Chapman é filho de um militar e
de uma enfermeira. A infância foi marcada por abusos sexuais e psicológicos. Durante
a juventude, tentou cometer suicídio. Em 1980, comprou a arma três meses antes
do homicídio e deixou a sua mulher no Havai, para ir para Nova Iorque.
Convenceu-a que precisava de «um tempo para se encontrar», mas confessa
agora que tinha já decidido que iria matar. Se não fosse Lennon, escolheria
outra pessoa famosa.
Chapman nunca negou ter cometido
o crime. Alegou tê-lo feito por «ouvir vozes» que lhe deram tal
ordem. Sabe-se que «ouvir vozes» (o termo técnico é alucinação auditiva)
é um fenómeno concernente a diversos transtornos mentais, podendo ocorrer
também com pessoas sem tais distúrbios. Chapman, no entanto, nunca foi
diagnosticado como perturbado mentalmente, ficando provado que tinha plena
consciência do que fazia, e por isso foi efectivamente condenado.
Chapman matou John Lennon, numa
segunda-feira, pouco antes das 22 horas, em frente do Edifício Dakota,
onde o ex-Beatle vivia. Horas antes, Lennon autografara para Chapman uma
cópia de seu recém-lançado álbum “Double Fantasy”.
Mark visitava várias vezes o
prédio de John para perguntar por ele, dizendo-se «um grande fã».
Chapman, então com 25 anos, citou
o romance “Uma agulha num palheiro”, de J.D. Salinger, como inspiração
para o crime. O livro trata da história de um adolescente revoltado. Chapman
dizia identificar-se com o protagonista do livro, que odiava a falsidade, e
desferiu cinco tiros acertando quatro nas costas de Lennon. Mas o seu motivo
principal foi o facto de Lennon ter dito várias coisas consideradas por Chapman
como blasfémia contra Deus, como declarar-se mais popular que Jesus.
Chapman já declarou várias vezes
que matou o ex-Beatle porque este era um alvo mais fácil do que outros
em quem tinha pensado, como o apresentador de televisão Johnny Carson ou a actriz
Elizabeth Taylor.
Numa audiência em 2010, Chapman
confessou que pretendera, com a morte de Lennon, ganhar notoriedade. «Senti
que matando John Lennon me tornaria alguém e, em vez disso, tornei-me um
assassino, e os assassinos não são alguém», disse, reconhecendo que foi «uma
decisão horrível acabar com a vida de alguém por motivos egoístas».
Foi condenado a prisão perpétua,
desde o seu julgamento em 1981. Cumpre a pena na prisão de Attica, no estado de
Nova Iorque. Os seus pedidos de liberdade condicional foram rejeitados onze
vezes desde 2000, pelas diversas instâncias judiciárias.
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