Foi um filiado a Família
Lucchese, uma das cinco famílias mafiosas de Nova Iorque, que denunciou os seus
colegas mafiosos e integrou o Sistema de Protecção a Testemunhas do FBI.
Henry Hill ficou conhecido
por ser o personagem principal do livro “Wiseguy” (obra de 1986 do
escritor ítalo-estadunidense Nicholas Pileggi) e do filme de 1990, “Goodfellas”,
dirigido por Martin Scorsese e tendo Ray Liotta no papel de Hill.
Hill cresceu numa das tantas
famílias pobres, do bairro do Brooklyn, em Nova Iorque. O pai, Henry Hill Sr.
era um irlandês-americano que trabalhava como electricista, e a mãe, Sra
Carmella Costa Hill, era uma dona de casa italiana, cuja família veio da ilha
da Sicília. Henry e os seus sete irmãos moravam numa casa pequena.
Desde jovem, ele admirava os
mafiosos locais. Começou a trabalhar para Paul Vario, um homem feito que
pertencia à família Lucchese, enviando recados e engraxando sapatos de clientes
no restaurante de Vario.
A primeira prisão de Hill
aconteceu quando ele tentou usar um cartão de crédito roubado para comprar
pneus num posto de gasolina Texaco. Se recusando a denunciar os seus
amigos, ele ganhou um grande respeito na família Lucchese, principalmente junto
a Jimmy Burke que viu um grande potencial no garoto. Hill logo abandonou a
escola para dedicar todo o seu tempo a trabalhar para os gangsters.
Burke, como Hill, foi incapaz
de se tornar um membro da Máfia por causa da sua ascendência irlandesa,
mas a Máfia estava feliz por ter associados de qualquer origem étnica,
enquanto eles fizessem dinheiro e não cooperassem com as autoridades.
Em 1963, Hill começou a sua
fase mais notória na vida do crime. Juntamente com Burke e Tommy DeSimone,
começou a roubar camiões e desviar mercadorias, além de vendas de cigarros sem
pagar impostos e roubo de cargas no aeroporto de Nova Iorque.
Em 1965, conheceu a sua
esposa, Karen Friedman. Em Goodfellas, ele conheceu-a através de Tommy DeSimone
(chamado Tommy DeVito no filme) num encontro duplo. Mas na verdade foi o filho
mais velho de Paul Vario, amigo de infância de Hill, que o convidou para um
encontro com duas garotas.
Na década de 1970,
Hill começou a lidar com drogas (algo estritamente proibido pela Máfia),
traficando maconha, cocaína, heroína e methaqualone. Apesar de fazer
muito dinheiro assim, Hill começou a sofrer, física e psicologicamente. Naquele
momento, Jimmy Burke estava matando todos os envolvidos no roubo da Lufthansa.
Henry também estava ficando viciado nas drogas que traficava e o seu
comportamento foi ficando mais errático. Em Abril de 1980, ele foi preso pela
polícia americana por tráfico de drogas e podia ficar décadas na cadeia se
condenado. Naquela altura, Hill presumiu que a Máfia queria matá-lo
(Vario, quando descobriu o lance das drogas, e Jimmy, que não queria que Hill
dedurasse ele no caso da Lufthansa). Assim, Henry Hill procurou o FBI
(a polícia federal dos Estados Unidos) e denunciou os seus ex colegas e todos
os esquemas da máfia que ele tinha conhecimento. Estima-se que mais de
50 condenações foram feitas através dos testemunhos de Henry Hill.
Hill foi então enviado para o
programa de protecção a testemunhas, recebeu uma nova identidade e foi morar no
Nebraska. Ele passou por períodos difíceis, mantendo o seu vício em drogas e
tornando-se um alcoólatra. Ele foi eventualmente expulso do programa de protecção.
Hill foi preso novamente em 2001 por posse de drogas e depois tentou mudar de
vida, mas continuou o viciado em álcool. Nesse meio tempo, ele divorciou-se da
sua esposa. Tentou fazer vários negócios, falhando em diversos deles. Para
fazer dinheiro, dava entrevistas e assistência a escritores de livros e
participou em documentários e até filmes (mais notoriamente o “Goodfellas”),
sempre relembrando os seus dias na máfia.
Henry Hill faleceu em 12 de Junho
de 2012, aos 69 anos de idade.
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