Hernâni iniciou a sua carreira no
Recreio de Águeda, onde alinhou nos juniores até 1950 e, embora fosse adepto
declarado do SLBenfica, aceitou o convite do FC Porto, que
representou entre 1951 e 1964, alinhando com o nº 8 na camisola, com um breve
intervalo em 1952, quando alinhou no GD Estoril Praia, ao abrigo da lei
militar.
Jogou com José Maria Pedroto, de
quem foi grande amigo, e um dos seus treinadores foi Yustrich, que levou a
equipa ao título de 1956, mas que era conhecido por ser muito autoritário,
qualidade com que Hernâni não se deu muito bem - aliás, em boa, parte Yustrich
deixou o clube logo a seguir por causa da contestação de Hernâni e Pedroto.
Nesse ano de 1956, Hernâni marcou
um decisivo “penalty” no estádio das Antas, frente à Académica,
no último jogo da prova, perante um estádio em silêncio a um quarto de hora do
fim.
Aos 33 anos, Hernâni colocou um
ponto final na sua carreira, marcada por dois títulos nacionais (1955/1956 e 1958/1959),
duas Taças de Portugal (nas mesmas épocas), 28 internacionalizações ao
serviço da selecção portuguesa principal e uma na selecção B,
tendo ainda jogado sete vezes pela selecção militar, da qual foi capitão.
Hernâni esteve ligado aos melhores momentos desta selecção.
Na Europa, Hernâni disputou
quatro jogos da Taça dos Campeões Europeus e outros tantos da Taça
UEFA.
Foi ainda chefe do departamento
de futebol do FC Porto e, depois de deixar o clube, Hernâni dedicou-se
às suas empresas. Foi um dos ídolos da juventude de Pinto da Costa (actual
presidente) e era amigo do escritor Manuel Alegre, que fez dele uma das
personagens do seu romance “Alma”. Era um virtuoso, sobretudo de pé
direito, exímio marcador de livres, muito rápido, e foi um dos grandes símbolos
do clube, juntamente com “Pinga”.
Faleceu subitamente, em sua casa,
vítima de um colapso.
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