segunda-feira, 5 de setembro de 2022

5 DE SETEMBRO - MIGUEL RELVAS

EFEMÉRIDE - Miguel Fernando Cassola de Miranda Relvas, político português, nasceu em Lisboa no dia 5 de Setembro de 1961.

Desceu pelas fileiras do Partido Social Democrata e do Governo, tendo-se tornado, em 2002, secretário de Estado da Administração Local durante o XV Governo Constitucional e, em 2011, ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares durante o XIX Governo Constitucional; apresentou a sua demissão a 4 de Abril de 2013, tendo sido substituído por Luís Marques Guedes e Miguel Poiares Maduro.

Viveu em Angola até 1974. De novo em Portugal, frequentou o Colégio Nun’Álvares, em Tomar.

Inscreveu-se pela primeira vez no ensino superior em 1984, no curso de Direito da Universidade Livre, uma instituição privada. Em 1985, concluiu - após frequência escrita e prova oral - a disciplina de Ciência Política e Direito Constitucional, com a classificação de 10 valores. Em Setembro desse ano, pediu transferência para o curso de História, ainda na Universidade Livre. Matriculou-se em sete disciplinas, mas não fez nenhuma.

Em 1995/1996, pediu reingresso na Universidade Lusíada para o curso de Relações Internacionais. Não frequentou nenhuma cadeira. A Universidade Lusíada anulou a matrícula de Miguel Relvas em 1996, por estar a dever 160.27 escudos (cerca de 800 euros) de propinas.

Em Setembro de 2006, requereu a sua admissão à Universidade Lusófona. Esta analisou o currículo profissional, bem como a frequência dos cursos de Direito e História anos antes. Em Outubro de 2007, Miguel Relvas concluiu a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais, curso com um plano de estudos de 36 cadeiras semestrais distribuídas por três anos, com a classificação final de 11 valores. Esta licenciatura foi concluída em apenas um ano. Em 2016, foi-lhe retirado o título de licenciado pela razão anteriormente referida.

Relvas obteve 32 equivalências e teve apenas de fazer exames a quatro disciplinas para poder concluir num ano a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Lusófona de Lisboa. Os cargos públicos que Miguel Relvas ocupou desde os seus 26 anos valeram-lhe a equivalência a 14 disciplinas. A sua avaliação das «competências adquiridas ao longo da vida» teve em conta os nove cargos que ocupou como membro da delegação portuguesa da NATO, entre 1999 a 2002, e como secretário da direcção do grupo parlamentar do PSD, entre 1987 e 2001. Os cargos políticos desempenhados permitiram obter equivalências a três disciplinas do 2º ano e ainda a mais uma do 3º ano. Por fim, a avaliação do «exercício de funções privadas, empresariais e de intervenção social e cultural» permitiram adquirir equivalências a mais 15 disciplinas.

Relvas realizou apenas quatro exames para que pudesse concluir o 1º ciclo de estudos (licenciatura). Fez as provas nas cadeiras de Quadros Institucionais da Vida Económico-Político-Administrativo, do 3º ano (12 valores), Introdução ao Pensamento Contemporâneo, do 1ºano (18 valores), Teoria do Estado, da Democracia e da Revolução, do 2º ano (14 valores) e ainda Geoestratégia, Geopolítica e Relações Internacionais, do 3º ano (15 valores). O reitor da Universidade Lusófona, na altura em que Relvas estava inscrito, Santos Neves, deu-lhe a melhor nota do seu currículo académico - 18 valores na cadeira Introdução ao Pensamento Contemporâneo. Esta disciplina estava, no entanto, a cargo de Fernando Pereira Marques.

Também dez alunos da turma de Miguel Relvas (1P1) afirmaram que nunca o viram nem nos testes nem nas aulas da cadeira. Confirmam de igual modo que Santos Neves nunca foi professor da turma. Algumas das cadeiras a que lhe foram atribuídas equivalências não existiam em 2006/2007, ano lectivo em que esteve matriculado na Lusófona. A validade da sua licenciatura foi analisada pelo Ministério da Educação, tendo o ministro da Educação, Nuno Crato, entendido que uma das cadeiras foi concluída sem ter sido feito o exame correspondente, de acordo com o jornal “Público”.

Miguel Relvas foi o único caso, entre 152 sinalizados pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência, em que a Universidade Lusófona recusou acatar a ordem para anular os créditos e promover o cancelamento do diploma de ensino superior.

A perda da licenciatura acabou por ser confirmada em 30 de Junho de 2016 pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa. Relvas decidiu não recorrer da sentença.

No registo biográfico entregue no Parlamento quando foi eleito pela primeira vez deputado (na IV Legislatura, iniciada a 4 de Novembro de 1985), Miguel Relvas escreveu na alínea das habilitações literárias: «Estudante universitário, 2º ano de Direito» - informação semelhante à do registo entregue na legislatura seguinte. Tendo Relvas feito apenas uma cadeira do 1º ano de Direito. Em Julho de 2012, afirmou que foi um lapso ter declarado à Assembleia da República, por duas vezes, que tinha frequentado o 2º ano do curso de Direito.

Foi secretário-geral da Juventude Social Democrata, de 1987 a 1989, deputado à Assembleia da República, entre 1985 e 2009, presidente da Assembleia Municipal de Tomar, entre 1997 e 2012, presidente da Região de Turismo dos Templários, entre 2001 e 2002, presidente da Assembleia-Geral da Associação de Folclore da Região de Turismo dos Templários (2001/2002), secretário de Estado da administração local de Durão Barroso, entre 2002 e 2004, e secretário-geral do PSD, de 2004 e 2005, e - novamente - a partir de 2010. Foi o ministro dos Assuntos Parlamentares no governo de coligação PSD-CDS liderado por Pedro Passos Coelho até ao dia 4 de Abril de 2013, quando pediu a sua demissão.

Actualmente, já está reformado e recebeu, em 2011, 14 mil euros a título de pensão. Relvas optou por suspender a pensão quando foi convidado a integrar o Governo de Passos Coelho. Quando integrou este Governo deixou de receber 2800 euros mensais, uma subvenção vitalícia por 12 anos de actividade política.

Integrou como membro a Maçonaria através da Loja Universalis do Grande Oriente Lusitano, da qual se terá afastado.

Também esteve envolvido no célebre caso das Viagens-Fantasma, polémica surgida a 20 de Outubro de 1989, publicada por “O Independente”.

Outro caso, foi de supostos favorecimentos à empresa Tecnoforma, onde na data era administrador Pedro Passos Coelho. O caso foi alvo de queixa da eurodeputada Ana Gomes ao Gabinete da Luta Anti-fraude da União Europeia (OLAF), que abriu um processo de investigação. O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) também abriu inquérito devido às suspeitas dos crimes de desvio de fundos, corrupção, prevaricação e tráfico de influências.

Miguel Relvas casou, em Santarém, com Ana Paula Milhano Pintão de quem tem uma filha. A relação terminou em Outubro de 2011.

Casou-se com Marta Sousa, assessora de imprensa de Pedro Passos Coelho, em 25 de Outubro de 2013.

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