Concluiu o curso de liceu no Colégio
dos Irmãos Maristas em 1919, ano em que trabalhou durante um breve período
como empregado de balcão na então famosa Drogaria Bráulio, no centro da
capital, na região do chamado «Triângulo». Essa experiência serviu-lhe como
inspiração para a composição do longo poema “Drogaria de éter e de sombra”,
um dos mais conhecidos da sua obra.
Em 1920, foi apresentado pelos
seus irmãos mais velhos a Mário de Andrade, passando a frequentar as reuniões
de terça-feira à noite na casa do escritor, juntamente com Oswald de Andrade,
Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Ronald de Carvalho, entre
outros.
Leu alguns dos seus poemas na
segunda noite da Semana de 22, em 15 de Fevereiro, a chamada «Noite
das Vaias», após a conferência sobre a estética modernista de Menotti del
Picchia, além de ter sido encarregado de apresentar a secção de artes plásticas
do evento, conforme relatou na única entrevista concedida, publicada cinco
meses antes da sua morte.
Membro activo da primeira geração
do modernismo brasileiro, em “Klaxon” teve publicados os seguintes
poemas: “O Aeroplano”, “Pauliceia Desvairada”, “Crepúsculo”
e “Projectos”. Facto menos conhecido: teve um quinto poema, “O vento”,
publicado na “Revista do Brasil”. Fora os quatro poemas publicados em “Klaxon”,
outros 22 poemas figuram em “Cocktails” e foram entregues a Mário de
Andrade, que os conservou (hoje pertencentes ao acervo Mário de Andrade,
do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo).
Embora pouco lembrado pela
crítica, ganhou certa notoriedade com os seus três poemas longos: o já citado “Drogaria
de éter e de sombra”, assim como “Poema Pitágoras” e “Poema
giratório”. O primeiro destes foi previsto para publicação na revista
modernista carioca “Estética”, em 1924/1925.
Em 1926, concluiu o curso de Direito
na Faculdade do Largo de São Francisco. Mudou-se para o Rio de Janeiro
e, em 1929, ingressou no Ministério das Relações Exteriores, onde
exerceria diversas funções ao longo da sua carreira diplomática.
Aposentado, Luís Aranha passou a
dedicar-se ao estudo das artes plásticas. Faleceu aos 87 anos, na capital
fluminense.
Em 2010, a poesia de Luís Aranha
começou a ser revisitada através de traduções para francês, espanhol e inglês,
publicadas na França, México, Argentina, Espanha e Estados Unidos, além de um
primeiro projecto de tese (ainda inédita) dedicada à análise de alguns poemas
de “Cocktails”.
Sem comentários:
Enviar um comentário