Entre outras funções de
relevo, exerceu os cargos de deputado à Assembleia Nacional Constituinte de
1911, governador civil do Distrito de Viana do Castelo (1914),
ministro das Colónias (1921) e presidente do Ministério
(primeiro-ministro), acumulando com a pasta de ministro do Interior
(1921).
Era filho de Henrique Pinto,
juiz do Tribunal da Relação do Porto, e de Carolina Amélia da Silva Maia
Pinto.
Depois de ter frequentado os
estudos secundário no Liceu do Porto, frequentou os estudos
preparatórios na Escola Politécnica de Lisboa e ingressou na Escola
do Exército em 1886, na qual se formou como oficial de Artilharia no
ano de 1892.
Ainda aluno da Escola do
Exército já se revelara defensor dos ideais republicanos, participando
activamente nas iniciativas da Liga Patriótica do Norte e nas
manifestações nacionais de repúdio à cedência portuguesa às exigências do
ultimato britânico de Janeiro de 1890.
Já oficial no activo,
colocado em unidades militares do Norte de Portugal, entre 1894 e 1897, tomou
parte em diversas conjuras fracassadas contra o regime da Monarquia
Constitucional Portuguesa que se tentaram organizar naquela região na
sequência da Revolta de 31 de Janeiro de 1891. Paralelamente, colaborou
com diversos periódicos republicanos, com destaque para “O Povo”, de
Viana do Castelo, onde publicou violentos artigos antimonárquicos assinados com
as iniciais M. P., mas cuja autoria lhe era já publicamente atribuída. Simultaneamente,
desenvolveu uma importante acção de propaganda republicana no interior dos
quartéis por onde andou, secundado por outros oficiais e por sargentos e praças
que com ele alinhavam.
Criou no Regimento de
Artilharia nº 5, um núcleo republicano que após a implantação da República
Portuguesa foi instrumental para suster, sob o comando de Carlos Maia
Pinto, uma das tentativas de contra-ofensiva monárquica a partir do Norte.
Nas eleições para a Assembleia
Nacional Constituinte que se realizaram em 1911, Carlos Maia Pinto foi
eleito deputado, tendo participado nos trabalhos que levaram à aprovação da Constituição
Portuguesa de 1911.
Entre 21 de Março e 5 de
Setembro de 1914, exerceu as funções de governador civil do Distrito de
Viana do Castelo.
No posto de tenente-coronel,
foi integrado no Corpo Expedicionário Português enviado para França no
decurso da Primeira Guerra Mundial, tendo aí comandado uma bataria
integrada com forças inglesas e francesas. Atingiu o posto de Coronel.
Em 17 de Maio de 1919, foi
feito comendador da Ordem Militar de São Bento de Avis; a 28 de
Junho de 1919, foi feito comendador da Ordem Militar de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Mantendo-se sempre na ala
mais radical do movimento republicano, na sequência da “Noite Sangrenta”
de 19 de Outubro de 1921, Maia Pinto, então com o posto de coronel, foi
convidado para integrar o governo presidido pelo também coronel Manuel Maria
Coelho, para a pasta de ministro das Colónias, mas não chegou a tomar
posse. O governo então formado foi efémero, durando apenas 18 dias, tendo
pedido a sua demissão em 3 de Novembro. Com a queda do executivo, coube a Maia
Pinto assumir as funções de chefe do novo executivo que tomou posse em 5 de
Novembro.
Novamente a instabilidade
política, e em particular as repercussões do assassinato de Machado Santos,
António Granjo e outros republicanos ocorrida na “Noite Sangrenta” e que
retiravam qualquer resquício de legitimidade ao governo, provocou uma rápida
erosão da sua base de apoio e Maia Pinto foi obrigado a demitir-se em 16 de
Dezembro, apenas 40 dias depois de ter tomado posse.
Em 5 de Outubro de 1922, foi
elevado a grande-oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis.
Já na situação de reserva e a
viver no Porto, em 1925 foi detido por participar num comité de apoio à Revolta
de 19 de Julho de 1925, uma tentativa de sublevação com o intento de
derrubar o Parlamento e forçar novas eleições, liderada por José Mendes
Cabeçadas e Jaime Baptista.
Casou com Maria Helena
Monteiro Malheiro Dias Maia Pinto. Um dos filhos do casal, Manuel Malheiro Dias
Maia Pinto, foi escritor, filósofo e pintor, que dirigiu o jornal “Princípio
da Renascença Portuguesa” (1930) em conjunto com Álvaro Ribeiro e
Adolfo Casais Monteiro. Nele colaboraram, entre outros, Agostinho da Silva,
José Régio e Delfim Santos.
Fez parte da Maçonaria,
tendo sido Venerável da Loja Fraternidade, de Viana de Castelo.
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