EFEMÉRIDE – Marie-Juliette Gréco, cantora e actriz francesa, nasceu em Montpellier no dia 7 de Fevereiro de 1927.
Passou os primeiros anos de vida com os avós maternos, em Bordéus. Criança muito tímida e reservada, partiu depois, juntamente com a irmã e a mãe, para Paris, repartindo o seu tempo entre a cidade, o colégio de freiras onde estudava e as férias na Dordogne, numa propriedade da família. Após o início da Segunda Grande Guerra Mundial, a mãe foi presa pelos nazis devido à sua actividade na Resistência. Algum tempo depois foi a vez de Juliette, com apenas 16 anos, e a irmã serem também presas pela Gestapo. Ao ser libertada devido à idade, ficou alojada em casa de uma antiga professora que habitava uma pensão perto do bairro de Saint-Germain-des-Prés, associado à intelectualidade parisiense.
Foi naquele bairro que viveu o ambiente de descompressão da pós-guerra, integrando-se rapidamente no grupo de intelectuais e artistas que frequentavam os bares e cabarés do local. Em 1946 (com 19 anos) estreou-se como actriz na peça de teatro “Victor ou les enfants au pouvoir” e trabalhou num programa de rádio consagrado à poesia.
Presença assídua em “Le Tabou”, inaugurado em 1947 mas rapidamente transformado num dos cabarés da moda, aí conheceria nomes famosos como Albert Camus, Boris Vian e Jean Cocteau.
Foi neste ambiente que conheceu igualmente Jean-Paul Sartre, que lhe ofereceu uma canção de uma das suas peças de teatro. Esta canção seria apenas uma das muitas cedidas por amigos e admiradores, e que ela cantaria na sua primeira apresentação pública em Junho de 1949, na reabertura do cabaré “L’œil de Bœuf “. Desde logo teve grande sucesso junto dos frequentadores da vida nocturna parisiense, pela combinação da sua forma de cantar sentida com o seu toque sensual, realçado pelo vestuário e pelos longos cabelos escuros.
No ano seguinte, Juliette Gréco conquistou o “Grande Prémio da Associação Francesa de Cantores e Compositores”, com a sua interpretação de “Odeio os domingos” (letra de Charles Aznavour). Apesar de todos estes êxitos junto de sectores mais intelectuais, Juliette só viria a ser reconhecida pelo grande público quando da participação no filme “Orphée” de Jean Cocteau.
Em 1951 gravou o seu primeiro single, com a canção “Eu sou como sou” escrita por Jacques Prévert, que se tornaria um clássico do seu reportório. Em 1952 fez uma digressão pelo Brasil e pelos Estados Unidos com a revista “Abril em Paris” e, após o regresso, fez uma tournée por França, onde a sua forma de cantar e a sua presença em palco atraíram muito público.
O Olympia viu a sua consagração em 1954 e, dois anos depois, conheceu Georges Brassens, de quem cantou “Chanson pour l'auvergnat”, e Jacques Brel, do qual interpretou “Le Diable”.
O regresso aos Estados Unidos, e a Nova Iorque em particular, granjeou-lhe uma notoriedade no meio artístico que lhe abriu as portas de Hollywood, onde conheceu o produtor Darryl Zanuck. Nesta passagem pela “meca do cinema”, conviveu com nomes como John Huston e Orson Welles, com quem contracenou no filme “Drame dans un miroir” (1960).
De volta ao seu país, descobriu e divulgou novos talentos, que convidou para escreverem algumas das suas canções. Foi assim que ficaram conhecidos nomes como Serge Gainsbourg (“La Javanaise”) e Léo Ferré (“Jolie Môme”).
Em 1965 alcançou o auge da sua fama ao desempenhar papéis de primeiro plano nas séries televisivas “Belphégor” e “O Fantasma do Louvre”. Apesar disso, entrou numa profunda depressão e efectuou uma tentativa de suicídio. Recuperada, retomou a carreira em pleno e, em 1966, actuou no TNP (Théâtre National de Paris).
Em 1967 gravou “La chanson des vieux amants” de Jacques Brel. Em 1968 inaugurou as sessões das 18:30 no Théâtre de la Ville em Paris, cantando uma das suas mais famosas canções, “Déshabillez-moi”, com uma interpretação em que se salientava o seu lado mais sensual.
Foi agraciada com o grau de “Cavaleiro da Legião de Honra” em 1984. Prosseguiu as suas digressões por França e pelo estrangeiro, nomeadamente pela Itália e Alemanha, pelo Canadá e Japão, sempre com grandes sucessos, reforçados por uma notável presença em palco. Em 1993 gravou um álbum em que cantou músicas de outros cantores, entre os quais Caetano Veloso.
Em 1999 o governo francês atribuiu-lhe as insígnias de “Oficial da Ordem Nacional de Mérito”.
Continuando a actuar num ritmo intenso, veio a Lisboa cantar em Janeiro de 2001, mas em Maio teve um problema cardíaco durante um concerto em Montpellier. Recuperada, retomou as digressões.
Em Fevereiro de 2004, já com 77 anos, obteve novo êxito no “Olympia”, onde reencontrou uma vez mais o seu público fiel.
Em 2006 foi a Nova Iorque gravar um álbum com músicos de jazz. Imparável, editou em Dezembro desse ano um novo disco intitulado “Le temps d'une chanson”, onde incluiu várias canções cantadas ao longo da sua carreira.
No fim de 2008, princípio de 2009, editou ainda um álbum com textos de Olivia Ruiz e Abd Al Malik.
Passou os primeiros anos de vida com os avós maternos, em Bordéus. Criança muito tímida e reservada, partiu depois, juntamente com a irmã e a mãe, para Paris, repartindo o seu tempo entre a cidade, o colégio de freiras onde estudava e as férias na Dordogne, numa propriedade da família. Após o início da Segunda Grande Guerra Mundial, a mãe foi presa pelos nazis devido à sua actividade na Resistência. Algum tempo depois foi a vez de Juliette, com apenas 16 anos, e a irmã serem também presas pela Gestapo. Ao ser libertada devido à idade, ficou alojada em casa de uma antiga professora que habitava uma pensão perto do bairro de Saint-Germain-des-Prés, associado à intelectualidade parisiense.
Foi naquele bairro que viveu o ambiente de descompressão da pós-guerra, integrando-se rapidamente no grupo de intelectuais e artistas que frequentavam os bares e cabarés do local. Em 1946 (com 19 anos) estreou-se como actriz na peça de teatro “Victor ou les enfants au pouvoir” e trabalhou num programa de rádio consagrado à poesia.
Presença assídua em “Le Tabou”, inaugurado em 1947 mas rapidamente transformado num dos cabarés da moda, aí conheceria nomes famosos como Albert Camus, Boris Vian e Jean Cocteau.
Foi neste ambiente que conheceu igualmente Jean-Paul Sartre, que lhe ofereceu uma canção de uma das suas peças de teatro. Esta canção seria apenas uma das muitas cedidas por amigos e admiradores, e que ela cantaria na sua primeira apresentação pública em Junho de 1949, na reabertura do cabaré “L’œil de Bœuf “. Desde logo teve grande sucesso junto dos frequentadores da vida nocturna parisiense, pela combinação da sua forma de cantar sentida com o seu toque sensual, realçado pelo vestuário e pelos longos cabelos escuros.
No ano seguinte, Juliette Gréco conquistou o “Grande Prémio da Associação Francesa de Cantores e Compositores”, com a sua interpretação de “Odeio os domingos” (letra de Charles Aznavour). Apesar de todos estes êxitos junto de sectores mais intelectuais, Juliette só viria a ser reconhecida pelo grande público quando da participação no filme “Orphée” de Jean Cocteau.
Em 1951 gravou o seu primeiro single, com a canção “Eu sou como sou” escrita por Jacques Prévert, que se tornaria um clássico do seu reportório. Em 1952 fez uma digressão pelo Brasil e pelos Estados Unidos com a revista “Abril em Paris” e, após o regresso, fez uma tournée por França, onde a sua forma de cantar e a sua presença em palco atraíram muito público.
O Olympia viu a sua consagração em 1954 e, dois anos depois, conheceu Georges Brassens, de quem cantou “Chanson pour l'auvergnat”, e Jacques Brel, do qual interpretou “Le Diable”.
O regresso aos Estados Unidos, e a Nova Iorque em particular, granjeou-lhe uma notoriedade no meio artístico que lhe abriu as portas de Hollywood, onde conheceu o produtor Darryl Zanuck. Nesta passagem pela “meca do cinema”, conviveu com nomes como John Huston e Orson Welles, com quem contracenou no filme “Drame dans un miroir” (1960).
De volta ao seu país, descobriu e divulgou novos talentos, que convidou para escreverem algumas das suas canções. Foi assim que ficaram conhecidos nomes como Serge Gainsbourg (“La Javanaise”) e Léo Ferré (“Jolie Môme”).
Em 1965 alcançou o auge da sua fama ao desempenhar papéis de primeiro plano nas séries televisivas “Belphégor” e “O Fantasma do Louvre”. Apesar disso, entrou numa profunda depressão e efectuou uma tentativa de suicídio. Recuperada, retomou a carreira em pleno e, em 1966, actuou no TNP (Théâtre National de Paris).
Em 1967 gravou “La chanson des vieux amants” de Jacques Brel. Em 1968 inaugurou as sessões das 18:30 no Théâtre de la Ville em Paris, cantando uma das suas mais famosas canções, “Déshabillez-moi”, com uma interpretação em que se salientava o seu lado mais sensual.
Foi agraciada com o grau de “Cavaleiro da Legião de Honra” em 1984. Prosseguiu as suas digressões por França e pelo estrangeiro, nomeadamente pela Itália e Alemanha, pelo Canadá e Japão, sempre com grandes sucessos, reforçados por uma notável presença em palco. Em 1993 gravou um álbum em que cantou músicas de outros cantores, entre os quais Caetano Veloso.
Em 1999 o governo francês atribuiu-lhe as insígnias de “Oficial da Ordem Nacional de Mérito”.
Continuando a actuar num ritmo intenso, veio a Lisboa cantar em Janeiro de 2001, mas em Maio teve um problema cardíaco durante um concerto em Montpellier. Recuperada, retomou as digressões.
Em Fevereiro de 2004, já com 77 anos, obteve novo êxito no “Olympia”, onde reencontrou uma vez mais o seu público fiel.
Em 2006 foi a Nova Iorque gravar um álbum com músicos de jazz. Imparável, editou em Dezembro desse ano um novo disco intitulado “Le temps d'une chanson”, onde incluiu várias canções cantadas ao longo da sua carreira.
No fim de 2008, princípio de 2009, editou ainda um álbum com textos de Olivia Ruiz e Abd Al Malik.
Sem comentários:
Enviar um comentário