Clotilde Rosa era, filha de José
Rosa (1895/1939), violinista e tenor, e de Branca Belo de Carvalho Rosa (1906/1940),
pianista e harpista. Era a irmã mais nova de Artur Rosa, arquitecto e escultor.
Rosa começou a estudar piano aos
dez anos com Ivone Santos e harpa aos doze com Cecília Borba, no Conservatório
Nacional de Lisboa. Entre 1960 e 1963, continuou os seus estudos de harpa
com várias bolsas, em Amesterdão com Phia Berghout, em Paris com Jacqueline
Borot e em Colónia com Hans Zingel. De 1963 a 1966, também participou nos
cursos de Verão de Darmstadt, dirigidos por Karlheins Stockhausen, na Alemanha.
Após completar os seus estudos, trabalhou como solista de harpa em várias
orquestras e conjuntos.
Em 1965, participou no primeiro
happening português, Concerto e Audição Pictórica na Galeria Divulgação
em Lisboa, ao lado de António Aragão, E. M. de Melo e Castro, Sallette Tavares,
Manuel Baptista, Jorge Peixinho e Mário Falcão (outro harpista).
Em 1970, foi co-fundadora do Grupo
de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL) com o compositor Jorge Peixinho. O
grupo tocou música contemporânea em Portugal, no Brasil e por toda a Europa. No
final da década de 1970, com Carlos Franco e Luísa de Vasconcelos, formou
o Trio Antiqua, que se dedicava à interpretação da música antiga. Rosa
integrou ainda a Orquestra Sinfónica do Porto, a Orquestra Sinfónica
da Emissora Nacional e colaborou com a Orquestra Nacional do Teatro de
São Carlos e com a Fundação Calouste Gulbenkian. Afastou-se da
carreira orquestral em 1987.
Entre 1987 e 2000, leccionou na Escola
de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, primeiro em Análise
e Técnicas de Composição (1987/1989) e depois em Harpa. Foi a
primeira vez que um programa de harpa contemporânea foi ensinado em Portugal.
Rosa divorciou-se do primeiro
marido, o pianista e violoncelista Jorge Machado, em 1961. Mais tarde, casou
com o flautista Carlos Franco, outro membro do GMCL. Teve três filhos,
dois dos quais se tornaram músicos. Clotilde Rosa faleceu aos 87 anos.
Em 1976, começou a escrever como
compositora a solo. Por sugestão de Jorge Peixinho, a sua obra “Encontro”
para flauta e quarteto de cordas foi levada para o Tribune Internationale de
Compositeurs, em Paris, por Joly Braga Santos e Nuno Barreiros. A peça,
gravada na RDP, ficou em 10º lugar, entre 60 obras de trinta países
diferentes.
Rosa ganhou o 1º Concurso
Nacional de Composição de Portugal, com a obra “Variantes I”
para flauta a solo.
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