segunda-feira, 17 de maio de 2021

17 DE MAIO - LUÍS ARANHA

EFEMÉRIDE - Luís Aranha, poeta e diplomata brasileiro, nasceu em São Paulo no dia 17 de Maio de 1901. Morreu no Rio de Janeiro em 29 de Junho de 1987.

Concluiu o curso de liceu no Colégio dos Irmãos Maristas em 1919, ano em que trabalhou durante um breve período como empregado de balcão na então famosa Drogaria Bráulio, no centro da capital, na região do chamado «Triângulo». Essa experiência serviu-lhe como inspiração para a composição do longo poema “Drogaria de éter e de sombra”, um dos mais conhecidos da sua obra.

Em 1920, foi apresentado pelos seus irmãos mais velhos a Mário de Andrade, passando a frequentar as reuniões de terça-feira à noite na casa do escritor, juntamente com Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Ronald de Carvalho, entre outros.

Leu alguns dos seus poemas na segunda noite da Semana de 22, em 15 de Fevereiro, a chamada «Noite das Vaias», após a conferência sobre a estética modernista de Menotti del Picchia, além de ter sido encarregado de apresentar a secção de artes plásticas do evento, conforme relatou na única entrevista concedida, publicada cinco meses antes da sua morte.

Membro activo da primeira geração do modernismo brasileiro, em “Klaxon” teve publicados os seguintes poemas: “O Aeroplano”, “Pauliceia Desvairada”, “Crepúsculo” e “Projectos”. Facto menos conhecido: teve um quinto poema, “O vento”, publicado na “Revista do Brasil”. Fora os quatro poemas publicados em “Klaxon”, outros 22 poemas figuram em “Cocktails” e foram entregues a Mário de Andrade, que os conservou (hoje pertencentes ao acervo Mário de Andrade, do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo).

Embora pouco lembrado pela crítica, ganhou certa notoriedade com os seus três poemas longos: o já citado “Drogaria de éter e de sombra”, assim como “Poema Pitágoras” e “Poema giratório”. O primeiro destes foi previsto para publicação na revista modernista carioca “Estética”, em 1924/1925.

Em 1926, concluiu o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco. Mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1929, ingressou no Ministério das Relações Exteriores, onde exerceria diversas funções ao longo da sua carreira diplomática.

Aposentado, Luís Aranha passou a dedicar-se ao estudo das artes plásticas. Faleceu aos 87 anos, na capital fluminense.

Em 2010, a poesia de Luís Aranha começou a ser revisitada através de traduções para francês, espanhol e inglês, publicadas na França, México, Argentina, Espanha e Estados Unidos, além de um primeiro projecto de tese (ainda inédita) dedicada à análise de alguns poemas de “Cocktails”.

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