EFEMÉRIDE – Charles Maurras, ensaísta, poeta, jornalista e político francês, morreu em Tours no dia 16 de Novembro de 1952. Nascera em Martiques, em 20 de Abril de 1868. Foi o principal fundador do jornal “Action Française” (anti-semita e germanófilo).
Obteve o bacharelato em 1885 e partiu para Paris, onde foi crítico literário e se tornou amigo de Anatole France, o que veio reforçar o seu agnosticismo.
Alguns dos seus livros foram incluídos na lista das obras proibidas pelo Papa Pio XI. Esta proibição seria levantada em 1938, ano em que Maurras foi eleito para a Academia Francesa. O anti-semitismo e o anti-protestantismo eram temas recorrentes nos seus escritos.
Foi evoluindo politicamente, posicionando-se cada vez mais à direita. Admirou Salazar, Franco e Mussolini, admiração que era recíproca. O seu pensamento influenciou muitos políticos, sobretudo europeus e sul-americanos. Curiosamente não confiava no nazismo, que estudou bem. Chegou ao ponto de pedir uma tradução integral, sem cortes, do livro “Mein Kampf” de Hitler.
O ditador português Salazar estudou aprofundadamente as ideias de Maurras, com as quais simpatizava. Elas eram sobretudo o nacionalismo, a ordem e o elitismo. Se bem que fosse monárquico e apoiasse a Igreja do Vaticano, não tinha qualquer lealdade pessoal à Casa de Bourbon e foi agnóstico quase toda a vida. Achava no entanto que a Igreja era um factor de união no país.
Em 1940 apoiou as forças colaboracionistas francesas do Marechal Pétain. Depois da Libertação, em 1945, foi condenado a prisão perpétua e expulso da Academia. Em 1951 beneficiou de um perdão, por razões de saúde, falecendo no ano seguinte. Antes, convertera-se ao catolicismo.
A sua obra literária é constituída por uma imensidade de livros, publicados desde 1889 até 2007, alguns a título póstumo.
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