Foi reeleito sete vezes como senador por Massachusetts,
de 1962 até 2009. Ficou conhecido como o “leão do Senado”.
Era o mais novo dos nove filhos de Joseph P. Kennedy,
um homem de negócios ex-embaixador americano de origem irlandesa.
Oriundo de uma família rica, Ted formou-se em Direito
na Universidade Harvard, em 1956, tendo sido anteriormente expulso da
mesma universidade por fraudar exames.
O seu primeiro mandato como senador foi obtido após o
adiamento de eleições, o que permitiu que tivesse a idade mínima (30 anos)
necessária para o cargo, na vaga deixada pelo seu irmão, eleito presidente,
gerando acusações de favorecimento.
Integrante da mais destacada dinastia política dos
Estados Unidos, Ted concentrou tanto defeitos como virtudes da família.
Tendo um irmão que chegou à Presidência, John
Kennedy (assassinado durante o mandato, em 1963), e outro, Robert Kennedy, que
disputava a indicação para o cargo ao ser assassinado, em 1968, esperava-se que
Ted se candidatasse ao posto, mas não teve ambição suficiente.
Em 1964, Ted Kennedy sobreviveu a um acidente de
avião, no qual morreram o piloto e um assessor. Contribuiu também para travar
as suas pretensões políticas a morte, em Julho de 1969, da uma ex-secretária,
Mary Joe Kopechne, de 28 anos, devido a um acidente automobilístico em que Ted
dirigia um carro que caiu na água, mas conseguiu salvar-se, ao mesmo tempo que
não prestou nem pediu socorro para a sua acompanhante, que teria morrido horas
depois afogada. Ted assumiu a culpa, mas declarou-se em estado de choque, sendo
condenado a dois meses de prisão condicional, ao mesmo tempo que nunca houve
maiores investigações sobre a veracidade de sua versão.
Ted também recebia bilhetes com ameaças: «Não se
candidate a presidente nem a vice, ou será morto a tiro também». As ameaças
geralmente vinham de grupos radicais, como a Ku Klux Klan.
Evitando concorrer à presidência nos pleitos de 1972 e
1976, apenas por ocasião da eleição presidencial de 1980 tentou a indicação
pelo Partido Democrata, mas perdeu para o candidato à reeleição, Jimmy
Carter.
Voltou-se, então, para a defesa de causas liberais,
apoiando, mesmo sendo de família católica, o aborto e o casamento entre pessoas
do mesmo sexo. Também foi um defensor de direitos dos imigrantes e do controlo
de armas. No âmbito externo, condenou a ditadura militar do general chileno
Augusto Pinochet, o regime de apartheid na África do Sul, a guerra do Vietname
e a guerra do Iraque, além de participar em esforços de paz na Irlanda do
Norte.
Em 2006, a revista “Time” citou-o como um dos dez
melhores senadores americanos, devido a todo o seu historial.
Para muitos analistas, o seu legado em décadas de
lutas legislativas foi mais profícuo que o deixado por seus irmãos.
Ficou conhecido pela sua habilidade em lidar com os
republicanos. Ainda que o partido tenha combatido muitas de suas ideias, os seus
projectos sempre contavam com apoio de políticos desse partido.
Eleito ao todo oito vezes senador, permaneceu mais de
quarenta anos no cargo, sendo o segundo mais longevo (atrás apenas do democrata
Robert Byrd).
Recebeu de Barack Obama, em 2009, a mais alta
condecoração civil, a Medalha Presidencial da Liberdade, pelo seu
trabalho como agente de transformações.
Representou, em 20 de Janeiro de 2009, os Kennedy na
posse de Barack Obama, estando em cadeira de rodas devido a uma cirurgia a que
se submeteu. Faleceu no mesmo ano, devido a um cancro no cérebro. Foi sepultado
no Cemitério Nacional de Arlington.
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