Andreiev nasceu numa família
da classe média. A mãe provinha de uma antiga família polaca, anteriormente
pertencente à aristocracia, porém empobrecida.
Estudou Direito,
entrando na Universidade de São Petersburgo aos 20 anos de idade. Pouco
tempo após uma tentativa de suicídio aos 23 anos, Andreiev perdeu a sua
matrícula por não pagar mensalidades, ingressando alguns meses depois na Universidade
de Moscovo.
Em Outono de 1894, dois anos
após Andreiev ingressar na Universidade de Moscovo, a mãe e os irmãos
mudaram-se para Moscovo. Esse período na vida de Andreiev foi marcado pela
pobreza extrema, em que a família se via constantemente ameaçada pela fome e
pelo frio. Essas experiências inspiraram as suas primeiras composições
literárias, como a história “Sobre um Estudante Faminto”, escrita entre
1891 e 1892, ainda em São Petersburgo, e as peças “Rei Fome” (1907) e “Anatema”
(1909).
Abandonando a carreira legal,
Andreiev tornou-se repórter, escrevendo para uma coluna policial. Durante esse
período, escreveu algumas histórias curtas, publicando-as em jornais e
periódicos locais.
Uma das suas histórias atraiu
a atenção do escritor Maxim Gorky, que o encorajou a dedicar-se à literatura.
Os dois se tornaram amigos e Andreiev eventualmente abandonou a carreira
anterior, rapidamente se tornando uma celebridade literária. No início da sua
carreira, foi descrito como o sucessor do Realismo de Gorky.
Durante e após a Revolução
Russa de 1905, Andreiev participou activamente na vida política, escrevendo
ensaios em defesa de ideais democráticos e tornando-se o editor do jornal “Rosskaya
volya” em 1916.
Andreiev recebeu a Revolução
Russa de 1917 positivamente, mas viu a tomada do poder pelos bolcheviques
como um desastre para a Rússia.
Andreiev mudou-se para a
Finlândia em 1917. No mesmo ano, o país declarou independência da Rússia;
Andreiev logo publicou manifestos para distribuição internacional denunciando
os bolcheviques e apelando por uma intervenção militar multinacional na
Rússia. O seu último livro, “O Diário de Satanás”, foi terminado poucos
dias antes da sua morte.
Andreiev faleceu em 1919, na
Finlândia. Em 1956, o seu corpo foi exumado e sepultado no Cemitério de
Volkovo, em Leningrado (actual São Petersburgo).
A obra inicial de Andreiev é
centrada ao redor de questões filosóficas individualistas e personagens
psicologicamente complexos inseridos em situações de precariedade e desespero.
Inicialmente considerado um
membro do realismo, a sua obra cada vez mais incorporou elementos do Romantismo,
bem como surreais e do fantástico: as suas peças mais famosas foram dramas
alegóricos.
Numerosas análises literárias
desde os anos contemporâneos de Andreiev interpretaram a sua obra
principalmente como um expoente do pessimismo. Porém, alguns académicos
como James B. Woodward e Fred Newton Scott apontaram diferenças significativas
entre a filosofia pessoal de Andreiev e o pessimismo clássico, citando o
próprio autor em frases afirmando uma filosofia de vida aparentemente optimista.
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