EFEMÉRIDE – Hermann Hesse, romancista, poeta e ensaísta alemão, naturalizado suíço em 1924, nasceu em Calw no dia 2 de Julho de 1877. Morreu em Montagnola, na Suíça, em 9 de Agosto de 1962.
Nascido no seio de uma família muito religiosa, os pais eram missionários protestantes que tinham pregado o cristianismo na Índia. Estudou no seminário de Maulbronn, mas não seguiu a carreira de pastor como seria da vontade de seus pais.
Tendo recusado a religião, ainda adolescente, rompeu com a família e emigrou para a Suíça, trabalhando em vária livrarias e sendo operário numa fábrica de relógios. Nas horas vagas, leu textos teológicos e tomou conhecimento das obras de Goethe, de Schiller, de Novalis e da mitologia grega. Acumulando assim uma sólida cultura autodidacta, resolveu dedicar-se à literatura. Em 1896, o seu poema “Madonna” foi publicado numa revista de Viena.
Em 1900, ficou livre do serviço militar em virtude da sua fraca visão. Este seu handicap duraria toda a vida, acompanhado de nevralgias e dores de cabeça.
Conheceu a espiritualidade oriental depois de uma viagem à índia em 1911 e a psicanálise por intermédio de um discípulo de Carl Gustav Jung, em decorrência de uma crise emocional causada pela Primeira Guerra Mundial, pela morte do pai em 1916, por uma grave doença do seu filho Martin e pela esquizofrenia da sua primeira mulher. Estas influências seriam decisivas no posterior desenvolvimento da sua obra.
Procurou construir a sua própria filosofia e fazer a interpretação pessoal das correntes filosóficas do Oriente. O livro “O Lobo da Estepe” (1927) é também uma crítica ao militarismo e ao revanchismo vigentes no seu país natal depois da Primeira Guerra Mundial.
Atravessou a Segunda Guerra Mundial, escrevendo textos contra o nazismo, facto que o condenou ao ostracismo oficial na Alemanha e, consequentemente, ao desconhecimento das suas obras pelos leitores germânicos. “O Jogo das Pérolas de Vidro” foi o último grande romance de Hesse, começado a escrever em 1931 e publicado na Suíça em 1943. Só depois da guerra, recomeçou a ser conhecido na Alemanha.
Em 1946, recebeu o Prémio Goethe e, passados alguns meses, o Prémio Nobel da Literatura. Durante os últimos vinte anos de vida, escreveu muitos contos (principalmente recordações da sua infância) e poemas (que tinham frequentemente como tema a natureza).
Hesse também se ocupava do fluxo enorme e constante de cartas que recebia dos seus leitores. A sua correspondência média diária seria superior a 150 páginas.
Embora tardiamente, Hermann Hesse tornou-se um dos autores de língua alemã mais traduzidos e lidos em todo o mundo, ultrapassando os 100 milhões de livros vendidos.
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