sexta-feira, 9 de agosto de 2024

9 DE AGOSTO - LEONID ANDREIEV

EFEMÉRIDE - Leonid Nicolaevitch Andreiev, escritor e dramaturgo, considerado um dos pioneiros do Expressionismo russo, nasceu em Oriol, Império Russo, no dia 9 de Agosto de 1871. Morreu na Finlândia em 12 de Setembro de 1919.

Andreiev nasceu numa família da classe média. A mãe provinha de uma antiga família polaca, anteriormente pertencente à aristocracia, porém empobrecida.

Estudou Direito, entrando na Universidade de São Petersburgo aos 20 anos de idade. Pouco tempo após uma tentativa de suicídio aos 23 anos, Andreiev perdeu a sua matrícula por não pagar mensalidades, ingressando alguns meses depois na Universidade de Moscovo.

Em Outono de 1894, dois anos após Andreiev ingressar na Universidade de Moscovo, a mãe e os irmãos mudaram-se para Moscovo. Esse período na vida de Andreiev foi marcado pela pobreza extrema, em que a família se via constantemente ameaçada pela fome e pelo frio. Essas experiências inspiraram as suas primeiras composições literárias, como a história “Sobre um Estudante Faminto”, escrita entre 1891 e 1892, ainda em São Petersburgo, e as peças “Rei Fome” (1907) e “Anatema” (1909).

Abandonando a carreira legal, Andreiev tornou-se repórter, escrevendo para uma coluna policial. Durante esse período, escreveu algumas histórias curtas, publicando-as em jornais e periódicos locais.

Uma das suas histórias atraiu a atenção do escritor Maxim Gorky, que o encorajou a dedicar-se à literatura. Os dois se tornaram amigos e Andreiev eventualmente abandonou a carreira anterior, rapidamente se tornando uma celebridade literária. No início da sua carreira, foi descrito como o sucessor do Realismo de Gorky.

Durante e após a Revolução Russa de 1905, Andreiev participou activamente na vida política, escrevendo ensaios em defesa de ideais democráticos e tornando-se o editor do jornal “Rosskaya volya” em 1916.

Andreiev recebeu a Revolução Russa de 1917 positivamente, mas viu a tomada do poder pelos bolcheviques como um desastre para a Rússia.

Andreiev mudou-se para a Finlândia em 1917. No mesmo ano, o país declarou independência da Rússia; Andreiev logo publicou manifestos para distribuição internacional denunciando os bolcheviques e apelando por uma intervenção militar multinacional na Rússia. O seu último livro, “O Diário de Satanás”, foi terminado poucos dias antes da sua morte.

Andreiev faleceu em 1919, na Finlândia. Em 1956, o seu corpo foi exumado e sepultado no Cemitério de Volkovo, em Leningrado (actual São Petersburgo).

A obra inicial de Andreiev é centrada ao redor de questões filosóficas individualistas e personagens psicologicamente complexos inseridos em situações de precariedade e desespero.

Inicialmente considerado um membro do realismo, a sua obra cada vez mais incorporou elementos do Romantismo, bem como surreais e do fantástico: as suas peças mais famosas foram dramas alegóricos.

Numerosas análises literárias desde os anos contemporâneos de Andreiev interpretaram a sua obra principalmente como um expoente do pessimismo. Porém, alguns académicos como James B. Woodward e Fred Newton Scott apontaram diferenças significativas entre a filosofia pessoal de Andreiev e o pessimismo clássico, citando o próprio autor em frases afirmando uma filosofia de vida aparentemente optimista.

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