Order, Durutti Column ou The Fall, aquando da sua estada no Reino Unido, «MEC» (como era conhecido pelos fãs) começou por se dar a conhecer como cronista, escrevendo sobre música pop nos jornais “Se7e”, “O Jornal” (actual “Visão”) ou “Música & Som”. Essas crónicas eram avidamente lidas pelos jovens portugueses, em complemento à transmissão da mesma música em programas como “Rock em Stock”, de Luís Filipe Barros, ou “Rotação”, “Rolls Rock” e “Som da Frente”, de António Sérgio, na Rádio Renascença e na Rádio Comercial. Também se dedicou à crítica literária e cinematográfica, no “Jornal de Letras, Artes e Ideias”.

Da imprensa, rapidamente passou a ser presença constante na rádio e na televisão, em parte devido à sua aparência invulgar e desajeitada de jovem intelectual, ingénuo e perverso, e às suas intervenções imprevisíveis, irónicas e irreverentes, às vezes desconcertantes. Na rádio, foi autor e co-autor de diversos programas como “Trópico de Dança”, “Aqui Rádio Silêncio”, “W”, “Dançatlântico” e “A Escola do Paraíso”, todos na Rádio Comercial. Também colaborou com Herman José, como guionista do programa “Humor de Perdição”, transmitido pela RTP em 1987.

Estabeleceu polémicas com alguns intelectuais e escritores como Fernando Namora ou Eduardo Prado Coelho.

A convite de Vicente Jorge Silva, tornou-se colaborador do “Expresso”, onde as suas crónicas satíricas “A Causa das Coisas” e “Os Meus Problemas”, conheceram o acompanhamento regular de muitos leitores e o sucesso junto da juventude de classe média.

Já na década de 1990, «MEC» viria a participar em vários talk-shows televisivos, entre os quais o popular “A Noite da Má-Língua” (SIC) onde, semanalmente, sob a moderação de Júlia Pinheiro e na companhia de Manuel Serrão, Rui Zink, Rita Blanco, Alberto Pimenta, Luís Coimbra, Constança Cunha e Sá e Graça Lobo, eram satirizadas figuras e situações da vida pública portuguesa e internacional.

No final dos anos 1990, por motivos que nunca revelou, Miguel Esteves Cardoso abandonou subitamente os ecrãs televisivos, tornando-se mediaticamente invisível durante bastantes anos. Só voltaria a partir de 2017/2018, com o programa “Fugiram de casa dos seus pais”, na RTP.

Ainda na década de 1980, Esteves Cardoso fundou, com Pedro Ayres Magalhães, Ricardo Camacho e Francisco Sande e Castro, a Fundação Atlântica, uma das primeiras editoras independentes portuguesas, produzindo discos de nomes como Sétima Legião, Xutos e Pontapés, Delfins, Paulo Pedro Gonçalves, Anamar e Amigos em Portugal dos Durutti Column. Daria também contributo directo à música pop portuguesa como letrista, com “Alhur”, de Né Ladeiras, e “Foram Cardos Foram Prosas” (com música de Ricardo Camacho, interpretada por Manuela Moura Guedes).

Monárquico e antieuropeísta convicto, apresentou-se como candidato a deputado ao Parlamento Europeu, em 1987, como independente nas listas do Partido Popular Monárquico, não conseguindo a eleição, mas dando a esse partido o melhor resultado eleitoral de sempre.

Entre finais de 1987 e princípios de 1988, Miguel Esteves Cardoso surgiu envolvido na criação de um projecto jornalístico novo. Tem a seu lado Paulo Portas, Pedro Paixão e Manuel Falcão. Nascia assim o jornal “O Independente”, que tinha como director Miguel Esteves Cardoso, como director-adjunto Paulo Portas e como subdirector Manuel Falcão.

A edição do jornal cabia à SOCI - Sociedade de Comunicação Independente, S.A., criada em Fevereiro de 1988 e presidida por Nobre Guedes, e que tinha como accionistas a Cerexport (Nobre Guedes), Joaquim Silveira (da promotora imobiliária SIL), Carlos Barbosa, Miguel Anadia, Francisco e Pedro Fino e Frederico Mendes de Almeida.

O Independente” foi um projecto que influenciou sobremaneira o jornalismo português. Face à imprensa esquerdista que prevalecia na época, assumia-se como um contraponto conservador e elitista, mas simultaneamente libertário e culto. Teve como colaboradores nomes como Agustina Bessa Luís, Vasco Pulido Valente, António Barreto, João Bénard da Costa, Maria Filomena Mónica, Pedro Rolo Duarte, João Miguel Fernandes Jorge, Joaquim Manuel Magalhães, M. S. Lourenço, Maria Afonso Sancho, Leonardo Ferraz de Carvalho, Pedro Ayres Magalhães, Rui Vieira Nery ou Edgar Pêra. Atribuiu uma enorme importância à fotografia, contando com o trabalho de fotógrafos importantes como Inês Gonçalves, Daniel Blaufuks e Augusto Alves da Silva. Enquanto Portas e Helena Sanches Osório faziam estremecer os alicerces do governo de Aníbal Cavaco Silva, com a denúncia semanal e impiedosa de escândalos políticos, «MEC» ocupava-se da parte cultural, no destacável “Vida”; outras vezes, fazia dupla com Paulo Portas em entrevistas a figuras da política e cultura portuguesa.

Em 1991, conforme combinado antes da fundação do jornal, Miguel Esteves Cardoso deixa a direcção de “O Independente” a Paulo Portas, para criar a revista mensal “K”, financiada pela Valentim de Carvalho e pela SOCI, e - mais tarde - por Carlos Barbosa. Apesar da qualidade gráfica e colaborativa, o projecto acabou ao fim de dois anos, vítima da pouca orientação comercial.

Em 1995, com o final do cavaquismo e a saída de Paulo Portas de “O Independente” que trocou a direcção do jornal pela política activa no Centro Democrático Social, iniciou o seu lento declínio, não obstante o regresso de Esteves Cardoso à direcção, em 2000. Com efeito, sairia logo no ano seguinte que o semanário foi comprado e dirigido por Inês Serra Lopes, até ao seu fecho, em 2006.

Em 1987, Esteves Cardoso foi incentivado pela actriz Graça Lobo a integrar-se na Companhia de Teatro de Lisboa, o que o levou à dramaturgia. Publicou então “Carne Cor-de-Rosa Encarnada” (encenada por Carlos Quevedo) no Teatro Villaret, “Os Homens” (encenado por Graça Lobo) e traduziu várias peças de Samuel Beckett, das quais é digna de menção “Worstward Ho”, que ficou com o título de “Pioravante Marche”.  

Anos mais tarde, intensificou a sua relação com a literatura, o que o faz afastar-se do jornalismo. O seu primeiro romance, “O Amor É Fodido”, publicado em 1994, foi um best-seller, em boa parte devido ao título.

Publicou mais dois romances, “A Vida Inteira” e “O Cemitério de Raparigas”, e continuou a escrever crónicas em jornais, primeiro em “O Independente”, mais tarde no “Diário de Notícias”. Em 1999, criou também um blogue, chamado “Pastilhas”, que abandonou em 2002.

A partir de Janeiro de 2006, retomou a sua colaboração no “Expresso”. Desde 2009, escreve uma crónica diária no “Público”. Em 2013, passou a ser editado pela Porto Editora, que reeditou toda a sua obra. Fez com Bruno Nogueira um programa semanal, de 13 episódios, na RTP 1, “Fugiram de Casa de Seus Pais”, transmitido entre 9 de Dezembro de 2017 e 27 de Fevereiro de 2018.

Casou-se por três vezes, a última das quais em 2000, com Maria João Lopes Pinheiro. Tem duas filhas, Sara e Tristana, do primeiro casamento, a quem os Durutti Column dedicaram um tema com esse título no álbum “Amigos em Portugal”.

Numa entrevista dada em 2006, Esteves Cardoso reconheceu ter tido problemas com álcool e o uso de cocaína, nos frenéticos tempos em que trabalhou no “Independente”. É opositor do Acordo Ortográfico de 1990, gosta de gatos e aprecia a boa gastronomia.

quinta-feira, 24 de julho de 2025

24 DE JULHO - CARMEN CLEMENTE TRAVIESO

EFEMÉRIDE - Carmen Clemente Travieso, jornalista e activista pelos direitos das mulheres venezuelana, nasceu em Caracas no dia 24 de Julho de 1900. Morreu na mesma cidade em 24 de Janeiro de 1983.

Ela foi a primeira mulher a formar-se na Universidade Central da Venezuela e uma das primeiras mulheres empregadas como jornalista em tempo integral na Venezuela.

Clemente fez parte do primeiro grupo de mulheres que se juntaram ao Partido Comunista da Venezuela e trabalharam activamente pelo sufrágio feminino. Ela foi co-fundadora de uma organização em prol da reforma do sistema prisional e co-fundadora da Associação Venezuelana de Jornalistas.

Carmen Clemente Travieso era filha de Mercedes Eugenia Travieso e de Lino Clemente. O pai morreu quando ela era criança, e ela foi criada na casa da sua avó materna com os seus outros quatro irmãos.

Aos dezassete anos de idade, Clemente acompanhou uma tia numa viagem para Nova Iorque, onde recebeu aulas de inglês e trabalhou numa fábrica de bordados. Ela também começou a envolver-se com a pauta dos direitos das mulheres e tornou-se uma activista ao ajudar pessoas com lepra.

Ao voltar para Caracas em 1927, Clemente envolveu-se com o movimento estudantil para depor o ditador Juan Vicente Gómez. Enquanto trabalhava na biblioteca de Rudolph Dolge, Clemente juntou-se às “Madrinas de Guerra”, um grupo de mulheres que levava comida e suprimentos médicos para estudantes e prisioneiros do conflito. Ela também construiu laços com Juan Bautista Fuenmayor, Kotepa Delgado e Rodolfo Quintero, fundadores do Partido Comunista da Venezuela. Clemente ajudou-os a estabelecer um centro de estudos para disseminarem as suas ideias e, um ano depois, ela organizou a primeira campanha para a admissão de mulheres no partido. Em 1932, Clemente começou a escrever para o periódico “El Martillo”, para o qual escreveria até 1941.

Clemente tornou-se a primeira mulher a formar-se na Universidade Central da Venezuela (UCV). Em 1936, juntou-se à Associação Cultural Feminina e publicou artigos no “Ahora”, “La Esfera” e “El Nacional” sobre desigualdades legais e a necessidade das leis de protecção à criança. Clemente foi directora da associação durante a década seguinte e serviu como chefe do periódico “La Cultura de la Mujer”.

Durante a década de 1930, escreveu artigos sobre higiene, crianças sem-tecto, falta de direitos para as mulheres e análises culturais sobre problemas sociais.

Em 1937, Clemente fundou a Liga Nacional Pró-Presos, que actuava em busca de uma reforma no sistema prisional.

Em 1940, Clemente ajudou a organizar a primeira Conferência Nacional das Mulheres, que aconteceu entre 11 e 13 de Junho daquele ano, para criar reformas constitucionais e do código civil para que as mulheres alcançassem a paridade legal e política. No ano seguinte, foi co-fundadora da Associação Venezuelana de Jornalistas.

Em 1945, Clemente organizou reuniões em sua casa para um segundo congresso de mulheres que almejavam o direito ao voto. Elas ganharam o apoio do presidente Isaías Medina Angarita, mas um golpe de estado o depôs do poder.

Clemente foi nomeada como a candidata do Partido Comunista para a convenção constitucional de 1946, que no ano seguinte garantiu o sufrágio para todos os cidadãos acima de dezoito anos de idade. Embora algumas figuras do movimento em prol dos direitos das mulheres afirmassem que o seu trabalho estava feito, Clemente acreditava que várias outras mudanças legais civis e económicas precisariam acontecer.

Em 1950, o Partido Comunista foi criminalizado na Venezuela após outro golpe de estado. Clemente publicou “Mujeres venezolanas y otros reportajes”, que abordava firmemente a repressão dos direitos das mulheres. No ano seguinte, ela juntou-se à resistência contra a ditadura, organizando reuniões clandestinas em sua casa. Ela continuou a publicar os seus textos, e em 1953 lançou a biografia de Teresa Carreño. Clemente foi interrogada em 1957 durante uma agitação política contínua, mas no ano seguinte, após um longo período de censura, ela e outros jornalistas puderam escrever para jornais que haviam sido banidos durante a década anterior. Ela continuou a publicar textos até à década de 1970.

Carmen Clemente Travieso faleceu em 1983, na capital venezuelana.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

23 DE JULHO - CAMILO DE MENDONÇA

EFEMÉRIDE - Camilo António de Almeida da Gama de Lemos de Mendonça, engenheiro agrónomo, político e dirigente cooperativo, nasceu em Alfândega da Fé, Vilarelhos, distrito de Bragança, no dia 23 de Julho de 1921. Morreu em Oeiras, São Julião da Barra, em 5 de Abril de 1984.

Notabilizou-se como principal impulsionador da construção do Complexo Industrial do Cachão, um empreendimento agro-industrial que contribuiu para revolucionar a agricultura tradicional do nordeste de Portugal.

Casou em Travanca, na Casa dos Barrosos, em 8 de Novembro de 1947, com Ana Maria Angélica de Meneses Barroso de Moura Pegado.

Licenciou-se em Engenharia Agronómica no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa.

Ingressou na vida política filiando-se na União Nacional, a organização política que suportava o Estado Novo, organização de que seria vogal da Comissão Executiva e membro da Comissão Organizadora do IV Congresso.

Alto funcionário público, entre outras funções políticas, foi secretário do secretário de Estado da Agricultura, secretário de Estado do Ministério da Agricultura, vogal do Conselho Cooperativo, presidente da Comissão Administrativa do Grémio dos Armazenistas e Produtores de Azeite em 1947, em cuja qualidade integrou como procurador a Câmara Corporativa, pelo Comércio do Azeite na IV Legislatura, na qual fez parte da 4ª Secção - Azeite, Frutas e Produtos Hortícolas, não tendo subscrito ou relatado qualquer parecer, tendo na XI Legislatura sido nomeado pelo Conselho Corporativo e sido 2º vice-presidente da Mesa, Membro do Conselho da Presidência e feito parte da 12ª Secção - Interesses de Ordem Administrativa, 1ª Subsecção - Política e Administração Geral, não tendo subscrito ou relatado qualquer parecer, presidente da Junta do Café ou Junta da Exportação do Café de 1953 a 1957, deputado eleito pelo círculo eleitoral de Bragança à Assembleia Nacional na VI, VII e X Legislaturas (1953 a 1973), Delegado do Governo junto do Grémio dos Armazenistas e Exportadores de Azeite de 1953 a 1957, vice-presidente adjunto do Conselho Técnico Corporativo de 1953 a 1957, primeiro presidente do conselho de administração da Radiotelevisão Portuguesa, SARL (a actual RTP) em 1957, presidente do Grémio dos Agricultores e da Federação dos Grémios da Lavoura do Nordeste Transmontano (desde a sua fundação) e vice-presidente da Comissão de Coordenação Económica.

Empreendedor e persistente, em 1964, como um dos membros do sector desenvolvimentista do regime, foi o grande impulsionador e liderou a fundação, no concelho de Mirandela, do empreendimento do Complexo Agro-Pecuário e Agro-Industrial do Cachão. Projectado para suportar uma verdadeira revolução agrícola que colocaria a agricultura transmontana ao nível das melhores congéneres europeias, para além de um complexo destinado à agro-indústria, o empreendimento incluía a extensão do regadio a uma vasta área, suportado pela construção de 130 barragens de terra.

Nos anos de 1975 a 1978, como consequência da Revolução do 25 de Abril, o projecto entrou em colapso. Apesar disso, ficaram diversas fábricas, algumas das quais vieram a encerrar posteriormente, e as seguintes barragens: Vila Flor, Alfândega da Fé, Cachão, Carvalheira, Vilarelhos e Vilares da Vilariça.

Dada a sua ligação ao regime do Estado Novo, tendo sido próximo de Marcelo Caetano, Camilo de Mendonça optou pelo exílio voluntário no Brasil, regressando a Portugal doente e confinado a uma cadeira de rodas, falecendo pouco depois.

Camilo de Mendonça foi padrinho de baptismo de Marcelo Rebelo de Sousa.

Camilo de Mendonça é lembrado por um busto (da autoria do escultor Hélder José Teixeira de Carvalho) colocado junto à Escola Secundária de Mirandela (Av. Camilo de Mendonça) e na toponímia das freguesias de Gostei (Bragança) e de Carrazeda de Ansiães.

terça-feira, 22 de julho de 2025

22 DE JULHO - ANTONIO SAURA

EFEMÉRIDE - Antonio Saura, artista plástico espanhol, morreu em Cuenca no dia 22 de Julho de 1998. Nascera em Huesca, em 22 de Setembro de 1930.

Era irmão do director de cinema Carlos Saura e tio do produtor cinematográfico Antonio Saura. É considerado um dos maiores artistas de Espanha no século XX.

Nascido em Huesca, passou os anos 1936/1939 entre Barcelona, Valência e Madrid devido à Guerra Civil Espanhola, após o que viveu mais um ano em Huesca antes de regressar a Madrid.

Em 1943, contraiu tuberculose, doença que o obrigou a várias operações e a ficar essencialmente imobilizado durante cinco anos. Neste período, começou a aprender sozinho a pintar e a escrever e, superada a doença, realizou a sua primeira exposição com as obras que estudou e pintou em Saragoça em 1950, seguida de outra em Madrid em 1952; entretanto, publicou também a sua primeira obra poética, “Programio”.

Entre 1954 e 1955, mudou-se para Paris, onde integrou o grupo surrealista e onde, em 1957, realizou uma exposição na Galérie Stadler.

De regresso a Madrid, em 1957 foi um dos fundadores do grupo El Paso, do qual se manteve à frente até 1960, conhecendo também neste período o crítico Michel Tapié.

A partir de 1960, deixou de pintar exclusivamente a preto e branco, aproximando-se cada vez mais da cor e passando também a realizar algumas esculturas. No mesmo ano, recebeu o Prémio Guggenheim em Nova Iorque e, entretanto, as suas obras começam a ser expostas nos principais museus europeus e americanos.

A partir de 1966, fez várias viagens a Cuba, encontrando novas inspirações para os seus trabalhos e onde, em 1968, participou no Congresso Cultural de Havana. No mesmo ano, abandonou a técnica do óleo sobre tela para se dedicar, durante cerca de dez anos, à pintura sobre papel, enquanto em 1969 o editor Gustavo Gili, de Barcelona, publica a primeira monografia a ele dedicada, com texto de José Ayllón.

Nas últimas décadas da sua carreira, experimentou outras formas artísticas, da escultura ao vitral (destaca-se uma “Crucificação” de 1965 na igreja de San Tomaso em Amsterdão), do grafismo à pintura mural, esta última técnica da qual se conserva em particular a obra “Senza centro” (1968), no Museo de la revolución de Havana, e “Elegia” (1987), na Câmara Municipal de Huesca.

Ele faleceu em Cuenca, em 1998.

As suas obras agora são exibidas em vários museus em todo o mundo, incluindo o Musée Picasso em Antibes, o Centre Pompidou em Paris, o Städelsches Kunstinstitut und Städtische Galerie em Frankfurt am Main, a National Gallery e a Tate Modern em Londres, o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía em Madrid, o Museu Guggemheim e o Museu Metropolitano em Nova Iorque.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

21 DE JULHO - TERESA MORAIS

EFEMÉRIDE - Maria Teresa da Silva Morais, jurista, assistente universitária e política portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 21 de Julho de 1959.

Actualmente, é vice-presidente da Assembleia da República. Anteriormente, foi ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania do XX Governo Constitucional de Portugal de Pedro Passos Coelho.

É licenciada e mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Beneficiou, enquanto investigadora, da condição de bolseira da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1989/1990) e da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (1993/1994).

Foi docente assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (Ciências Histórico-Jurídicas) e leccionou também em diversas instituições de ensino superior particulares - Universidade Moderna de Lisboa (1990/2002), Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (1993/1994) e, actualmente, na Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Lisboa.

Inscrita na Ordem dos Advogados Portugueses, foi advogada entre 1984 e 1987, e assessora jurídica da Presidência do Conselho de Ministros (X Governo Constitucional), até 1991.

Militante do Partido Social-Democrata, foi eleita deputada à Assembleia da República nas IX (2002/2005) e XI (2009/2011) legislaturas, tendo sido vice-presidente do grupo parlamentar do PSD.

Em 2011, foi nomeada Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade no XIX Governo Constitucional, até 2015, altura em que assumiu a pasta de Ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania do XX Governo Constitucional.

Durante a XIII Legislatura, foi membro da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional, da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdade e Garantias (suplente) e membro da Delegação Portuguesa na União Interparlamentar, integrando a Comissão Democracia e Direitos Humanos e o Conselho Directivo.

Foi vice-presidente do PSD, membro da Comissão Política Permanente liderada por Pedro Passos Coelho.

Em27 de Março de 2024, no início da XVI Legislatura, foi eleita vice-presidente da Assembleia da República.

domingo, 20 de julho de 2025

20 DE JULHO - CARLO GIULIANI

EFEMÉRIDE - Carlo Giuliani, jovem anarquista italiano, morreu em Génova no dia 20 de Julho de 2001. Nascera em Roma, em 14 de Março de 1978.

Foi morto pela polícia durante as manifestações contra a reunião de cúpula do G8, realizada em Génova, de 19 a 21 de Julho de 2001.

Giuliani foi atingido por um tiro de pistola, disparado de dentro de uma viatura policial. Em seguida, foi atropelado duas vezes pelo mesmo veículo.

Era filho de Giuliano Giuliani, activista sindical da CGIL e de Haidi Giuliani, actualmente senadora pelo Partido da Refundação Comunista.

Foram feitos dois documentários cinematográficos sobre o acontecimento: “Carlo Giuliano, ragazzo”, de Francesca Comencini (2002); e “Quale verità per Piazza Alimonda?”, de ARCI e Liberazione, 2006.

sábado, 19 de julho de 2025

19 DE JULHO - ABEL SALAZAR

EFEMÉRIDE - Abel de Lima Salazar, médico, professor, investigador, pintor e resistente ao regime salazarista português, que trabalhou e viveu no Porto, nasceu em Guimarães no dia19 de Julho de 1889. Morreu em Lisboa, em 29 de Dezembro de 1946.

As suas obras artísticas, com referências sociais, antecipam o movimento neo-realista na pintura portuguesa. O reputado Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto presta-lhe homenagem e as suas pinturas com as suas referências sociais antecipam o movimento neo-realista na pintura portuguesa.

Filho de Adolfo Barroso Pereira Salazar e de Adelaide da Luz da Silva e Lima, Abel Salazar ingressou na Escola Médico-Cirúrgica do Porto em 1909 e, em 1915, concluiu o curso de Medicina, apresentando a sua tese inaugural “Ensaio de Psicologia Filosófica” que acaba classificada com 20 valores.

Com 30 anos - em 1918 - foi nomeado Professor Catedrático de Histologia e Embriologia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, acabando por fundar e dirigir o Instituto de Histologia e Embriologia da universidade, um modesto centro de estudos.

Como investigador, contribuiu, nomeadamente, com trabalhos relativos à estrutura e evolução do ovário, acabando por criar o agora célebre, e ainda utilizado, método de coloração tano-férrico de Salazar.

Entre 1919 e 1925, o seu trabalho torna-se internacionalmente conhecido e publicado em várias revistas científicas internacionais, participando em numerosos congressos no estrangeiro.

Em 1921, casou-se com Zélia de Barros de quem não teve filhos.

Em 1928, ao fim de 10 anos de trabalho profícuo em condições adversas como vem proclamando sistematicamente, Abel Salazar sofre um esgotamento e interrompe a sua actividade durante quatro anos para se tratar.

Em 1932, regressa à faculdade, mas encontra já o seu gabinete desmantelado e o instituto que fundara encontrava-se praticamente ao abandono e desprovido da biblioteca, entretanto absorvida por Anatomia. Nos anos que se seguiram ao reinício da vida activa, reconstruiu o laboratório e prosseguiu o trabalho nas suas diversas áreas de interesse, tais como a Ciência, a Arte e a Filosofia.

Foi iniciado na Maçonaria em 1934.

Em 1935, foi afastado da sua cátedra, do laboratório, é proibido de frequentar a biblioteca e de se ausentar do país, pela portaria de 5 de Junho desse ano, dada «a influência deletéria da sua acção pedagógica sobre a mocidade universitária». Nesta mesma portaria, foram expulsos também outros professores universitários, tais como Aurélio Quintanilha, Manuel Rodrigues Lapa, Sílvio Lima e Norton de Matos.

Com o seu afastamento forçado da vida académica, Abel Salazar desenvolveu em sua casa uma produção artística variada: gravura, pintura mural, pintura a óleo de paisagens, retratos, ilustração da vida da mulher trabalhadora e da mulher parisiense, aguarelas, desenhos, caricaturas, escultura e cobres martelados, muitos hoje expostos na Casa-Museu Abel Salazar. Além da sua obra plástica, Abel Salazar «produziu uma significativa obra teórica, onde convergem arte, ciência e filosofia, organizando deste modo um corpo de saber deveras singular». Uma selecção das suas obras artísticas mais significativas foi apresentada ao público em 2010 no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, na exposição comemorativa do centenário da República, “Transparência - Abel Salazar e o Seu Tempo, um Olhar”, comissariada por Manuel Valente Alves, com o objectivo de mostrar «a coesão interna do seu discurso e da sua prática interdisciplinar e a relação que o artista-cientista estabeleceu com os movimentos artísticos mais relevantes da época».

Encontra-se colaboração da sua autoria na 3ª série da revista “Germen” (1935/1938).

O espólio de Abel Salazar encontra-se disponível online, em resultado de um projecto conjunto entre a Casa-Museu Abel Salazar e a Fundação Mário Soares.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

18 DE JULHO - ÂNGELO CORREIA

EFEMÉRIDE - José Ângelo Ferreira Correia, empresário e político português, nasceu em Almada no dia 18 de Julho de 1945.

Estudou no Liceu Nacional D. João de Castro, em Lisboa, e obteve duas licenciaturas, uma em Engenharia Químico-Industrial, no Instituto Superior Técnico, em 1968, e outra em Organização e Gestão de Empresas, no Instituto de Estudos Sociais, actual ISCTE-IUL, em 1973. Cumpriu o serviço militar em Timor-Leste.

Iniciou a sua carreira profissional na função pública, como técnico superior da Junta Nacional Industrial, passando em seguida para o Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Educação, até ser nomeado chefe da Divisão Financeira e Administrativa do Instituto de Alta Cultura. Integrou depois o Secretariado Técnico da Presidência do Conselho de Ministros, até enveredar por uma carreira na administração de empresas.

Entre as empresas em que exerceu funções de administração constam.se a VMPS - Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, Lisboagás, Portgás, Phillips Portuguesa, Tertir, Cipol, Turistrela, Figueira Paraindustria, GDP Distribuição, All2it, Burgo Fundiários, Pavilis, Drink-In, Transinsular, Totta Urbe e Solidal.

Entretanto também presidiu à Associação Nacional das Empresas Operadoras Portuárias (1992/1995) e à Associação de Empresas de Segurança Privada (2008/2010).

Membro da SEDES, participou na criação do Partido Popular Democrático, ao qual aderiu em Maio de 1974. Foi deputado à Assembleia Constituinte (1975/1976) e à Assembleia da República (1976/1995), onde presidiu às Comissões Parlamentares de Defesa Nacional (1978/1981 e 1983/1985), Assuntos Europeus (1987/1989), Poder Local, Regiões e Ambiente (1989/1993) e Economia, Finanças e Plano (1981/1983). Foi também presidente da Delegação Parlamentar Portuguesa à Assembleia Parlamentar da OTAN (1979/1981 e 1985/1995). Foi ministro da Administração Interna do VIII Governo Constitucional, de Francisco Pinto Balsemão. Presidiu à Mesa do Congresso Nacional do PSD, durante a liderança de Luís Filipe Menezes (2006/2007).

A 9 de Junho de 1994, foi feito comendador da Ordem Militar de Cristo.

Recentemente, exerceu os cargos de presidente dos Conselhos de Administração do Grupo Fomentinvest e da Lusitaniagás e de vogal do Conselho de Administração da Fundação Ilídio Pinho. É presidente da Câmara de Comércio e Indústria Árabe Portuguesa e cônsul honorário do Reino Hashemita da Jordânia, em Portugal. É comentador político na RTP3.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

17 DE JULHO - JOAQUIM PIMENTEL

EFEMÉRIDE - Joaquim Pimentel, fadista português, nasceu em Cedofeita, Porto, no dia 17 de Julho de 1910. Morre no Rio de Janeiro em 15 de Julho de 1978.

Fez a sua carreira como “embaixador” do fado no Brasil, onde se tornou popular e foi chamado “o príncipe da canção portuguesa”.

Ele primeiro visitou o Brasil em 1934/1935, voltou novamente para passar os anos de guerra no Brasil, e lá se estabeleceu definitivamente em 1947.

Ao completar 23 anos, em 1934, foi convidado pela companhia teatral Embaixada do Fado para ser o galã e fadista do elenco. Faziam parte desta companhia nomes consagrados do meio fadista como Maria do Carmo e Filipe Pinto. Essa viagem determinaria, contudo, o futuro de Joaquim Pimentel.

No ano de 1934, a cantora Carmen Miranda assistiu a revista da “Embaixada do Fado” no Teatro República (Rio de Janeiro). Ficou impressionada com a voz de Pimentel. Então, ela perguntou se ele gostaria de cantar na rádio, rapidamente respondeu que sim. Carmen levou-o para a Rádio Mayrink Veiga, da qual era contratada, e fez com que o seu patrício tomasse parte no programa “Horas Portuguesas”. O agrado foi imediato. Depois de um breve retorno a Portugal, Pimentel regressou ao Brasil e, em Setembro de 1936, foi contratado para a Rádio Nacional, depois foi para a rádio Ipanema onde ficou até 1940, e por fim, a Vera Cruz onde permaneceu mais de 30 anos.

O seu sucesso foi rápido, passou a ser tão popular nos meios radiofónicos quanto o fadista Manoel Monteiro. Anunciou a revista “Cinearte” (RJ) de Janeiro de 1937: Joaquim Pimentel foi um dos autênticos representantes da música popular portuguesa no rádio carioca. Tinha discrição, autoridade e sentimento, possuía um meio certo de emocionar o seu público - seja no ritmo dolente do Fado ou na cadência viva das canções lusa.

Cantou a variação portuguesa da valsa que Gilda de Abreu compôs. Esta última referência diz respeito à participação do artista luso no filme “Bonequinha de Seda” (1936), produzido pela Cinédia e dirigido por Oduvaldo Viana.

Entre os seus fados está “Dá tempo ao tempo”, e “Voltaste” gravados por Beatriz da Conceição, José António (viola) e José Manuel (guitarra) para Paul Van Nevel, em 1996.

Joaquim Pimentel faleceu em 1978 (dois dias antes do seu aniversário).

quarta-feira, 16 de julho de 2025

16 DE JULHO - REINALDO ARENAS

EFEMÉRIDE - Reinaldo Arenas, escritor cubano de poesia, novelas e teatro, nasceu em Holguín no dia 16 de Julho de 1943. Morreu em Nova Iorque, em 7 de Dezembro de 1990.

Era publicamente homossexual e passou grande parte da sua vida combatendo o regime comunista e a política de Fidel Castro.

Em 1963, Arenas mudou-se para Havana, para se matricular na Escola de Planificação e, depois, na Faculdade de Letras da Universidade de Havana, onde estudou Filosofia e Literatura, sem completar o curso. No ano seguinte, começou a trabalhar na Biblioteca Nacional José Martí.

Apesar de ter apoiado a revolução cubana nos seus primeiros anos, devido à extrema miséria em que vivia com a sua família nos anos de Fulgêncio Batista, acabou por ser vítima de censura e de repressão, tendo sido várias vezes perseguido, preso e torturado e forçado a abandonar mesmo diversos trabalhos (como conta na obra autobiográfica “Antes que anoiteça”), mostrando que o governo de Fidel Castro não havia trazido mais democracia à ilha.

Durante a década de 1970, tentou, por vários meios, abandonar a ilha, mas não obteve sucesso. Mais tarde, devido a uma autorização de saída de todos os homossexuais e de outras personas non gratas e depois de ter mudado de nome, Arenas pôde deixar o país e passou a se estabelecer em Nova Iorque, onde lhe diagnosticaram o vírus da Sida/Aids. Nessa época, escreveu “Antes que anoiteça” (no original, “Antes que anochezca”).

Em 1990, terminada a obra, Arenas suicidou-se com uma dose excessiva de álcool e droga.

Dez anos mais tarde, em 2000, estreou “Before Night Falls”, a versão cinematográfica da sua autobiografia, tendo Javier Bardem no papel do escritor.

terça-feira, 15 de julho de 2025

15 DE JULHO - PAULO D’EÇA LEAL


EFEMÉRIDE - Paulo Vicente Pereira d’Eça Albuquerque Leal, esgrimista olímpico português, nasceu em Lisboa no dia 15 de Julho de 1901. Morreu em 18 de Setembro de 1977, aos 76 anos de idade.

Ganhou a medalha de bronze de equipas de florete nos Jogos Olímpicos de 1928, juntamente com Mário de Noronha, Jorge de Paiva, Frederico Paredes, João Sasseti e Henrique da Silveira.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

14 DE JULHO - JERRY RUBIN

EFEMÉRIDE - Jerry Clyde Rubin, activista social, ícone da contracultura norte-americana durante as décadas de 1960 e 1970, nasceu em Cincinnati no dia 14 de Julho de 1938. Morreu em Los Angeles, em 28 de Novembro de 1994.

Rubin ficou conhecido por ser um dos co-fundadores dos Yippies e pelo seu envolvimento no caso dos Sete de Chicago. Nos anos 1980, tornou-se empresário.

Rubin era filho de um entregador de pão e representante sindical. Frequentou a Walnut Hills High School, co-editando o jornal da escola, “The Chatterbox” e formando-se em 1956.

Enquanto estava no colégio, Rubin começou a escrever para o jornal “The Cincinnati Post”, compilando partidas desportivas dos jogos do ensino médio.

Frequentou o Oberlin College e a Universidade Hebraica em Jerusalém, e depois formou-se na Universidade de Cincinnati, recebendo um diploma em História. Rubin frequentou a Universidade da Califórnia, Berkeley, em 1964, mas abandonou-a para se concentrar no activismo social.

O seu primeiro protesto foi contra uma mercearia de Cincinatti que se recusara a contratar funcionários afro-americanos.

Os pais de Rubin morreram com 10 meses de diferença um do outro, deixando Rubin como a única pessoa a cuidar do seu irmão mais novo, Gil, que tinha 13 anos na época. Jerry queria ensinar Gil sobre o mundo e planeava levá-lo para a Índia. Quando parentes ameaçaram processar para obter a guarda de Gil, Jerry decidiu levar o seu irmão para Israel e, em vez disso, se estabelecendo em Telavive.

Ali, Rubin trabalhou num kibutz, e estudou Sociologia enquanto o seu irmão, que havia aprendido hebraico, decidiu permanecer em Israel e mudou-se permanentemente para um kibutz.

Antes de retornar ao activismo social e político, Rubin fez uma visita a Havana, para aprender em primeira mão sobre a revolução cubana.

Rubin organizou o VDC (Comité do Dia do Vietnamita), liderou alguns dos primeiros protestos antiguerra do Vietname, co-fundou o Partido Internacional da Juventude (Yippie) e promoveu um porco, Pigasus, a candidato a presidente dos Estados Unidos.

Ele desempenhou um papel fundamental na interrupção da Convenção Nacional Democrata de 1968 em Chicago. Junto com outros seis (Abbie Hoffman, Rennie Davis, John Froines, David Dellinger, Lee Weiner e Tom Hayden; Bobby Seale fazia parte do grupo original, mas depois foi excluído), Rubin foi julgado pela sua conspiração por ignorar os padrões estaduais com a intenção de incitar os distúrbios.

Julius Hoffman era o juiz presidente. Os réus eram comumente designados como “Chicago Seven” ou “Chicago’s Seven” (após a exclusão de Seale). Embora cinco dos sete réus restantes tenham sido declarados pelo tribunal culpados de incitar tumultos, as condenações foram posteriormente revogadas em recurso.

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