Ficou conhecida por interpretar heroínas fortes e
apaixonantes com notável sensibilidade. Trabalhou diversas vezes com o director
John Ford e com John Wayne, seu amigo de longa data.
A sua autobiografia, intitulada “Tis Herself”, foi publicada em 2004 e tornou-se
um best-seller do “New York Times”.
Maureen tinha cinco irmãos, sendo a segunda mais
velha. O pai dela era um empresário do ramo de roupas, que também comprou o Shamrock
Rovers Football Club, cuja equipa ela apoiava desde a infância. A mãe, uma
ex- contralto de óperas, era uma costureira de trajes femininos bem-sucedida.
O’Hara foi criada como católica, religião que continuou
seguindo. Maureen frequentou a Abbey Theatre, uma escola de
representação, e a Ena Mary Burke School of Drama and Elocution, em
Dublin. Nessa época, ela sonhava em ser actriz de teatro. Dos seis aos dezassete
anos, recebeu treino em drama, canto e dança.
Aos dez anos, entrou para a Rathmines Theatre
Company, onde actuava em peças amadoras. O pai de O’Hara era um homem muito
prático que não apoiava completamente as aspirações teatrais dela. Ele insistiu
que ela aprendesse alguma coisa para o caso de sua carreira como actriz não
desse certo. Então, ela se matriculou numa escola de negócios e tornou-se uma
eficiente contabilista e dactilógrafa.
Tais habilitações vieram a ser úteis anos mais tarde,
quando ela precisou de transcrever notas de John Ford sobre a adaptação
cinematográfica de “The Quiet Man”, conto de Maurice Walsh.
Ela saiu-se bem no seu treino na escola Abbey,
por isso ganhou a oportunidade de fazer um teste em Londres para o cinema.
Em 1938, ela fez uma ponta no seu primeiro
filme (“Kicking the Moon Around”), em Londres. No ano seguinte,
contracenou com Charles Laughton em “A Estalagem Maldita”, de Alfred
Hitchcock.
Fascinado pela ruiva de olhos verdes, Laughton levou-a
para Hollywood, onde voltaram a actuar juntos no clássico “O Corcunda de
Notre Dame”, baseado na obra de Victor Hugo.
O’Hara entrou para as histórias do horror como a mais
sedutora intérprete de Esmeralda nos ecrãs. Foi a favorita de John Ford, que a dirigiu
em “Como Era Verde o Meu Vale” (1941) e “A Paixão de uma Vida” e “Depois
do Vendaval” (1952, com seus irmãos Sean McClory e Charles FitzSimons) e “Asas
de Águias” (1957), nos quais formou par romântico com John Wayne, ao lado
de quem fez também “Quando um Homem É Homem” (1963) e “Jake Grandão”
(1971).
Após 20 anos longe dos ecrãs, retornou em “Muinha
Mãe Não Quer Que Eu Case” (1991) e actuou em alguns telefilmes.
Segundo o seu manager, John Nicoletti, morreu na sua
casa em Boise, no estado norte-americano de Idaho, rodeada pela família e a
ouvir «a sua música preferida», exactamente do filme “O Homem
Tranquilo”.
Em 1939, aos 19 anos de idade, casou-se com George H.
Brown, um produtor, assistente de produção e, ocasionalmente, guionista, cujo
trabalho mais conhecido foi o filme da década de 1960 “Murder She
Said”, adaptação das histórias de Miss Marple.
O casamento foi anulado em 1941. Nesse mesmo ano, ela
casou com William Houston Price, director de filmes que havia sido director de
diálogos no filme “O Corcunda de Notre Dame”, mas o casamento chegou ao
fim em 1953 devido aos problemas de Prince com álcool. Da união nasceu Bronwyn
FitzSimons Price, em 1944, única filha de O’Hara.
De 1953 até 1967, O’Hara teve um relacionamento com
Enrique Parra, político e banqueiro mexicano. Na sua biografia, ela escreveu
sobre ele: «Enrique me salvou da escuridão de um casamento abusivo e
trouxe-me de volta à luz calorosa da vida. Deixá-lo foi uma das coisas mais
difíceis que tive de fazer».
Casou-se com Charles F. Blair Júnior, seu terceiro
marido, em 12 de Março de 1968. Blair era um pioneiro na indústria
transatlântica de aviação, um ex-brigadeiro da Força Aérea dos Estados
Unidos e piloto-chefe aposentado da Pan Am. Alguns anos após o seu
casamento, O’Hara aposentou-se da carreira como actriz. Em 1978, Blair morreu na
decorrência de um acidente aéreo. O’Hara, então, foi eleita CEO e
presidente da Antilles Airboats, com a distinção de ser a primeira
mulher a presidir uma empresa área regular nos Estados Unidos. Mais tarde, ela
vendeu a companhia com a permissão dos accionistas.
O’Hara permaneceu aposentada até 1991, quando voltou a
actuar no filme “Only the Lonely”, interpretando Rose Muldoon, a mãe
dominadora de um polícia da cidade de Chicago interpretado por John Candy.
Nos anos seguintes, actuou em vários filmes feitos
para a televisão. Entre eles, “The Christmas Box”, “Cab for Canada”
e “The Last Dance”, o último de seus filmes, que foi lançado em 2000.
Então aposentada de vez, tem casas no Arizona e nas
Virgin Islands, mas vive principalmente em Glengarriff, County Cork.
Em Junho de 2011, participou no Maureen O’Hara Film
Festival em Glengarriff.
Maureen faleceu em sua casa, em Boise, aos 95 anos, de
causas naturais, segundo comunicou a sua família. Foi sepultada no Cemitério Nacional de
Arlington.
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