quinta-feira, 4 de maio de 2017

4 DE MAIO - A TRAGÉDIA DE SUPERGA

EFEMÉRIDEA tragédia de Superga foi um acidente aéreo ocorrido em Itália no dia 4 de Maio de 1949 e no qual pereceu a equipa de futebol do Torino FC.
Durante a disputa de um amistoso entre a Itália e Portugal, realizado em 27 de Fevereiro de 1949, a equipa italiana goleou a equipa lusa por 4 a 1. Prestes a encerrar a carreira, Francisco Ferreira, capitão da equipa portuguesa, convenceu os dirigentes italianos a marcarem um jogo entre o seu clube, o SL e Benfica, e o Torino, tetra-campeão italiano. Seria a sua festa de despedida.
Inicialmente contrário à disputa de um jogo particular durante a recta final do campeonato italiano, o presidente do Torino, Ferrucio Novo, resolveu – no entanto – aceitar o amistoso para o dia 3 de Maio em Lisboa. O Benfica viria a vencer o jogo por 4-3 na presença de 40 000 espectadores.
O Fiat G.212, no qual a delegação do Torino voltou a Itália, era um dos mais recentes projectos aeronáuticos da indústria italiana do pós-guerra.
O avião da Avio Linee Italiane, antecessora da Alitália, descolou às 9h52 do Aeroporto de Lisboa e fez escala para reabastecimento em Barcelona às 13h15, como previsto. A descolagem do aeroporto de Barcelona ocorreu às 14h50. Ao aproximar-se do espaço aéreo italiano, a tripulação recebeu a informação meteorológica que indicava denso nevoeiro, com visibilidade horizontal abaixo de quarenta metros.
As 16h59, o comandante avisou a torre de Turim que estava a iniciar os procedimentos de aproximação visual para realizar a aterragem. Durante a manobra, a aeronave desceu perigosamente e – às 17h05 – embateu em cheio contra o muro posterior do terrapleno da Basílica de Superga, matando todos os passageiros e tripulantes.
A tragédia abalou profundamente a Itália. Mais de 500 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre, realizado dois dias depois. O Torino era a melhor equipa da época, apelidado de Grande Torino, 4 vezes campeão de forma consecutiva e caminhava para o 5º título. Após a tragédia, a equipa do Torino decidiu colocar jogadores juvenis para concluir as 4 jornadas restantes do campeonato, no que foi seguida pelos principais clubes italianos. No final do campeonato, o Torino conquistou seu 5º título.
O acidente acabou também com a base da selecção italiana, que disputaria os Mundiais de 1950 no Brasil. A Itália foi eliminada na primeira fase. Após a tragédia, o Torino entrou em decadência e só venceu um campeonato italiano em 1975/76.
No acidente morreram, além dos jogadores, treinadores, dirigentes e jornalistas que acompanhavam a equipa. Escaparam ao acidente o jogador Sauro Toma, que ficara em Itália por estar lesionado, e o célebre Ladislao Kubala, que não fez a viagem por ter um filho bastante doente.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

3 DE MAIO - CHRISTOPHER CROSS

EFEMÉRIDEChristopher Cross, de seu verdadeiro nome Christopher Charles Geppert, compositor, guitarrista e cantor norte-americano, nasceu em San António do Texas no dia 3 de Maio de 1951.
Foi premiado 5 vezes com os Grammy Awards e já vendeu cerca de nove milhões de discos em todo o mundo. Considera ter recebido influências dos Beach Boys e de Joni Mitchell.
Começou a sua carreira nos anos 1970, participando na banda de rock Flash. Nessa época, Christopher foi uma espécie de ídolo da guitarra no Texas, o que lhe valeu a oportunidade de substituir Ritchie Blackmore num concerto dos Deep Purple. Ritchie estava engripado e não conseguia tocar, mas o produtor e a banda resolveram fazer o show com o jovem guitarrista local.
No final da década, Christopher decidiu partiu para uma carreira individual, assinando – em 1979 – um contrato com a Warner e lançando o seu primeiro álbum a solo em 1980. Embora bem sucedido, sobretudo com a canção “Sailing”, só alcançou fama internacional no ano seguinte, com a participação na banda sonora do filme “Arthur” (estrelado por Liza Minnelli e Dudley Moore), com o tema “Arthur's Theme (Best That You Can Do)”. Esta canção, composta com Burt Bacharach e Carole Bayer Sager, ganhou o Oscar de Melhor Canção Original.
Apesar de não lançar discos com composições inéditas desde 1998, Christopher continuou a apresentar-se pelo mundo fora. Em 2007, foi agraciado com uma estrela na Calçada da Fama da Música do Sul do Texas, em Corpus Christi. No seu concerto durante este evento, contou que «estava a trabalhar em composições para a sua filha, que tinha iniciado também uma carreira musical, e que pretendia lançar um disco com versões em espanhol dos seus maiores êxitos».
Em 2011, gravou o álbum “Doctor Faith”. Para a promoção desde CD, actuou em Paris no Trianon, concerto que foi filmado e publicado em DVD (“A night in Paris” - 2013). Em 2015, participou na tournée dos ZenithÀ volta de uma guitarra”, ao lado de outros grandes guitarristas. 

terça-feira, 2 de maio de 2017

2 DE MAIO - PAUL GUIMARD

EFEMÉRIDEPaul Guimard, jornalista e escritor francês, morreu em Hyères no dia 2 de Maio de 2004. Nascera em Saint-Mars-la-Jaille, em 3 de Março de 1921.
Paul Guimard fez os estudos secundários em Nantes, no colégio católico Saint-Stanislas, começando de seguida a sua via profissional como jornalista. Durante a Guerra, foi cronista dos periódicos “L'Écho de la Loire” e “L'Ouest-Éclair”.
Ingressou seguidamente no jornal falado da Radiodiffusion française (RDF), onde criou “La Tribune de Paris”, em que dirigiu debates durante quatro anos. Em 1945, escreveu a comédia “Septième ciel”, que foi representada em público.
Foi em 1956 que começou verdadeiramente a sua carreira literária, publicando o primeiro romance, “Les Faux Frères”, com o qual ganhou o Grande Prémio do Humor. No mesmo ano, fez na rádio uma série de entrevistas com Joseph Kessel e Henry de Monfreid.
No ano seguinte, o seu romance “Rue du Havre” foi coroado com o Prémio Interallié. Três anos mais tarde, faria parte do júri deste mesmo prémio. Em 1960, co-escreveu – com Antoine Blondin – a comédia “Un garçon d'honneur”. Um ano mais tarde, publicou “L'Ironie du sort” que foi adaptado ao cinema por Édouard Molinaro em 1973.
Em 1962, fez uma volta ao mundo a bordo de um veleiro, contando em directo as suas impressões para uma emissora de rádio. Por volta de 1965, teve um encontro com François Mitterrand, a pedido deste.
Em 1967, foi publicado o seu romance mais conhecido, “Les Choses de la vie”, que foi adaptado ao cinema por Claude Sautet, com Romy Schneider e Michel Piccoli nos principais papéis e com uma alteração significativa do seu final. O filme recebeu o Prémio Louis-Delluc em 1970.
Escreveu em 1970 o guião e os diálogos do folhetim “Les Cousins de la Constance”, transmitido pelo canal ORTF.
De 1971 a 1975, foi editorialista do semanário “L’Express” e conselheiro das edições Hachette. Publicou, em 1976, “Le Mauvais temps”, obra em que descreve a ‘preponderância da vontade sobre o fatalismo, a indecisão e a submissão ao acaso’.
Em 1981, depois da vitória de Mitterrand nas Presidenciais, foi “encarregado de missão” junto do presidente da República até Agosto de 1982. De 1982 a 1986, foi membro da Alta Autoridade da Comunicação Audiovisual.
A partir de 1986, voltou à literatura com um ensaio sobre o dramaturgo Jean Giraudoux e escreveu vários romances.
Em 1993, recebeu o Prémio da Fundação Prince-Pierre-de-Monaco, pelo conjunto da sua obra. Esposou em 1952 a romancista Benoîte Groult, com quem teve uma filha e duas paixões em comum – a escrita e o mar.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

1 DE MAIO - JUDY COLLINS

EFEMÉRIDE – Judith “Judy” Marjorie Collins, cantora e compositora norte-americana, nasceu em Seattle no dia 1 de Maio de 1939. É conhecida pelos estilos diferentes de música que grava (que incluem folk, pop e rock and roll) e pelo seu activismo social.
Judy era a mais velha de cinco irmãos. Em 1949, o pai – um cantor cego e disc-jockey da rádio – encontrou trabalho em Denver e para lá levou toda a família.
Judy, doente de poliomielite aos 12 anos, teve de ficar na cama de um hospital durante dois meses. Recebeu depois formação de pianista clássica e actuou em publico, aos 13 anos, tocando Mozart.
Era no entanto a música folk que mais a atraía. Começou a tocar guitarra e a cantar em clubes na Greenwich Village (Nova Iorque), interpretando canções de Pete Seeger, Jacques Brel e Bob Dylan ou então toadas tradicionais.
Casou em 1958 com Peter Taylor e foi mãe de um rapaz. Divorciou-se em 1965.
Judy Collins percorreu muitos caminhos na revolução da música popular norte-americana dos anos 1960. Interpretou Richard Fariña, Randy Newman e Donovan, quando poucos o faziam, e – em 1963 – cantou “Turn! Turn! Turn!”, segundo um primeiro arranjo de Roger McGuinn.
Começou a carreira discográfica aos 22 anos. O título de estreia, “A Maid of Constant Sorrow”, sintetiza bem o seu tom até meados da década. Assinou seguidamente um contrato com a Elektra Records, que foi a sua editora/gravadora durante 35 anos.
Passou depois a escolher, para novos álbuns, canções de Bob Dylan ou Phil Ochs. Tinha um dom excepcional para reconhecer talentosos escritores de canções.  Interpretando as suas composições, Judy deu a conhecer alguns artistas como Leonard Cohen (“Bird on the Wire”) e Joni Mitchell (“Both Sides Now”).
Teve grande sucesso em 1967 com o álbum “Wildflowers” (que incluía as suas primeiras composições, mas também “Both Sides Now”), que lhe proporcionou um Grammy Award em 1968.
Durante os anos 1970, a sua sólida reputação de cantora de folk não a impediu de ter um reportório mais eclético, com canções de gospel e outras de sua autoria. O álbum “Judith” (1975) deu-lhe outro Grammy Award.
Judy Collins escreveu também as suas memórias e algumas novelas na década de 1980, continuando a gravar discos e a dar concertos. Tornou-se igualmente representante da UNICEF, militando pela supressão de minas. O suicídio do seu filho, após uma longa depressão e consumo de drogas, levou Judy a organizar igualmente uma campanha de prevenção contra o suicídio.

domingo, 30 de abril de 2017

30 DE ABRIL - JOHN BOYNE

EFEMÉRIDEJohn Boyne, escritor irlandês, nasceu em Dublin no dia 30 de Abril de 1971.
Estudou Língua Inglesa no Trinity College e Literatura Criativa na Universidade de East Anglia, onde foi galardoado com o Prémio Curtis Brown. Começou a escrever histórias aos 19 anos e teve o primeiro romance publicado dez anos depois. Trabalhou numa livraria dos 25 aos 32 anos.
Os seus romances foram já traduzidos em 51 idiomas. “The Boy in the Striped Pyjamas” (“O Menino do Pijama às Riscas”, em Portugal) foi um best-seller em Nova Iorque e teve uma adaptação anglo-americana para o cinema em 2007/08. O livro foi vendido em seis milhões de exemplares em todo o mundo.
Publicou até agora dez romances para adultos e cinco para jovens. Tem igualmente muitos contos incluídos em antologias e também transmitidos pela rádio e televisão. É ainda crítico literário no “The Irish Times” e fez parte do júri de três prestigiados prémios literários.
Em 2012, recebeu o Hennessy littéraire Hall of Fame Award pelo conjunto da sua obra. Tem conquistado vários prémios, incluindo no estrangeiro (Espanha e Alemanha). Em 2015, foi agraciado com um doutoramento honoris causa pela Universidade de East Anglia.

sábado, 29 de abril de 2017

29 DE ABRIL - IVETA BARTOŠOVÁ

EFEMÉRIDEIveta Bartošová, cantora pop da Checoslováquia, actual República Checa, morreu em Praga no dia 29 de Abril de 2014. Nascera em Čeladná, em 8 de Abril de 1966.
Começou a cantar em publico em 1983, tendo recebido numerosos prémios. O auge da sua popularidade foi na segunda metade da década de 1980 e início dos anos 1990.
Além de cantar, actuou em alguns filmes e programas de televisão. Também pintava e contava histórias para crianças.
Entre os vários prémios que conquistou, salienta-se: três Rouxinóis de Ouro (1986/1990/1991); cinco Rouxinóis de Prata (1987/1988/1989/1999/2000); e três Rouxinóis de Bronze (2001/2002/2003).
Venceu também diversos Prémios da Televisão na categoria Cantora: 1º lugar em 1991, 1992, 1993 e 2009; segunda posição nos anos 1994, 1998 e 1999; e ficou algumas vezes em 3º lugar. Por duas vezes, foi galardoada com o prémio anual da Academia de Musica Popular. Entre 1985 e 2010, gravou cerca de trinta discos.
Iveta suicidou-se em Praga (2014), atirando-se para a frente de um comboio em movimento. Era casada e, segundo o marido, o acto tresloucado da esposa ficou a dever-se a notícias da imprensa sensacionalista.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

28 DE ABRIL - ALBERTO DE OLIVEIRA

EFEMÉRIDEAlberto de Oliveira, de seu verdadeiro nome António Mariano de Oliveira, poeta e professor brasileiro, nasceu em Saquarema no dia 28 de Abril de 1857. Morreu em Niterói, em 19 de Janeiro de 1937.
Foi secretário estadual de Educação, membro honorário da Academia de Ciências de Lisboa e imortal fundador da Academia Brasileira de Letras. Adoptou o nome literário Alberto de Oliveira logo no livro de estreia.
De origem humilde, António foi para a capital da província, seguindo o irmão mais velho, para trabalhar como vendedor. Ambos moravam num barracão nos fundos de uma casa comercial.
Diplomou-se em Magistério e Farmácia, cursando Medicina até ao terceiro ano, mediante grande esforço pessoal, pois trabalhava simultaneamente numa drogaria.
Viria a destacar-se na política, como oficial de Gabinete do primeiro presidente de Estado do Rio de Janeiro. Durante a transferência da capital do Estado, de Niterói para Petrópolis (1894), por causa das insurreições e revoltas pró e contra a Proclamação da República, permaneceu na ‘Cidade Imperial Serrana’, devido  à excelência do seu trabalho.
Foi professor de Português e Literatura no Colégio Pio-Americano (1905) e na Escola Dramática e Escola Normal (1914).
Participou na famosa Batalha do Parnaso, ocorrida no “Diário do Rio de Janeiro” – entre 1878 e 1881 – contra o «Ultra-romantismo piegas e já desgastado», juntamente com Teófilo Dias, Artur Azevedo e Valentim Magalhães. Reunidos em torno de Artur de Oliveira, eram integrantes da vanguarda Ideia Nova, ao lado de Fontoura Xavier, Carvalho Jr. e Affonso Celso Jr., que lhe prefaciou o “Livro de Ema”.
Inspirados na Arte Moderna francesa, feita por Théophile Gautier, Charles Baudelaire e Sully Prudhomme, entre outros, fizeram a maior revolução na poesia brasileira até então, importantíssima para a consolidação da Modernidade do Brasil, no tocante à literatura.
Envolveu-se com os fundadores da inovadora “Gazeta de Notícias”, publicando poemas, posteriormente reunidos no livro “Canções Românticas” (1878). Conheceu Machado de Assis, que lhe prefaciou “Meridionais” (1884), com edição financiada pelo jornal, livro chave para a Ideia Nova da Nova Geração, só mais tarde referida como “Estilo Parnasiano”.
Em 1885, publicou – a pedido dos leitores – “Sonetos e poemas”, consagrando-se junto do público. Editou depois “Versos e rimas” (1895). Após os livros publicados, foi convidado por Machado de Assis para a fundação da Academia Brasileira de Letras (1897).
Com Raimundo Correia e Olavo Bilac, formou a tríade mais representativa da Ideia Nova da Nova Geração, hoje chamada Parnasianismo, reunida na sua casa em Niterói e mais tarde no seu famoso Solar da Engenhoca, situado na mesma cidade.
Nos últimos anos de vida, proferiu várias conferências e recebeu diversas homenagens. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, pelo concurso da revista “Fon-Fon” (1924), título que estava desocupado desde a morte de Olavo Bilac (1918).

quinta-feira, 27 de abril de 2017

27 DE ABRIL - CRAIG ARNOLD

EFEMÉRIDECraig Arnold, professor e poeta norte-americano, morreu em Kuchinoerabujima, Japão, no dia 27 de Abril de 2009. Nascera em Wyoming, em 16 de Novembro de 1967.
O seu primeiro livro de poemas, “Shells” (1999), foi seleccionado por W. S. Merwin para o “Yale Series of Younger Poets”. Entre 1996 e 2008, beneficiou de seis bolsas de estudo.
Ao longo da sua curta carreira literária, recebeu os seguintes prémios: National Endowment for the Arts em Redacção Criativa (1998); Prémio de Escrita Original do Conselho de Artes de Utah (1998); Prémio Colégio Great Lakes da Associação de Novos Escritores (1999); Prémio de Roma em Literatura da Academia Americana de Artes e Letras (2005); e Prémio Anthony Hecht de Poesia (2005). 
Arnold cresceu nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Recebeu o seu bacharelato em Inglês na Universidade de Yale em 1990 e o doutoramento em Redacção Criativa na Universidade de Utah em 2001.
Deu aulas de Poesia na Universidade de Wyoming. Muitos dos seus poemas foram incluídos em antologias, entre elas “The Best American Poetry” (1998) e “The Bread Loaf Anthology of New American Poets”, e em diversas revistas literárias. Craig Arnold foi também músico e membro da Banda Iris.
Em 27 de Abril de 2009, Craig desapareceu na pequena ilha vulcânica de Kuchinoerabujima, no Japão. Tinha ido sozinho fazer uma caminhada para explorar um vulcão activo na ilha e nunca mais voltou para a pousada onde estava hospedado. A procura, apoiada pelo governo japonês, durou três dias. Em 30 de Abril, foi decidido prorrogar a busca por igual período. Arnold não foi encontrado e, em seguida, as pesquisas foram continuadas por uma ONG. A trilha deixada por Craig Arnold foi encontrada nas proximidades de um alto precipício e foi presumido que ele morrera de uma queda fatal na data do desaparecimento. A sua carreira acabara assim, abruptamente, aos 41 amos de idade.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

26 DE ABRIL - GYULA KOSICE

EFEMÉRIDEGyula Kosice, escultor, poeta e teórico checoslovaco naturalizado argentino, considerado um dos pioneiros da arte cinética, nasceu em Kosice no dia 26 de Abril de 1924. Morreu em Buenos Aires, em 25 de Maio de 2016.
Em 1928, os pais emigraram para a Argentina, onde se instalaram e o baptizaram com o nome de Fernando Fallik.
Gyula Kosice utilizava o nome da sua cidade natal como nome artístico. Foi um dos iniciadores da arte não figurativa na América Latina. A sua obra “Röyi” (1944) foi a primeira escultura articulável com a participação do público, no continente americano. Utilizou – pela primeira vez a nível mundial – o gás néon e água como elementos constitutivos das suas obras artísticas. A luz e o movimento também estão presentes nos seus trabalhos.
Em 1946, juntamente com Carmelo Arden Quin, fundou o movimento artístico MADI.
Em 1947, fez a sua primeira exposição individual no Bohemien Club, nas Galerias Pacífico em Buenos Aires. Esta foi a primeira exposição de arte abstracta na América Latina.
Em 1961, realizou uma exposição no Stedelijk Museum de Amesterdão e outra, em 1967, no âmbito da Exposição Kunst-Licht-Kunst no Van Abbemuseum, em Eindhoven.
Fez mais de 40 exposições próprias e 500 exposições colectivas em todo o mundo, tendo criado também monumentos para espaços abertos em vários países. Em 2005, transformou o seu estúdio e a sua loja num museu. Faleceu aos 92 anos de idade.

terça-feira, 25 de abril de 2017

25 DE ABRIL - GUGLIELMO MARCONI

EFEMÉRIDEGuglielmo Marconi, físico, inventor e empresário italiano, nasceu em Bolonha no dia 25 de Abril de 1874. Morreu em Roma, em 20 de Julho de 1937, vítima de ataque cardíaco. Em 1896, inventou o primeiro sistema prático de telegrafia sem fios (TSF), tendo realizado a primeira transmissão em 1899, através do Canal da Mancha.
A teoria de que as ondas electromagnéticas poderiam propagar-se no espaço, formulada por James Clerk Maxwell e comprovada pelas experiências de Heinrich Hertz, em 1888, foi utilizada por Marconi entre 1894 e 1895.
Tinha apenas vinte anos, quando transformou o celeiro da casa onde morava num laboratório, onde estudou os princípios elementares de uma transmissão radiotelegráfica: uma bateria para fornecer electricidade, uma bobina de indução para aumentar a força e uma faísca eléctrica emitida entre duas bolas de metal gerando uma oscilação semelhante às estudadas por Hertz. Um coesor, como o inventado por Édouard Branly, situado a alguns metros de distância, ao ser atingido pelas ondas, accionava uma bateria e fazia uma campainha tocar.
Em 1896, foi para Inglaterra, depois de verificar que não havia nenhum interesse pelas suas experiências em Itália. Em 1899, teve sucesso na transmissão sem fios do código Morse através do Canal da Mancha. Dois anos mais tarde, conseguiu que sinais radiotelegráficos emitidos em Inglaterra fossem escutados claramente em St. John's (Terra Nova), atravessando o Atlântico Norte. A partir daí, fez muitas descobertas básicas na técnica da rádio.
Em 1909, 1700 pessoas foram salvas de um naufrágio graças ao sistema de radiotelegrafia de Marconi. Em 1912, a companhia de Marconi já produzia aparelhos de rádio em larga escala, particularmente para navios.
Em 1915, durante e depois da Primeira Guerra Mundial, assumiu várias missões diplomáticas em nome da Itália. Em 1919, foi o delegado italiano na Conferência de Paz realizada em Paris.
Na sua infância, passava muito tempo a viajar com a mãe, que adorava a região do porto de Livorno, na costa oeste da Itália, onde vivia a sua irmã. Dessas viagens a Livorno, surgiu o amor de Marconi pelo mar. Em Livorno, estava instalada uma academia da marinha real italiana, a Regia Marina. Marconi tinha o incentivo do pai para entrar na academia naval, mas não conseguiu.
Em 1920, partiu para a sua primeira viagem no “Elettra”, um navio de 61 metros, que comprou e equipou para ser o seu laboratório no estudo de ondas curtas e também para habitar. Além da família, as cabinas do “Elettra” recebiam visitantes ilustres, entre eles os reis de Itália, de Espanha e Jorge V e a rainha Maria de Teck. As festas no “Elettra” tornaram-se célebres pelas músicas transmitidas pela rádio directamente de Londres.
A empresa de Marconi organizou o novo Imperial Wireless Scheme destinado a montar estações de ondas curtas em todo o território britânico. Em 1929, em reconhecimento pelo seu trabalho, recebeu do rei Vítor Emanuel III de Itália o título de marquês. Em Outubro de 1931, acendeu – apertando um botão em Roma – as luzes do Cristo Redentor, na noite da sua inauguração no Rio de Janeiro.
Em Outubro de 1943, a Corte Suprema dos Estados Unidos considerou ser falsa a afirmação de Marconi de nunca ter lido as patentes de Nikola Tesla e determinou que não havia nada no trabalho de Marconi que não tivesse sido anteriormente descoberto por Tesla.
No entanto, muito embora Marconi não tenha sido o inventor de nenhum dispositivo em particular, parece ser plausível afirmar que ele foi, na verdade, o inventor da rádio, na forma de Radiotelegrafia, Radiotelefonia e Telefonia sem Fios, visto que ninguém, antes dele, tivera a ideia de usar as ondas como forma prática ou rotineira de comunicação.
Tendo o seu valor sido reconhecido, Marconi recebeu em 1909, juntamente com o alemão Karl Ferdinand Braun, o Prémio Nobel de Física. Braun fora o descobridor dos semicondutores, entre eles o sulfeto de chumbo natural, um mineral conhecido como galena, base do histórico rádio de galena.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

ZECA AFONSO - "A Morte saiu à rua"

24 DE ABRIL - VLADIMIR KOMAROV

EFEMÉRIDE Vladimir Mikhailovich Komarov, cosmonauta soviético, morreu em Oblast de Oremburgo no dia 24 de Abril de 1967. Nascera em Moscovo, em 16 de Março de 1927. Foi o primeiro soviético a ir ao espaço duas vezes e o primeiro homem a morrer numa missão espacial, a bordo da nave Soyuz 1.
O pai era operário e o que ganhava quase não chegava para as necessidades da família. Em 1935, Vladimir iniciou o seu processo educativo, mostrando-se muito competente na área das matemáticas. Em 1941, deixou a escola por causa da Segunda Guerra Mundial e da invasão da URSS pela Alemanha. Foi trabalhar numa quinta colectiva.
Ainda jovem, mostrou um interesse acentuado pela aeronáutica, coleccionando revistas e imagens da especialidade, além de criar maquetas de aviões e das próprias hélices.
Com 15 anos, ingressou na primeira escola das forças aéreas especiais de Moscovo, para prosseguir o seu sonho de se tornar aviador. Pouco depois, a família tomou conhecimento que o pai tinha sido morto na guerra.
Devido à invasão nazi, a escola de aviação foi deslocada para uma região na Sibéria até ao fim das hostilidades. Os estudantes, além de assuntos ligados à Aviação, aprendiam matérias de outros domínios, como Zoologia e Línguas Estrangeiras. Komarov diplomou-se em 1945 e a guerra acabou antes dele ser incorporado em unidades de combate.
Em 1946, acabou os treinos na Escola Superior da Força Aérea Chkalov, em Borissoglebsk, completando-os seguidamente na universidade A.K. Serov, em Bataïsk. A mãe morreu em 1948, sete meses antes dele obter o diploma final e o posto de tenente das Forças Aéreas Soviéticas
Komarov era piloto de testes, engenheiro aeroespacial e tornou-se cosmonauta em 1960, no primeiro grupo de homens seleccionados para o programa espacial soviético, juntamente com Yuri Gagarin e Gherman Titov, os dois primeiros homens em órbita da Terra.
Era um dos mais experientes e qualificados candidatos aceites no primeiro grupo de cosmonautas, mas foi – a princípio – declarado sem condições de saúde para se manter no programa. A sua perseverança, inteligência e qualificações como engenheiro, permitiram-lhe, porém, continuar a ter um papel activo. Subiu ao espaço pela primeira vez em 1964, comandando a nave Voskhod 1, em companhia dos cosmonautas Boris Yegorov e Konstantin Feoktistov, no primeiro voo ao espaço de uma nave com mais de um tripulante.
Em 1967, realizou o seu segundo voo espacial, desta vez sozinho na nova nave Soyuz 1, um voo com muitos problemas em órbita e que terminou em tragédia quando da reentrada na atmosfera, quando o pára-quedas principal de travagem da cápsula não abriu e esta foi esmagar-se e explodir no solo, matando Komarov.
Pouco antes do impacto, o líder soviético Alexei Kossygin disse a Komarov que o país estava orgulhoso dele. Um posto de escuta da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, em Istambul, Turquia, revelou que a resposta de Komarov foi inaudível.
Desde a sua morte, começaram a aparecer notícias de que a Soyuz tinha problemas de concepção e funcionamento desde o início e não estaria em condições de realizar uma missão espacial tripulada. Apesar das objecções dos engenheiros do programa espacial, o voo teria acontecido por pressões de líderes políticos, que desejavam uma grande missão espacial em comemoração do aniversário de nascimento de Lenine.
Komarov foi sepultado dois dias depois – com honras de Estado – em Moscovo, sendo as cinzas enterradas na Necrópole da Muralha do Kremlin, na Praça Vermelha. No ano seguinte, a sua memória foi lembrada no local da queda, tendo estado presentes mais de 10 mil pessoas, algumas delas tendo vindo de centenas de quilómetros de distância.
Vladimir Komarov foi condecorado duas vezes com a Ordem de Lenine e com o título de Herói da União Soviética. Uma cratera da Lua e o asteróide 1836, descoberto em 1971, foram baptizados com o seu nome.

domingo, 23 de abril de 2017

23 DE ABRIL - JAMES EARL RAY

EFEMÉRIDSEJames Earl Ray, criminoso norte-americano condenado a prisão perpétua pelo assassinato (Memphis, 4/4/1968) do pastor e Prémio Nobel da Paz Martin Luther King, morreu em Nashville no dia 23 de Abril de 1998. Nascera em Alton, em 10 de Março de 1928.
James acreditava que Martin era um traidor e que instigava as pessoas para as suas marchas com a finalidade de parar e enfraquecer o país, politica e economicamente. Já tinha cometido actos racistas antes deste crime. Veio a morrer devido a problemas de hepatite C e insuficiência hepática.
Earl Ray era um franco-atirador e militante segregacionista. Dois meses depois do crime, foi preso no aeroporto de Londres Heathrow quando tentava deixar o Reino Unido com a ajuda da mulher e com um falso passaporte canadiano em nome de Ramon George Sneyd.
Só confessou o crime em 10 de Março de 1969, mas negou-o três dias depois. A conselho do advogado, porém, acabou por se declarar culpado para evitar a pena de morte, sendo então condenado a prisão perpétua.
Posteriormente, Ray dispensou o advogado e declarou que os culpados do crime eram um tal “Raoul” e o seu irmão Johnnny, que ele conhecera em Montreal. Contou ainda que «não tinha disparado sobre King» mas que «podia ser parcialmente responsável sem o saber», indicando uma pista de conspiração. Passou o resto da vida a tentar em vão anular a sua condenação e reabrir o processo.
Em 10 de Junho de 1977, depois de ter testemunhado para uma comissão do Congresso americano, negando ter assassinado Luther King, evadiu-se da penitenciária de Brushy Mountain no Tennessee, sendo recapturado três dias depois.
Em 1999, um ano após a morte de Ray, Coretta Scott King, a viúva de Martin Luther, e o resto da família ganharam um processo civil contra Loyd Jowers e “outros conspiradores”. Em Dezembro de 1993, Jowers tinha aparecido no horário nobre da ABC News, revelando detalhes de uma conspiração, que implicava a máfia e o governo na morte de King. Durante o processo, relatou também ter recebido 100 000 dólares para organizar o assassínio de Martin Luther King. O Júri composto de 6 Negros e 6 Brancos, considerou Jowers culpado, acrescentando que «algumas agências federais estavam associadas» ao complot. A família de M. L. King não acredita que Earl Ray tivesse sido o autor do atentado.
Finalmente, em 2000, o Departamento da Justiça dos Estados Unidos terminou um inquérito sobre aquelas revelações, não tendo encontrado provas que demonstrassem a existência de uma conspiração. O relatório recomendou ainda que não devia ser reaberto o processo, enquanto não forem apresentados novos factos fiáveis.
O mínimo que se poder dizer é que se trata de um processo extremamente confuso e pouco convincente.

sábado, 22 de abril de 2017

22 DE ABRIL - IORDANOV

EFEMÉRIDE – Ivaylo Stoimenov Iordanov, antigo jogador de futebol da Bulgária, nasceu em Samokov no dia 22 de Abril de 1968.
Disputou 50 encontros pela Selecção Búlgara. Sete destes jogos foram nos Mundiais de 1994 nos Estados Unidos (4º lugar) e nos de 1998 em França. Participou igualmente nos Europeus de 1996, em Inglaterra.
Iordanov jogou pelas equipas do BC Rilski Sportist (Samokov, 1987/89), no FK Lokomotiv Gorna Oryahovitsa (1989/91) e no Sporting CP (1991/2001). Foi o primeiro capitão de equipa estrangeiro e um símbolo do Sporting.
Ganhou uma Taça de Portugal (1995), um Campeonato de Portugal (2000) e uma Super Taça (2000), em representação da equipa leonina. Foi ainda finalista em mais três Taças de Portugal (1994, 1996 e 2000).
Foi o Futebolista Búlgaro do Ano em 1998 e o Melhor Marcador do Campeonato da Bulgária em 1991.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

21 DE ABRIL - SOUSÂNDRADE

EFEMÉRIDESousândrade, de seu verdadeiro nome Joaquim de Sousa Andrade, poeta brasileiro, morreu em São Luís, Maranhão, no dia 21 de Abril de 1902. Nascera em Guimarães (Brasil), em 9 de Julho de 1832. É considerado por alguns como o maior poeta brasileiro do século XIX.
Formou-se em Letras na Sorbonne, em Paris, onde fez também o curso de Engenharia de Minas.
Publicou o primeiro livro de poesia, “Harpas Selvagens”, em 1857. Viajou por vários países até se fixar, em 1871, nos Estados Unidos, onde foi publicada a obra poética “O Guesa”, em que utilizou diversos recursos expressivos – como a criação de neologismos e de metáforas vertiginosas – que só foram valorizados muito depois da sua morte. Esta obra foi ampliada e corrigida, sucessivamente, nos anos seguintes.
No período de 1871 a 1879, foi secretário e colaborador do periódico “O Novo”, dirigido por José Carlos Rodrigues, em Nova Iorque.
De volta ao Maranhão, foi – em 1890 – presidente da Intendência Municipal de São Luís. Realizou a reforma do ensino, fundou escolas mistas e idealizou a bandeira do Estado, garantindo que as suas cores representam todas as raças ou etnias que construíram a história do Maranhão. Foi candidato a senador, mas desistiu antes da eleição. Ainda em 1890, foi presidente da comissão de preparação do projecto da Constituição Maranhense.
Em 1877, Sousândrade escreveu: «Ouvi dizer já por duas vezes que “O Guesa” só será entendido daqui a 50 anos. Entristeci. Decepção de quem escreveu 50 anos antes do tempo».
Morreu abandonado, na miséria e considerado louco. A sua obra foi esquecida durante décadas. Resgatada no início da década de 1960, pelos poetas Augusto e Haroldo de Campos, revelou-se uma das obras mais originais de todo o Romantismo Brasileiro, precursora das vanguardas históricas.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...