Notabilizou-se
como principal impulsionador da construção do Complexo Industrial do Cachão,
um empreendimento agro-industrial que contribuiu para revolucionar a
agricultura tradicional do nordeste de Portugal.
Casou
em Travanca, na Casa dos Barrosos, em 8 de Novembro de 1947, com Ana
Maria Angélica de Meneses Barroso de Moura Pegado.
Licenciou-se
em Engenharia Agronómica no Instituto Superior de Agronomia da Universidade
Técnica de Lisboa.
Ingressou
na vida política filiando-se na União Nacional, a organização política
que suportava o Estado Novo, organização de que seria vogal da Comissão
Executiva e membro da Comissão Organizadora do IV Congresso.
Alto
funcionário público, entre outras funções políticas, foi secretário do secretário
de Estado da Agricultura, secretário de Estado do Ministério da
Agricultura, vogal do Conselho Cooperativo, presidente da Comissão
Administrativa do Grémio dos Armazenistas e Produtores de Azeite em 1947,
em cuja qualidade integrou como procurador a Câmara Corporativa,
pelo Comércio do Azeite na IV Legislatura, na qual fez parte da 4ª
Secção - Azeite, Frutas e Produtos Hortícolas, não tendo subscrito ou
relatado qualquer parecer, tendo na XI Legislatura sido nomeado pelo Conselho
Corporativo e sido 2º vice-presidente da Mesa, Membro do Conselho
da Presidência e feito parte da 12ª Secção - Interesses de Ordem
Administrativa, 1ª Subsecção - Política e Administração Geral, não
tendo subscrito ou relatado qualquer parecer, presidente da Junta do Café
ou Junta da Exportação do Café de 1953 a 1957, deputado eleito pelo
círculo eleitoral de Bragança à Assembleia Nacional na VI, VII
e X Legislaturas (1953 a 1973), Delegado do Governo junto do Grémio
dos Armazenistas e Exportadores de Azeite de 1953 a 1957, vice-presidente adjunto
do Conselho Técnico Corporativo de 1953 a 1957, primeiro presidente do
conselho de administração da Radiotelevisão Portuguesa, SARL (a actual RTP)
em 1957, presidente do Grémio dos Agricultores e da Federação dos
Grémios da Lavoura do Nordeste Transmontano (desde a sua fundação) e
vice-presidente da Comissão de Coordenação Económica.
Empreendedor
e persistente, em 1964, como um dos membros do sector desenvolvimentista do regime,
foi o grande impulsionador e liderou a fundação, no concelho de Mirandela, do
empreendimento do Complexo Agro-Pecuário e Agro-Industrial do Cachão.
Projectado para suportar uma verdadeira revolução agrícola que colocaria a
agricultura transmontana ao nível das melhores congéneres europeias, para além
de um complexo destinado à agro-indústria, o empreendimento incluía a extensão
do regadio a uma vasta área, suportado pela construção de 130 barragens de
terra.
Nos
anos de 1975 a 1978, como consequência da Revolução do 25 de Abril, o
projecto entrou em colapso. Apesar disso, ficaram diversas fábricas, algumas
das quais vieram a encerrar posteriormente, e as seguintes barragens: Vila
Flor, Alfândega da Fé, Cachão, Carvalheira, Vilarelhos e Vilares da Vilariça.
Dada
a sua ligação ao regime do Estado Novo, tendo sido próximo de Marcelo
Caetano, Camilo de Mendonça optou pelo exílio voluntário no Brasil, regressando
a Portugal doente e confinado a uma cadeira de rodas, falecendo pouco depois.
Camilo
de Mendonça foi padrinho de baptismo de Marcelo Rebelo de Sousa.
Camilo
de Mendonça é lembrado por um busto (da autoria do escultor Hélder José
Teixeira de Carvalho) colocado junto à Escola Secundária de Mirandela
(Av. Camilo de Mendonça) e na toponímia das freguesias de Gostei (Bragança) e
de Carrazeda de Ansiães.
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