EFEMÉRIDE
– D. Afonso IV, cognominado o “Bravo”, sétimo rei de Portugal, nasceu
em Coimbra no dia 8 de Fevereiro de 1291. Morreu em Lisboa, em 28 de Maio
de 1357.
Apesar
de ser o único filho legítimo de seu pai, D. Afonso não era o favorito de D.
Dinis, que preferia a companhia de D. Afonso Sanches, um dos seus filhos
bastardos (legitimado). Esta preferência deu lugar a uma rivalidade entre os
dois irmãos que, frequentemente, levava a confrontos armados. Em 1325, D.
Afonso IV tornou-se rei e, como primeira decisão, exilou Afonso Sanches para
Castela, retirando-lhe simultaneamente todas as terras, títulos e feudos
concedidos pelo pai de ambos. O exilado não se conformou e, do outro lado da
fronteira, orquestrou uma série de manobras políticas e militares com o fim de
se tornar ele próprio rei. Depois de várias tentativas de invasão falhadas, os
dois irmãos acabaram por assinar um tratado de paz.
Em
Outubro de 1340, tropas portuguesas participaram na Batalha do Salado
contra os mouros, que se saldou por uma grande vitória. Em 1347, ocorreu um
sismo que abalou sobretudo Coimbra, tendo causado enormes prejuízos. Em 1348, a peste negra – vinda
da Europa – assolou o país. De todos os problemas, foi a peste o mais grave,
vitimando mais de metade da população e causando grande desordem no reino. O
rei reagiu prontamente, tendo promulgado legislação a reprimir a mendicidade e
a ociosidade.
A
última parte do reinado de D. Afonso IV foi marcada por intrigas políticas e
conflitos internos, em grande parte devidos à presença em solo português de
refugiados da guerra civil entre D. Pedro I de Castela e o seu meio-irmão D.
Henrique da Trastámara. Entre
os exilados, contavam-se vários nobres habituados ao poder, que cedo criaram a
sua própria facção dentro da Corte portuguesa. Quando Inês de Castro se tornou
amante do príncipe herdeiro D. Pedro, os nobres castelhanos cresceram em poder
e favor real.
D.
Afonso IV não ficou agradado com o favoritismo concedido aos castelhanos e
procurou várias formas de afastar D. Inês do seu filho. Sem sucesso, porque D.
Pedro assumiu tanto a relação com a castelhana como os filhos ilegítimos que
dela teve, acrescentando – em 1349 – a recusa de se casar com outra mulher. Com
o passar dos anos, D. Afonso IV perdeu o controlo da situação e a facção
castelhana e D. Inês aumentaram o seu poder, enquanto o único filho legítimo de
D. Pedro, o futuro rei D. Fernando, crescia como uma criança doente. Preocupado
com a vida do único neto que reconhecia e com o acréscimo de poder estrangeiro
dentro de fronteiras, D. Afonso IV ordenou a morte de D. Inês de Castro em
1355. Ao contrário do que esperava, o filho não se aproximou de si, antes pelo
contrário. Perdendo a cabeça, D. Pedro entrou em guerra aberta contra o pai e
saqueou a região do Entre-Douro-e-Minho. A reconciliação aconteceu
apenas em 1357, entregando o rei ao príncipe grande parte do poder. D. Afonso
IV morreu pouco tempo depois.
Como
rei, D. Afonso IV é lembrado como um comandante militar corajoso, daí o cognome
de “Bravo”. A sua maior contribuição, a nível económico e
administrativo, foi a importância dada ao desenvolvimento da marinha
portuguesa. Subsidiou a construção de uma marinha mercante e financiou as
primeiras viagens de exploração Atlântica. As Ilhas Canárias foram descobertas
durante o seu reinado.
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