Foi ministro da Educação
(2000/2001), ministro da Cultura (2001/2002), ministro dos Assuntos Parlamentares
(2005/2009), ministro da Defesa Nacional (2009/2011), ministro dos Negócios
Estrangeiros (2015/2022) e ocupou o cargo de 15º presidente da Assembleia
da República entre 2022 e 2024.
Licenciou-se em História
pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em 1978, e
doutorou-se em Sociologia, pelo ISCTE - Instituto Universitário de
Lisboa, em 1992, com uma tese intitulada “Tempos cruzados: um estudo
interpretativo da cultura popular”, que foi publicada em 1994.
Foi professor do ensino
secundário, até ser admitido como assistente na Faculdade de Economia da
Universidade do Porto, em 1981. Actualmente, é professor catedrático
desta Faculdade, onde já exerceu a função de presidente do Conselho
Científico; foi também pró-reitor da Universidade do Porto, entre
1998 e 1999.
A par da actividade
académica, integrou o Conselho Nacional de Educação (1996/1999) e a Comissão
do Livro Branco da Segurança Social (1996/1998); representou Portugal no Projecto
de Educação para a Cidadania Democrática do Conselho da Europa (1997/1999);
e foi membro do Conselho Directivo da Fundação José Fontana (2002/2005),
ligada ao Partido Socialista.
Tem vários livros publicados,
sendo os mais recentes “Os valores da esquerda democrática: vinte teses
oferecidas ao escrutínio público” (2010) e “A sociologia e o debate
público: estudos sobre a relação entre conhecer e agir” (2006).
Teve colaboração regular na
imprensa, assinando crónicas na Página Cultural do “Jornal de
Notícias” (1978/1986); no “Público” (1992-1999 e 2002/2005); e foi
comentador no programa de televisão “Política Mesmo”, na TVI 24
(2012/2015).
Despertou para a política na
adolescência, integrando grupos de inspiração trotskista, nomeadamente (e logo
após o 25 de Abril) os Comités de Acção Liceal da União
Operária Revolucionária. Esses comités eram uma espécie de sector juvenil
desta organização da extrema-esquerda, que viria a fundir-se na Liga
Comunista Internacionalista (LCI), onde também militavam, entre
outros, o futuro líder do Bloco de Esquerda Francisco Louçã.
Em 1976, apoiou a candidatura
de Otelo Saraiva de Carvalho a presidente da República e, em 1980, a
candidatura presidencial de António Ramalho Eanes.
Em seguida, aproximou-se do Movimento
de Esquerda Socialista que, no Porto, acolhia figuras como Alberto Martins,
Arnaldo Fleming e Jorge Strecht Ribeiro. Iniciava assim a sua aproximação ao PS.
Em 1985, depois de apoiar a
candidatura presidencial de Maria de Lurdes Pintasilgo, na primeira volta, passou
a apoiar Mário Soares na segunda.
Filiado no PS desde
1990, foi eleito deputado à Assembleia da República, sucessivamente, nas
legislaturas iniciadas em 1995, 1999, 2002, 2005, 2009, 2011 e 2019.
Concomitantemente, Santos
Silva viria a desenvolver um diversificado curriculum governativo - foi
secretário de Estado da Administração Educativa (1999/2000) e depois
ministro da Educação (2000/2001) e da Cultura (2001/2002), nos
governos de António Guterres; ministro dos Assuntos Parlamentares (2005/2009)
e da Defesa Nacional (2009/2011), com José Sócrates; surgiu em 2015 como
ministro dos Negócios Estrangeiros, em governo minoritário chefiado por
António Costa, formado pelo PS, através de acordo parlamentar com o Partido
Comunista Português e o Bloco de Esquerda.
Em 24 de Março de 2022, é
publicamente anunciada a sua candidatura à Presidência da Assembleia da
República e, a três dias da tomada de posse do XXIII Governo
Constitucional, a seu pedido, cessou funções como ministro dos Negócios
Estrangeiros, sendo substituído pelo primeiro-ministro que passou a
acumular a função.
Em 29 de Março de 2022, foi
eleito presidente da Assembleia da República por 156 votos para a XV
legislatura. No seu discurso de tomada de posse prometeu exercer uma
presidência «imparcial, contida e aglutinadora» e preservar a individualidade
de todos os deputados, para além de declarar que o único discurso que não seria
permitido era o do ódio.
Desde que foi eleito
presidente da Assembleia da República que Santos Silva já protagonizou
alguns choques com o líder do partido Chega, André Ventura, sendo o mais
conhecido quando repreendeu o deputado que, ao acusar as minorias de serem «apaparicadas
ao ponto de ignorarem que têm de ter os mesmos deveres que todos os portugueses»,
interrompeu dizendo «que não há atribuições colectivas de culpa em Portugal»,
recebendo uma ovação de pé por parte de todas as bancadas, excepto a do Chega.
Na sequência desse incidente, Ventura acusou Santos Silva de «censura».
Nas eleições legislativas de
2024, Santos Silva volta a candidatar-se a deputado à Assembleia da
República pelo círculo eleitoral de Fora da Europa. Nesta eleição,
acaba por perder o seu mandato para o candidato do CHEGA, tornando-se
assim o primeiro presidente da Assembleia da República a não conseguir
ser reeleito como deputado. Após a sua derrota, foram várias as declarações dos
líderes partidários; o líder do CHEGA, André Ventura, considerou que a
sua saída da Assembleia era uma «vitória da humildade sobre a arrogância».
Por sua vez, o secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno
Santos, considerou que foi um «excelente presidente da Assembleia».
Foi condecorado: com a Grã-Cruz
da Ordem do Mérito da República Italiana (1 de Abril de 2002); Grã-Cruz
da Ordem de Carlos III de Espanha (25 de Novembro de 2016); Grã-Cruz
da Ordem de Honra da Grécia (21 de Abril de 2017); Grã-Cruz da Ordem
de Isabel a Católica de Espanha (2 de Maio de 2018); Grã-Cruz da Ordem
da Liberdade de Portugal (26 de Maio de 2022); e Grã-Cruz da Ordem
Militar de Cristo de Portugal (9 de Abril de 2024).
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